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Entrevistas

Participação, Direitos e Cidadania

Mobilização local é essencial para dar vida a bibliotecas comunitárias

13 de outubro de 2010

Eduardo Barbosa, da Associação dos Amigos das Bibliotecas Comunitárias da Região Metropolitana de Belo Horizonte (SABIC-BH), conta o processo de mobilização local para formação e manutenção de bibliotecas comunitárias que vem sendo desenvolvido a partir da experiência de uma rede que envolve, hoje, 18 bibliotecas comunitárias.



Mobilizadores COEP – A falta de hábito de leitura ainda é uma questão a ser resolvida em nosso país. Assim, como vocês vêem o papel da biblioteca comunitária e como atrair as pessoas para freqüentar estes espaços?



R. O papel chave da biblioteca é de sensibilização e mobilização. É fundamental ir além da disponibilização do acervo bibliográfico e realizar atividades que despertem os públicos para a fruição da literatura. Um encontro de ?contação? de histórias, uma oficina de criação de história em quadrinhos a partir de uma obra literária, um baú de livros que vai junto com uma trupe de teatro a uma escola. Esse tipo de intervenção faz parte das estratégias da Sabic em seu trabalho de formação de leitores. Os elementos lúdicos e oníricos são fundamentais para atuar junto a todos os públicos, em especial o infanto-juvenil.




Mobilizadores COEP – Como mobilizar as comunidades para a implantação de uma biblioteca comunitária e quais os passos para a organização destes espaços?



R. Uma biblioteca comunitária envolve, sempre, parcerias entre grupos, movimentos e entidades da região na qual ela se localiza. Assim, o primeiro passo para a mobilização é levantar estes possíveis parceiros e levar a idéia até eles ? para que os grupos locais, por sua vez, multipliquem a idéia entre seus integrantes. É assim que são angariados voluntários e doações para que a biblioteca comunitária se estruture. Uma vez montada a biblioteca (ver abaixo o processo), o passo seguinte é ?conquistar? o público, oferecendo não só livros, mas uma agenda cultural, que convide os moradores a se tornarem mais que usuários ou leitores do acervo, mas participantes ativos das atividades, donos e responsáveis por este patrimônio da comunidade.


Para a organização da biblioteca, propriamente, de início é preciso conseguir uma entidade ou morador que possa ceder o espaço físico para ser a sede da iniciativa. Depois, é necessário empreender uma campanha para conseguir a estrutura: voluntários ? fundamentais à montagem, à gestão e ao atendimento ao público ?; livros ? aqui em BH, a Sabic geralmente ajuda nessa formação do acervo a partir de doações ?; e mobiliário. Uma vez conseguido o acervo (ressalto mais uma vez a importância de que ele seja predominantemente de obras literárias), é desejável que ele seja devidamente organizado e catalogado. Para este trabalho, vale buscar a ajuda de um bibliotecário voluntário, ou a parceria com uma Escola de Biblioteconomia. Por fim, na implantação das atividades culturais para dinamizar a biblioteca comunitária, novas parcerias se fazem necessárias. Nessa fase, grupos artísticos locais e de outras regiões podem ser aliados importantes.




Mobilizadores COEP – Que ações podem ser realizadas para formar o acervo da biblioteca (os diferentes títulos/públicos)? Existem dicas de disposição e conservação do acervo?



R. A formação do acervo se dá a partir de doações ? assim, não há como pré-definir um conjunto fechado de obras. Mas é importante ressaltar para as pessoas interessadas em doar que o foco recai sobre obras literárias. Uma vez reunidas as doações, é feita uma triagem. Quanto aos tipos de título e sua adequação aos públicos, não há uma ?regra universal?: o ideal é reunir um conjunto diverso de obras (autores nacionais e estrangeiros, clássicos e contemporâneos), dialogar com a escola (que pode indicar títulos que complementem os conteúdos trabalhados com as crianças e adolescentes nas salas de aula), e ter uma escuta atenta às demandas que forem sendo apontadas pelos usuários.


Quanto à organização, disposição e conservação do acervo, um bibliotecário voluntário pode treinar a equipe para a implementação das práticas mais adequadas à realidade da biblioteca.




Mobilizadores COEP – Quais são os principais problemas encontrados para a implantação e manutenção das bibliotecas comunitárias?



