Hoje no Brasil, 12.560 adolescentes estão detidos e 24 mil em liberdade assistida, segundo dados levantados pela Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Nessa entrevista, o presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), José Fernando da Silva, nos fala sobre o Sistema Nacional de Atendimento Sócio-educativo (Sinase), que define as atribuições e responsabilidades dos Governos Federal, estaduais e municipais no atendimento aos adolescentes que cometem atos infracionais. Um dos principais objetivos do Sistema é inverter a lógica punitiva em meio fechado que impera hoje no atendimento de adolescentes.Mobilizadores COEP – O que levou o Conanda a propor o Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Sócio-educativo)? R. A constatação de que é preciso estabelecer um sistema nacional de atendimento sócio-educativo (Sinase), definindo com maior clareza pontos que não estão detalhados no Estatuto da Criança e do Adolescente e nem nas Resoluções de número 46 (Internação) e 47 (Semiliberdade), aprovadas em 1996 pelo Conanda. O Sinase traz, por exemplo, definições imprescindíveis para a construção de Unidades de Internação, que devem ter um padrão arquitetônico que seja muito próximo de uma escola, ao contrário do que existe atualmente, que é bastante semelhante ao sistema prisional de adultos, num total desrespeito ao Estatuto. Digo próximo, devido a um aspecto: nas Unidades de Internação, o adolescente fica privado do seu direito de liberdade, porém os demais direitos devem ser garantidos. Mobilizadores COEP ? O que é necessário para que o Sinase seja implantado? R. Para ser implementado, o Sinase precisa de co-financiamento público dos governos Federal, estadual, do Distrito Federal e dos municípios. O co-financiamento deve ser entendido, no caso do Governo Federal, como uma co-responsabilidade a ser compartilhada entre diversos ministérios e secretarias especiais. Destacaria os ministérios da Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Justiça, e Trabalho e Emprego, além da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Também é preciso que haja um processo de tomada de decisão, formulação de políticas estaduais e municipais, a serem elaboradas e aprovadas pelos Conselhos de Direitos nestes dois âmbitos da Federação.Mobilizadores COEP – O que o Sinase prevê? R. Umas das principais determinações do Sinase, e não poderia ser diferente, é a prioridade que deve ser dada às medidas em meio aberto, à prestação de serviço à comunidade e à liberdade assistida. E a integração entre os diversos sistemas de políticas públicas existentes no país, como o SUS (Sistema Único de Saúde), SUAS (Sistema Único de Assistência Social), Sistema de Ensino e SUSP (Sistema Único de Segurança Único de Pública). O sucesso do Sinase é a total implementação do SGD (Sistema de Garantia de Direitos) que é a convergência de todos os sistemas nas políticas de efetivação dos direitos humanos de adolescentes, que praticaram atos infracionais (público central do Sinase). Na página do Conanda (www.presidencia.gov.br/sedh/conanda e pelo endereço eletrônico) é possível conhecer a íntegra do texto do Sinase. Mobilizadores COEP – Quais são as maiores discrepâncias entre o que determina o ECA e o que acontece na prática no que se refere às crianças e adolescentes em conflito com a Lei? R. Uma primeira observação é que o Estatuto da Criança e do Adolescente faz uma forte e decisiva distinção entre ato infracional praticado por crianças (pessoas com até 11 anos de idade) e adolescentes (12 ? 