Durante o primeiro semestre de 2011, uma comissão chamada Caravana Copa Orgânica vai percorrer os 12 estados-sedes da Copa do Mundo de 2014 para difundir o conhecimento sobre produção e desenvolvimento do mercado de alimentos orgânicos.O projeto é uma iniciativa do Instituto Biossistêmico (IBS), com o patrocínio do Sebrae Nacional e de empresas privadadas, e busca expandir a rede de produtos orgânicos brasileiros que atualmente fatura em torno de R$400 milhões. O objetivo principal é disponibilizar de forma gratuita aos agricultores o acesso a tecnologias e inovações que permitam aumentar a produção e melhorar a qualidade do produto.Nesta entrevista, o engenheiro agrônomo e consultor de projetos do IBS, Cláudio Pinheiro, explica o que é a Caravana Orgânica, como funciona o projeto, como ele pretende difundir o conhecimento da produção orgânica aos produtores e empresários e também como pretende atrair os consumidores.Mobilizadores COEP – O que é o projeto Caravana Copa Orgânica e qual é seu objetivo?R.: A Caravana Copa Orgânica é um projeto itinerante que passará pelas 12 cidades-sede da Copa de 2014 e mais 32 municípios vizinhos para difundir informações sobre produção, consumo e mercado de produtos orgânicos, mostrando as oportunidades que o evento traz para este público. O objetivo principal é disponibilizar de forma gratuita aos agricultores o acesso a tecnologias e inovações que permitam aumentar a produção e melhorar a qualidade do produto.Atualmente, o mercado de produtos orgânicos está em expansão, com faturamento em torno de R$ 400 milhões. A expectativa é que com a realização da Copa do Mundo aqui no Brasil este valor dobre.
Mobilizadores COEP – Que cidades serão atendidas pelo projeto e qual é o público a que ele se destina? Qual será o cronograma?R.: A Caravana começou em fevereiro, e o primeiro estado a ser visitado foi São Paulo, seguido do Paraná e do Rio Grande do Sul. Serão visitadas todas as 12 cidades-sedes da Copa e os principais pólos de produção agrícola destas regiões metropolitanas até junho de 2011, num total de 44 municípios. O encerramento acontece em São Paulo, na Bio Brasil Fair, de 21 a 24 de julho. O cronograma das cidades visitadas pela Caravana pode ser consultado na página do projeto (http://www.caravanacopaorganica.com.br/). As cidades que fazem parte do roteiro são:Ibiúna, Mogi das Cruzes, Suzano e a capital São Paulo, em São Paulo; Osório, Viamão, Santo Antônio da Patrulha e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul; Colombo, Mandirituba, São José dos Pinhais e Curitiba, no Paraná; Betim, Brumadinho, Jaboticatubas e Belo Horizonte, em Minas Gerais; Cristalina, Luziânia, Formosa, em Goiás; Brasília, no Distrito Federal; Chapada dos Guimarães, Campo Verde e Cuiabá, no Mato Grosso; Jaboatão dos Guararapes, São Lourenço da Mata e Recife, em Pernambuco; Ceará-Mirim, Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Natal, no Rio Grande do Norte; Itanagra, Entre Rios, Mata de São João e Salvador, na Bahia; Caucaia, Maranguape, Pacatuba e Fortaleza, no Ceará; Iranduba, Rio Preto da Eva e Manaus, no Amazonas; e Seropédica, Teresópolis e a capital Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro.Mobilizadores COEP – Como funciona o projeto? Qual a metodologia utilizada?R.: Dois veículos personalizados percorrem o Brasil com uma equipe de técnicos especializados e palestrantes. Cada cidade-sede atendida receberá cinco eventos: um destinado aos empresários dos setores de alimentação, hospedagem, catering e varejo; outro com foco na sensibilização do público em geral; e três cursos para produtores, associações, técnicos e cooperativas situados próximo às cidades-sedes da Copa.Neste primeiro momento, o projeto terá foco na difusão de informações a produtores, empresários e consumidores. Serão realizadas palestras com objetivo de apresentar as oportunidades de negócios com o setor e os benefícios em relação ao consumo de produtos orgânicos.