R. Conseguir doações para formar os acervos ainda é um grande desafio. A maior parte das doações espontâneas costuma ser de livros que ?estão sobrando? na casa das pessoas ? muitas vezes, livros didáticos desatualizados. E o nosso grande interesse é em acervos literários, pois o objetivo principal é despertar o gosto pela literatura. Não deixamos de lado materiais para pesquisa escolar, por exemplo, mas o principal objetivo é criar oportunidades para que as pessoas acessem o amplo e rico universo dos contos, romances, poesias…


Outro desafio para iniciar e manter o atendimento à comunidade, com uma periodicidade certa, é o de conseguir voluntários para prestar esse serviço. Assim, a busca por voluntários acontece de forma permanente nas bibliotecas comunitárias.




Mobilizadores COEP – A Sabic foi formada pela união de bibliotecas de Belo Horizonte com o objetivo de fortalecer e ampliar a atuação de todas. Quantas bibliotecas fazem parte da associação e como ela tem apoiado este conjunto de bibliotecas?



R. A rede envolve 18 bibliotecas comunitárias, situadas em sua maioria em localidades de alto risco social da Região Metropolitana de BH. A Sabic apóia estas bibliotecas por meio da realização de atividades as mais variadas, a saber:



– Oficinas


Atividades formativas com foco na promoção de vivências artístico-culturais e de experiências práticas. Procura articular, através da experimentação, a produção do conhecimento ancorada no cotidiano das bibliotecas envolvidas, e sintonizada com a realidade das comunidades nas quais estão localizadas.



– Cursos


Trabalha com a formação de agentes culturais não só para o atendimento ao público, mas também para a mobilização das comunidades e a promoção de atividades artísticas nas bibliotecas e seu entorno.



-Esquetes teatrais


As bibliotecas participantes da Sabic-BH recebem esquetes para que possam atuar como um centro de difusão cultural.



-Troca de experiências


Foi implantada uma programação de reuniões entre os agentes atuantes nas bibliotecas, de maneira a permitir o encontro e a troca de experiências entre as lideranças das bibliotecas comunitárias.



– Caixa Mágica do Contador de Histórias


As bibliotecas recebem o ?contador de histórias? que utiliza a literatura como uma das ferramentas mais poderosas para trabalhar a criatividade de cada um que por ali transita.



– Campanha Circuito da Leitura


Campanha promovida pela Sabic-BH com o objetivo de angariar doações de livros a serem distribuídos para as bibliotecas comunitárias. Todo o material doado é submetido a um minucioso processo de seleção, executado por profissionais bibliotecários, obedecendo a critérios de seleção como: o estado de conservação das obras, autoridade, atualidade e, principalmente, o perfil dos usuários de cada biblioteca.



Um resumo das atividades em números: 52 oficinas, com 777 participantes; 05 cursos, com 90 participantes; 29 espetáculos, com 1.880 pessoas e 146 narrações de histórias, com público total de 6.043 pessoas.







Mobilizadores COEP – A Sabic promoveu o projeto ?Leitura em Rede? para, entre outros objetivos, aproximar públicos de todas as idades do universo da literatura. Que ações foram desenvolvidas na campanha e que resultados elas obtiveram? Como movimentar o dia-a-dia das bibliotecas?



R. O projeto ?Leitura em Rede: Campanha Cultural de Valorização das Bibliotecas Comunitárias da RMBH?, realizado em 2008, envolveu a implantação de uma ampla agenda de atividades culturais nas 18 bibliotecas comunitárias da RMBH. A iniciativa foi apoiada pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, além de diversos parceiros locais.


A programação foi concebida, gerida e executada por colaboradores e pelos grupos culturais das localidades, e compreendeu dezenas de oficinas de criação artística, cursos de literatura e organização de acervos, espetáculos teatrais variados, bate-papo com escritores, e uma caixa mágica de ?contação? de histórias.


Para 2009, está prevista a continuidade dos cursos, por meio de novo projeto ? ?Circuito da Leitura: Campanha Cultural de Formação de Multiplicadores de Leitura nas Bibliotecas Comunitárias da RMBH? ? também apoiado pela Fundação Municipal de Cultura de BH.




Entrevista concedida à: Danielle BittencourtEdição: Eliane Araújo



Esperamos que tenham gostado da entrevista. Lembramos que o espaço abaixo é destinado a comentários. O entrevistado não se compromete a responder as perguntas aqui postadas.