18 anos). Para as crianças, quando da prática de ato infracional, os pais e mães são responsabilizados. Quando o ato for praticado pelo adolescente, ele próprio é quem vai responder perante o juiz. Poderia apontar diversas discrepâncias. A primeira refere-se à internação. Segundo pesquisa do IPEA (2002), 71% das Unidades de Internação no país estão mais próximas do sistema prisional do que de estabelecimentos educacionais, conforme determinação do Estatuto e o detalhamento técnico, político, administrativo e, sobretudo, pedagógico do Sinase. Em segundo plano, e nem por isto menos importante, a necessidade de implementação das mediadas em meio aberto. Mobilizadores COEP – O Sinase propõe a liberdade assistida como uma alternativa mais adequada do que a reclusão. Quais as principais vantagens da liberdade assistida e em que casos ela se aplica? E quais os casos excepcionais que, de acordo com o ECA, justificam a internação e a semiliberdade? R. A liberdade assistida tem pelo menos duas grandes vantagens: o custo financeiro é menor do que a internação e o índice de não reincidência é melhor. A internação, pelo artigo 122 do Estatuto da Criança e do Adolescente, deve ser aplicada quando: I) tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violação à pessoa; II) por reiteração no cometimento de outras infrações; III) por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. E mais. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada. Quanto à semiliberdade, o artigo 120 do Estatuto estabelece que esta pode ser determinada desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto. Mobilizadores COEP – Com o crescimento do quadro de violência, a população muitas vezes acha que a reclusão de adolescente que cometem atos infracionais é a melhor opção. Há alguma estratégia para evidenciar para a opinião pública os benefícios da liberdade assistida? R. A estratégia passa por qualificar o debate e o nível de conhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Aliás, uma das diretrizes da política de atendimento é a mobilização da opinião pública no sentido da indispensável participação dos diversos segmentos da sociedade na efetivação dos direitos humanos de crianças e adolescentes. O papel dos meios de comunicação é, portanto, primordial para informar e formar com qualidade sobre os direitos e também os deveres que o Estatuto coloca para a família (aqui, estão as crianças e os adolescentes), a comunidade, a sociedade e o Poder Público em geral. O Estatuto, insisto, aponta direitos (educação, lazer, cultura …) mas também responsabilidades/ deveres para todos. Mobilizadores COEP – Como fazer para que o padrão arquitetônico e o projeto pedagógico das unidades de internação propostos pelo Sinase sejam colocados em prática? As instalações hoje existentes poderiam ser adaptadas? R. É preciso diversos movimentos, um deles é o investimento na formação de arquitetos e engenheiros para que construam Unidades de Internação que sejam de fato estabelecimentos educacionais, conforme capitulo específico do Sinase. Quanto à adaptação das atuais Unidades é necessário bom senso. Ou seja, existe aquela máxima ?é melhor ? e às vezes mais barato ? construir uma nova casa do que reformar uma existente?. É preciso verificar a relação custo – beneficio.
SABE-SE QUE A MAIORIA DESSES ADOLESCENTES INFRATORES, PERTENCEM A FAMÍLIAS DESESTRUTURADA, PRECI-SE PENSAR EM POLÍTICAS PÚBLICAS PARA INVESTIR NESSAS FAMILIAS, NO SENTIDO DE REEDUCÁ-LAS E OBIVIAMENTE AMENIZAMOS OS INDICES DE INFRAÇÃO TANTO COM ADOLESCENTE COMO COM OS ADULTOS, O GOVERNO, AS ORGANIZAÇÕES, OS MOVIMENTO. NÃO PODEM FECHAR OS OLHOS PARA OS QUE ESTÃO AÍ ENVOLVIDOS DE DELITOS, MAS, PRECISAMOS CURAR E PREVINIR PARA NO FUTURO NÃO TERMOS QUE GASTAR TANTO DINHEIRO COM ATENDIMENTO. ESTOU DE ACORDO COM SINASE, É NECESSÁRIO EDUCAR, FORMAR ESSES INFRATORES TORNANDO-OS EM CIDADÃOS ÉTICOS, E UMA DAS FORMAS MAIS EFICIENTE É ATRIBUIR E EXIGIR QUE OS MESMOS CUMPRAM COM OS PROGRAMAS ESTABELECIDOS. COMO: DESENVOLVIR NESSES CENTOS OU PROSÍDIOS AÇÕES QUE VENHA GERAR RECURSOS PARA A PROPRIA SUSTENTAÇÃO DOS MESMOS ( PRODUÇÃO DE ALIMENTO, E ARTESANATOS) ISTO É O TRABALHO É A HONRA DO HOMEM. PRECISAMOS DESENVOLVER O ENTUSIASMO NESSAS PESSOAS PARA QUE ELES TENHAM POROJETO DE VIDA. SE CONTINUARMOS ALIMENTANDO, VESTINDO E DANDO LAR SEM ATRIBUIR RESPONSABILIDADE É TUDO O QUE ELES QUEREM. ACREDITO E JÁ VI DEPOIMENTO DE EX-PRESIDIÁRIOS QUE TEM MUITOS QUANDO ESTÃO PERTO DA LIBERDADE PRESIDIÁRIO ELES COMETEM OUTRO DELITO EXATAMENTE PARA SAIR. HAJA