Mobilizadores COEP – Como o projeto pretende fortalecer a agricultura orgânica? Qual é a estratégia para conquistar novos consumidores de orgânicos?R.: O fortalecimento da agricultura orgânica ocorrerá na medida em que os elos que compõem esta cadeia sejam fortalecidos e decidam por produzir/consumir os produtos orgânicos.Os consumidores são o elo mais importante desta cadeia, pois a mudança no seu hábito de consumo irá promover o mercado dos produtos orgânicos, aumentando a produção e a oferta, e levando os preços a patamares que possam ser acessados por um número maior de consumidores. A formação de consumidores é sempre um desafio, mas acreditamos que seja necessário que saibam quais os benefícios dos produtos orgânicos para a saúde, e que suas escolhas de consumo irão determinar a velocidade com que novos produtos poderão ser ofertados pelo mercado.
Mobilizadores COEP – Além dos produtores, o projeto prevê também o envolvimento de outros setores que compõem a cadeia agroecológica, como logística, comercialização, público-alvo, por exemplo?R.: Sim, quanto mais elos sustentando esta cadeia até o consumidor tiver, mais força o setor orgânico terá. A logística é sempre um desafio, principalmente considerando a horticultura (hortaliças e frutas), uma vez que a maior parte da produção é feita por produtores familiares que precisam associar-se e buscar parceiros que possam escoar a produção de forma mais rápida, inserindo-os assim no mercado. Desta forma, o contato com atacadistas ficará facilitado e novos pontos de venda poderão ser atendidos.Mobilizadores COEP – De que forma o fortalecimento da agricultura orgânica nos municípios alvo do projeto vai beneficiar as cidades que serão sede dos jogos na Copa do Mundo de 2014?R.: Entendemos que a produção de perecíveis, principalmente hortaliças e frutas, virá dos municípios ao redor das cidades-sedes, pela diminuição de custos e manutenção da qualidade. Com o fortalecimento desta produção, mais empresários poderão comercializar os produtos orgânicos, que passarão a ser mais acessíveis aos consumidores, podendo consumir antes, durante e depois da Copa 2014.Mobilizadores COEP – De que forma as cidades envolvidas no projeto serão beneficiadas?R.: A promoção da produção e geração de negócios com produtos orgânicos irá beneficiar as cidades não somente no período da Copa, mas passará a ser um legado deixado pelo evento, sendo incorporado aos hábitos de consumo saudáveis e negócios sustentáveis.Mobilizadores COEP – É comum esta iniciativa em todos os países que abrigam uma Copa do Mundo?R.: Existe uma preocupação crescente em realizar eventos de forma mais sustentável, pelo uso de tecnologias mais limpas, construções de estádios sustentáveis, transporte menos poluentes, etc. Como parte desta evolução, existe uma campanha para que o Brasil seja a sede da primeira Copa do Mundo Verde. A alimentação é um item que não pode ficar de fora deste planejamento, para promover a Copa Orgânica. A iniciativa do IBS e parceiros como o Sebrae, Surya do Brasil, Jasmine e DVA, acredito que seja a primeira com este foco.Mobilizadores COEP – Como os produtores ficarão sabendo do projeto, ou seja, como eles podem se informar e se inscrever? Existem alguns requisitos a serem cumpridos ou qualquer pessoa interessada poderá fazer parte do projeto?R.: O projeto conta com parceiros e apoiadores locais para a divulgação e convite aos participantes. Todos os eventos são gratuitos e os interessados podem fazer inscrição antecipada pelo site http://www.caravanacopaorganica.com.br/inscreva-se/. A mídia local tem dado cobertura aos eventos e todos os interessados no assunto podem participar e contribuir com sua visão e experiência.Mobilizadores COEP – A Caravana pretende criar algum selo verde que identifique os produtores participantes? Em caso positivo, como se dará esta certificação?R.: Como, nesta primeira etapa, estamos levando apenas informações, não temos este objetivo. Numa segunda etapa podemos, caso seja do interesse dos produtores e parceiros, apoiar no processo de certificação em orgânico já estabelecido pelo Ministério da Agricultura, e que está em vigor desde janeiro de 2011.
—————-Entrevista para o Grupo de Fortalecimento ComunitárioConcedida à: Flávia Machado.Editada por: Eliane Araujo.
exclarecedor, tive oportunidade de participar, sou voluntária do Programa Germinar, onde estamos implantando pomar doméstico. ( léa souza).