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Entrevistas

Participação, Direitos e Cidadania

Ações culturais unem diversas gerações da comunidade Anauá, no Ceará

7 de abril de 2016

O evento “Dia Cultural-Anauá”, que aconteceu em 14 de novembro de 2015, ajudou a resgatar tradições culturais, revelar novos talentos e despertar o orgulho dos moradores da comunidade Anauá, situada no município de Mauriti (CE).

A atividade de mobilização foi definida no MobCidadania, uma estratégia lançada pela Rede Mobilizadores para incentivar o desenvolvimento de ações coletivas ou de mobilização social que visem enfrentar problemas sociais e comunitários, melhorar a qualidade de vida e defender direitos.

A definição das ações coletivas a serem realizadas e da estratégia a ser adotada são debatidas em grupos criados no Facebook. Por meio de reuniões virtuais, os integrantes do grupo decidem o que é preciso para colocar as ideias em prática. Todo o processo é registrado pelo administrador do grupo na página do Mobcidadania (www.mobilizadores.org.br/mobcidadania) e todos os participantes e demais interessados podem acompanhar o desenvolvimento das atividades no site. 

Uma das integrantes do grupo Filhos de Anauá, Rosa Lindjhenys Jorge, conta nessa entrevista as atividades realizadas, a estratégia de mobilização que o grupo adotou para cativar os integrantes da comunidade e dá dicas para quem deseja realizar ação semelhante.

 

Rede Mobilizadores – Qual foi a proposta do seu grupo no MobCidadania?

R.: Depois de muita discussão, nós, os integrantes do grupo Filhos de Anauá, decidimos que o projeto a ser desenvolvido no MobCidadania seria o Dia Cultural de Anauá. Para escolha, levamos em consideração o rico patrimônio cultural que a comunidade tem e os benefícios que viriam após o evento, tendo em vista que nosso objetivo com a mobilização era, além do resgate cultural, despertar nos moradores o espírito de união e orgulho de pertencer a um lugar imerso em cultura tão bonita.

 

Rede Mobilizadores – Quais os principais resultados obtidos? 

R.: Desde o principio tínhamos como objetivo obter grandes resultados com o Dia Cultural, mas ao final do evento chegamos à conclusão que estes foram além do esperado. Tivemos como ações já planejadas uma caminhada com a Banda Cabaçal; Roda de Cordel; grafite; danças tradicionais; uma peça teatral; exposição de artesanato e uma palestra sobre Cultura e Cidadania.

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A Roda de Cordel, por exemplo, contou com a presença de muitos poetas da comunidade, mostrando a potencialidade poética das novas gerações. Aconteceram também apresentações não planejadas, como a Dança do Coco, apresentada pelas pessoas mais velhas da comunidade. As atividades culturais foram prestigiadas com a presença de um sanfoneiro mirim, uma jornalista e um arqueólogo. Houve, ainda, brincadeiras com as crianças e uma apresentação de um Drama (musical) que não acontecia há muito tempo em Anauá.

O Drama despertou em uma das participantes do evento o desejo de realizar outras apresentações, o que a fez mobilizar diversos jovens para que organizassem uma noite dedicada a diversos outros dramas, noite essa que aconteceu um mês após o evento do Mobcidadania.

 

Rede Mobilizadores – Qual a estratégia de mobilização que você utilizou? As redes sociais facilitaram? Por quê?

R.: A mobilização foi um dos fatores mais complicados, pois apesar de o grupo Filhos de Anauá existir há alguns anos, poucos eram os jovens que participavam dos trabalhos desenvolvidos por ele. Durante quase toda a organização do evento, realizamos diversas reuniões para o planejamento das ações, contando, na maioria das vezes, com menos de cinco pessoas.

Desde o principio, utilizamos as redes sociais como meio de mobilização: fizemos grupos no Whatsapp e no Facebook, nos quais divulgávamos todas as reuniões e ações que iríamos realizar, como também pedíamos opiniões quanto a alguns detalhes. Porém, uma das melhores estratégias para mobilizar pessoas foi a parceria que fizemos com a Associação Comunitária e as escolas municipais da comunidade.

 

Rede Mobilizadores – O que você diria para uma outra pessoa que tem interesse em desenvolver ações semelhantes, mas que ainda não deu o primeiro passo? 

R.: Eventos que envolvem a cultura de um lugar são sempre grandiosos e gratificantes, pois abrangem parte primordial da história e da atual situação desse lugar.

A primeira dica que dou, em nome do grupo Filhos de Anauá, para aqueles que se interessam em realizar ações semelhantes é que entendam a cultura não apenas como manifestações artísticas ou costumes de um povo, mas também como a moral, o caráter das ações realizadas por uma sociedade. Partindo disso, será aberto um leque de assuntos que podem ser abordados, como a postura dos moradores quanto ao meio ambiente, à saúde, à educação ou até mesmo quanto à própria união comunitária.

A segunda dica que dou é que organizar algo tão grandioso, obviamente, não é nada fácil, por essa razão requer muito planejamento e cautela. Fazer a divisão de tarefas entre o grupo é essencial quando se tem como objetivo não sobrecarregar nenhum membro e, assim, desenvolver um trabalho ainda melhor.

Por fim, deixo claro que, possivelmente, durante todo o desenvolvimento do trabalho existirão muitas críticas positivas e tantas outras negativas, no entanto, isso não pode diminuir de forma alguma o desejo dos organizadores de realizar as ações, pois os resultados serão sempre gratificantes e compensarão os obstáculos enfrentados durante toda a caminhada.

 

Entrevista concedida a: Eliane Araujo 

Editada por: Sílvia Sousa

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Comentários

2 comentários sobre “Ações culturais unem diversas gerações da comunidade Anauá, no Ceará”
  1. Neta says:
    07/04/2016 às 3:30 pm

    PRIMEIRO, QUERO PARABENIZAR TODOS DE ANAUÁ PELO DESENVOLVIMENTO DE TODOS PARTICIPANTE , E DIZER QUE A CULTURA É UMA FORMA DE DESPERTAR TUDO AQUILO QUE ESTÃO DEIXANDO PRA TRAZ UMA CULTURA LINDA E ISSO VEIA PARA RESGATAR MUITAS TRADIÇÕES QUE HJ ESTÃO ESQUECIDA , PORQUE ACHA QUE ESSE MUNDO TA TAO MODERNO QUE NÃO DEVEMOS TER CULTURA E ISSO TA ERRADO AGORA SIM QUE DEVEMOS VALORIZA-LA PELA SUA IMPORTÂNCIA QUE TEVE NOS TEMPOS ATRÁS E PELA TRADIÇÃO LINDA QUE JAMAIS MORRE UM DIA.

    Responder
    • Stive Rogers says:
      25/04/2016 às 11:14 pm

      Na verdade Neta, nós é quem definimos o tempo de dedicação, esta é uma das forma de conciliar nossos estudos, precisamos sermos responsáveis manter o compromisso e mostrar a virtude e característica de cada Comunidade.

      Responder


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