VISTO, QUE OS MESMOS NÃO PROJETO DE VIDA LÁ FORA. PRECISAMOS DESCOBRIR FORMAS PARA DAR TRABALHO A TODOS. INCLUSIVE ATRIBUIR TAREFAS COM HORÁRIO ESTABELECIDO ATÉ PARA AS CRIANÇAS, É CLARO ESSE É UM PAPEL DA FAMILIAS E DE ESTADO. UMA COISA EU DEFENDO, PARA TERMOS UMA SOCIEDADE ÉTICA É PRECISO DESENVOLVERMOS ESSE SENTIMENTO DE CONSCIÊNCIA. E PARA ISSO É NECERSSÁRIO TER TRABALHO PARA TODOS E CONCERTEZA TEREMOS EM FUTURO PRÓXIMO UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE. POR EXEMPLO JÁ MAIS TEREMOS UMA ESCOLA DE 1º MUNDO SE A NOSSA SOCIEDADE É DE TERCEIRO. RESUMINDO: FAMILIA ESTRUTURADA-SOCIEDADE ESTRUTURA-ESCOLA DE QUALIDADE-CIDADÃO ÉTICO. E TUDO ISSO SÓ POSSÍVEL ATRAVÉS DO TRABALHO.
Apenas complementando. Punir no sentido sancionador da palavra é uma necessidade do processo sócio-educativo aplicado a infratores. Porém, necessário se faz que esta sanção não seja vista como vingança ou mera penalidade, mas como um dos instrumentos de desenvolvimento da responsabilidade, autonomia, independência e cidadania do educando infrator, ou seja, um instrumento de educação também.
O primeiro caminho é o da prevenção, não tenho duvidas disso. Ou colocamos em prática a primeira parte do ECA que trata dos direitos das crianças e adolescentes neste País, sejam de que étnia, classe social ou origem for, ou nada passará de assistencialismo e enfrentamento das consequencias sem foco nas causas. A par de um projeto sério, verdadeiro, adequado, técnico, planejado e organizado de atenção a criança e ao adolescente em todo País e aos seus direitos e adequação das condições de acesso, oportunidade e suporte ao seu processo de desenvolvimento humano e de ensino e aprendizagem, devemos realizar um grande mutirão nacional, numa ação emergencial, pela educação interventiva junto aos adolescentes autores de atos infracionais que já tenham desvio de conduta consolidada e necessitam do processo de educação interventiva técnico, sério, adequado e realizado por profissionais habilitados, capacitados e comprometidos com esta ação no sentido de levar estes adolescentes a protagonizar, por meio de educação, afeto, disciplina, rigor, severidade, limites, autoridade, punibilidade, etc… sem violência ou vitimização de qualquer espécie a refletir e reconhecer o desvio no seu processo de desenvolvimento e a rever valores que permitam adequar suas posturas, condutas e atitudes aos limites civilizados dos padrões éticos da vida em sociedade, que não pode significar, porém, doutrinar e tampouco alienar nossos jovens tolhindo-lhes o senso crítico, a liberdade de expressão da opinião e do pensamento apenas para atender a conveniencias elitistas da classe dominante nacional ou local. Assim aos diretores de unidades de atendimento sócio-educativo, seja de internação, semiliberdade ou em meio aberto, como fiadores do processo, tutores dos educandos e gestores da ação cabe singular responsabilidade nestas conquistas positivas do processo. Outro fator complicador é o relativo a prazos de internação ou cumprimento de medida, que mais se assemelham a pena, ainda que negam tal similitude. O tempo de envolvimento do infrator sob cujo processo educativo se intervem deve etar vinculado a um PPA – Plano Personalizado de Atendimento com objetivos e metas claras a serem alcançadas e a um acompanhamento e avaliação técnica responsável e de qualidade do desenvolvimento do educando naquele processo e dos procedimentos aplicados, para que o Poder Judiciário possa, efetivamente, por meio destes intrumentos definir as condições de retorno pleno ao convivio social do mesmo. Qualquer prazo sem esta visão é mera pena ou liberalidade sem justificativa. Sensibilidade de governantes e gestores de entidades de atendimento, compromisso, habilitação, capacitação e educação continua de educadores sociais e compromisso coletivo e público da comunidade e de cada cidadão completam o conjunto de aspectos que mudariam toda a questão estigmatizada e desorientada da política brasileira de atenção e atendimento a infância e juventude nacional.
No senso comum o ECA esta beneficiando o adolesecnte e tirando o direito dos pais sobre os filho. Penso que isto deveria ser melhor esclarecido, divulgar tantos os deveres como os direito, pois há muita confusão com relação aos maus tratos, alguns pais confunde maus tratos com educar, assim não fazem nem um e nem outro. Falta muita orientação para os pais e isto atinge tb os adolescentes que estão perdidos em um mundo que acabaram de ingressar. Não podemos responsabiliaz os adolescente, ou os pais tudo isto faz parte de um contexto historico e social. Deveria se pensar em prevenção, mas como o que esta em discussão é quando o ato infracional já foi instalado, digo instalado porque o ato pode ser a expressão de um sintoma social, incluindo a familia, assim proporcionar outras alternativas de expressão seria muito salutar. E quem sabe possibilitando a resignificação destas subjetividades marcadas pelo excesso ou a falta.
Existe um ditado muito antigo que diz” Mente desocupada é oficina para o diabo trabalhar” criança e adolecente devem ter horario para tudo, e acompanhamento diário dos pais e quando infrator das autoridades competentes. Um novo projeto de educação será bem vindo, haja vista que educação é a base para tudo!
eu discordo totalmente dessa opinião ai em cima.S derrepente eles tivesse oprtunidade d crescer na vida tanto na educação e na profissão ñ teriam tempo pra essa vida na criminalidade. Isso ñ depende so d nos e sim do gorveno, estado e principalmente do presidente, da população, s cada um fizer sua parte qw sabe.
e outra coisinha acho q o responsavel deveria fazer uma vizitinha a unidade pra ver s eles são bm tratados, s ta tudo certo com eles, s ñ falta nada prq as vezes deve ser por isso q eles ñ gostem d ficar presos ñ estou quero ir a favor deles + sim dizer q todos devem fazer sua parte ir em busca d um horizonte onde ñ exista preconceitos e discriminação entre outras coisas e novas oportunidades…
acho q é so
No meu entender o ponto de partida para o debate de todas as questôes sobre os delitos, crimes, ou infrações cometidas por menores devem ser analisados sob a perpectiva de que uma criança ou o adolescente são resultado/ consequência de uma determinada conjunção na qual as mesma não tiveram o poder de escolha. As criança ou adolescentes infratores são resultados e não causa. Não podemos imputar responsabilidades e culpabilidades. Assim, as medidas que visem atender as crianças ou adolescentes infratoras devem, obrigatóriamente, ter como base a provisão de meios que garantam condições suficientes para que desenvolvam ou recuperem os traços humanos faltantes e os requisitos e os predicados relativos aos mesmos. Não há como apenar menores que infringem regras que, na maioria das vezes, estiveram ausentes ou não foram respeitadas durante o seu próprio processo formativo, no seu desenvolvimento como sujeito social. A perspectiva de apenar menores significa culpabilizar as vítimas pelas infrações sofridas. No que diz respeito ao tamanho e a quantidade do recursos que serão providos à recuperação, não há como esperar garantias acerca dos investimentos feitos. Neste contexto não há como garantir que o provimento de meios para recuperar a humanidade perdida tenham sucesso, posto que não é possivel ter certeza sobre a recuperação de uma lesão grave no carater e na estrutura emocional. Conclusão, não há como supor regras ou normas gerais. Todos os casos devem ser tratados individualmente, como um caso impar que não tem e jamais terá similar. Só uma perpectiva que garanta ao sujeito a recuperação de sua natureza individual e única, um olhar para cada caso particular, poderá oferecer efetividade e eficiência na recuperação de menores. O problema é que o tamanho do problema nos leva buscar uma proposta que seja capaz de solucionar os problemas de forma coletiva, por grande grupos.
Penso que se o SINASE consolidar as parcerias propostas com o SUS, SUAS SUSP etc, este será sem dúvida meio caminho andado na direção do atendimento sócio-educativo, através de ações afirmativas, que terão impacto na transformação de vida pessoal e familiar da criança e do adolescente, em conflito com a lei. O grande nó tem sido o comprometimento dessas áreas na causa, bem como , a lógica que se pérpetua, da mudança do sujeito pela punição.
Considero que o debate deve atentar para duas vertentes:
1. a população hoje existente de crianças e adolescentes que cometeram atos infracionais e estão sob a responsabilidade do Estado e 2. aqueles que estão vivendo em situação de risco, em vias de ingressar no mundo do crime.
Penso ser necessário um esforço conjunto de todos os atores sociais (setor público e privado ? empresas, ONGs, igrejas etc.), numa expectativa de transformação da realidade cruel que se observa.
É bom que se diga que os jovens infratores são fruto de uma sociedade doente, pertencentes a famílias fragmentadas e exploradas pelo capitalismo selvagem em vigor e por um Estado ineficiente e burocrático, propiciando o alargamento do fosso entre abastados e miseráveis.
Por outro lado, acredito que algumas ações podem colaborar para resgatar a dignidade desses jovens:
1. contar com profissionais qualificados e bem remunerados nas unidades educacionais; 2. fomentar o controle social; 3. firmar parcerias com ONGs para profissionalizar os jovens; 4. celebrar convênios com empresas, a exemplo do grupo Pão de Açúcar, para fornecer o 1º emprego; 5. buscar ações exitosas e disseminá-las para replicação; 6. reunir periodicamente os gestores dos programas dos diversos estados da federação para troca de experiências; 7. tentar estabelecer uma sistemática de apadrinhamento dos jovens por parte de famílias que poderiam acompanhá-los, mesmo a distância (conhecer a história deles e todo o desenrolar do processo educacional até a volta para a sociedade), etc.
Educação e Desenvolvimento humano acredito que sejam pilares para a formação de todo e qualquer cidadão brasileiro e universal. Nós estamos próximos das eleições e logo teremos os mesmos políticos com mesmos discursos e suas banalizações ao falarem de educação como um viés que serve apenas para manipular a opinião pública. Mas voltamos a matéria, no meu entendimento não basta punir sem educar, não basta ter liberdade sem condições mínimas para entender que seu direito de cidadania não é um favor político e sim um direito adquirido. O que é custo hoje pode ser analisado na perspectiva de benefício no futuro. Acredito que é uma armadilha não preparar, acompanhar e tornar possível uma vida menos desigual para jovens que muitas vezes não enxergam qualquer possibilidade de saída. Não há investimento suficiente para que o Brasil consiga reduzir as mazelas em que vive nossa sociedade. Não há articulação enquanto grupo de pressão e assim nos falta responsabilidade educacional por quase tudo que se encontra em vigência. Nós elegemos, quando votamos, nós ingenuamento acreditamos nos discursos nada inocentes. Como educadores, pesquisadores, estudiosos, cidadãos, porque não cobramos, nos falta organização na sociedade civil, falta fortalecimento. Mas temos coragem, discernimento e podemos sim mudar muito a vida de nossas crianças e adolescentes. Os empregos criados não conseguem inserir o número de profissionais que estão na desempregados (disponíveis), deste modo, os jovens assistem a toda esta realidade e o que fazem? E onde se encontra o papel do Estado diante de tanta desigualdade?A Educação não faz nenhum sentido enquanto objeto de discurso a prática e acesso sim. Vivemos um caos e as parcerias não dão conta de tantas dificuldades. Educação começa em casa e segue toda uma lógica de externalidade que precisa ter base e fundamento. Falta estruturar os jovens para seguirem seus estudos e a prevenção na gigantesca evasão escolar, faltam universidades, remunerações para os professores (as), apoio aos jovens independente de classe, raça, etnia e geração. Nos falta Projeto Nacional. Acho muito pertinente as metas e objetivos do Milênio propostos pela ONU – Organização das Nações Unidas entre tais objetivos consta “A Universalização do Ensino Básico” e nós vamos estamos juntos nesta campanha mundial afinal vivemos num mundo globalizado. E nossa Educação básica como vai? Como podemos arrumar a casa do vizinho se a nossa encontra-se uma bagunça? Finalizo por aqui devo ter me extendido, mas quero reafirmar que como aluna do Mestrado de Educação acredito na educação mesmo com toda drama vivido no nosso país a educação brasileira tem saída e somos nós que podemos transformar esta cruel realidade.
A meu ver, o que precisa é ser mudado o Estatuto da Criança e Adolescente, onde, por exemplo, rege que a criança ou adolescente, fique em regime interno apenas por 3 anos, que o menor infrator não pode fazer trabalhos domesticos dentro da sua Unidade (do tipo arrumar o quarto, varrer o chão, lavar suas roupas), que eles se não quiserem não precisam estudar, passam o dia inteiro jogando bola, indo a piscina, vendo filmes.
Acho que, desde o momento que eles estão presos´por qualquer situação que eles criaram, o cumprimento de atividades dentro da Unidade deveriam ser obrigatórios.
Se eles tivessem seus dias totalmente ocupados com trabalhos, jamais pensariam em cometer novos crimes ou roubos, teriam o conhecimento de uma atividade, e poderiam mais tarde trabalhar.
A forma dada aos adolescentes e crianças dentro destas Unidades, jamis vai corrigir ou melhorar a vida deles, e colocará cada vez mais a vida da população em risco.
A meu ver para evitar que um menor chegue a cometer infração, devido da sua falta de estruta em casa, a falta de trabalho, temos que criar escolas com tempo integral, sendo dedicado uma parte ao estudo e a outra parte a estudo profissionalizante ou atividade física ou trabalhos manuais, com um acompanhamento de profissionais da área.
Os que já estão em casas de recuperação, tem que se colocar atividades, com professor orientando seus novos conhecimentos, e uma parte da venda dos recursos adquiridos pela venda de material ou consertos, sejam distribuidos a cada menor, para que eles se sintam com vontades de aprender e também, ao sairem terem uma atividade profissional.
Tivemos como experiência em duas casas de menor infrator, o regresso de todos os menores para a casa nas segundas, pois era regime semi aberto, e quando saiam da casa tinham uma atividade para cumprir.
Acho também, que se o dinheiro que se arrecada em campanhas para auxiliar as crianças, fossem dirigidos realmente a construção de casas abrigo, e a compra de material para que eles possam exercer suas atividades, não tinhamos tão poucas casas abrigo abarrotadas de crianças em um espaço indigno de um ser humano, com falta de alimantação adequada, educação, ensino, e aulas de religião e familia.
Prender as crianças e os adolescentes em espaço sem acompanhamento, educação e agenda prórpia para ocupar o tempo deles é uma nova forma de ajudar a marginalidade crescer. Esses espaços devem ter o objetivo de construir juntamente com os jovens educação dirigida, trabalho durante 2 a 4 horas diária com psicólogos terapeutas ocupacionais, artesanato, qualificação entre outras ações e um expediente com estudo regular. Ocupados com ações saudáveis eles se tornarão jovens cidadãos e poderão se preparar para um futuro melhor.
Para mim a educação é a base de tudo. Criança ou jovem desocupado necessita de acompanhamento. Necessitamos mudar o jeito de punir o menor. O que eles necessitam é de amor, educação, carinho, aceitação e limite. Tirar dos pais, prender não são soluçoes. Eles necessitam de ajuda tanto quanto os seus pais que não tiveram orientação ou educação. O atendimento sócio-educativo é o caminho para transformar a vida dessas pessoas.
CAROS MOBILIZADORES,
ESTAMOS REALIZANDO UM FÓRUM COM O JOSÉ FERNANDO, NO GRUPO OBSERVATÓRIO DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA.
DEIXEM SUAS OBSERVAÇÕES/DÚVIDAS NO FÓRUM E NOSSO CONVIDADO IRÁ RESPONDÊ-LAS.
PARA ACESSAR O FÓRUM, CLIQUE AQUI: http://mobilizadores.org.br/coep/usuario/ForumMensagens.aspx?cdForum=107&cdGrupo=26
OU ENTRE NO GRUPO OBSERVATÓRIO DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA E CLIQUE EM FÓRUNS.
ATENCIOSAMENTE,
FERNANDA – REDE MOBILIZADORES COEP