Erradicação da Miséria

Mobilização local é essencial para dar vida a bibliotecas comunitárias

13 de outubro de 2010

Eduardo Barbosa, da Associação dos Amigos das Bibliotecas Comunitárias da Região Metropolitana de Belo Horizonte (SABIC-BH), conta o processo de mobilização local para formação e manutenção de bibliotecas comunitárias que vem sendo desenvolvido a partir da experiência de uma rede que envolve, hoje, 18 bibliotecas comunitárias.



Mobilizadores COEP – A falta de hábito de leitura ainda é uma questão a ser resolvida em nosso país. Assim, como vocês vêem o papel da biblioteca comunitária e como atrair as pessoas para freqüentar estes espaços?



R. O papel chave da biblioteca é de sensibilização e mobilização. É fundamental ir além da disponibilização do acervo bibliográfico e realizar atividades que despertem os públicos para a fruição da literatura. Um encontro de ?contação? de histórias, uma oficina de criação de história em quadrinhos a partir de uma obra literária, um baú de livros que vai junto com uma trupe de teatro a uma escola. Esse tipo de intervenção faz parte das estratégias da Sabic em seu trabalho de formação de leitores. Os elementos lúdicos e oníricos são fundamentais para atuar junto a todos os públicos, em especial o infanto-juvenil.




Mobilizadores COEP – Como mobilizar as comunidades para a implantação de uma biblioteca comunitária e quais os passos para a organização destes espaços?



R. Uma biblioteca comunitária envolve, sempre, parcerias entre grupos, movimentos e entidades da região na qual ela se localiza. Assim, o primeiro passo para a mobilização é levantar estes possíveis parceiros e levar a idéia até eles ? para que os grupos locais, por sua vez, multipliquem a idéia entre seus integrantes. É assim que são angariados voluntários e doações para que a biblioteca comunitária se estruture. Uma vez montada a biblioteca (ver abaixo o processo), o passo seguinte é ?conquistar? o público, oferecendo não só livros, mas uma agenda cultural, que convide os moradores a se tornarem mais que usuários ou leitores do acervo, mas participantes ativos das atividades, donos e responsáveis por este patrimônio da comunidade.


Para a organização da biblioteca, propriamente, de início é preciso conseguir uma entidade ou morador que possa ceder o espaço físico para ser a sede da iniciativa. Depois, é necessário empreender uma campanha para conseguir a estrutura: voluntários ? fundamentais à montagem, à gestão e ao atendimento ao público ?; livros ? aqui em BH, a Sabic geralmente ajuda nessa formação do acervo a partir de doações ?; e mobiliário. Uma vez conseguido o acervo (ressalto mais uma vez a importância de que ele seja predominantemente de obras literárias), é desejável que ele seja devidamente organizado e catalogado. Para este trabalho, vale buscar a ajuda de um bibliotecário voluntário, ou a parceria com uma Escola de Biblioteconomia. Por fim, na implantação das atividades culturais para dinamizar a biblioteca comunitária, novas parcerias se fazem necessárias. Nessa fase, grupos artísticos locais e de outras regiões podem ser aliados importantes.




Mobilizadores COEP – Que ações podem ser realizadas para formar o acervo da biblioteca (os diferentes títulos/públicos)? Existem dicas de disposição e conservação do acervo?



R. A formação do acervo se dá a partir de doações ? assim, não há como pré-definir um conjunto fechado de obras. Mas é importante ressaltar para as pessoas interessadas em doar que o foco recai sobre obras literárias. Uma vez reunidas as doações, é feita uma triagem. Quanto aos tipos de título e sua adequação aos públicos, não há uma ?regra universal?: o ideal é reunir um conjunto diverso de obras (autores nacionais e estrangeiros, clássicos e contemporâneos), dialogar com a escola (que pode indicar títulos que complementem os conteúdos trabalhados com as crianças e adolescentes nas salas de aula), e ter uma escuta atenta às demandas que forem sendo apontadas pelos usuários.


Quanto à organização, disposição e conservação do acervo, um bibliotecário voluntário pode treinar a equipe para a implementação das práticas mais adequadas à realidade da biblioteca.




Mobilizadores COEP – Quais são os principais problemas encontrados para a implantação e manutenção das bibliotecas comunitárias?



R. Conseguir doações para formar os acervos ainda é um grande desafio. A maior parte das doações espontâneas costuma ser de livros que ?estão sobrando? na casa das pessoas ? muitas vezes, livros didáticos desatualizados. E o nosso grande interesse é em acervos literários, pois o objetivo principal é despertar o gosto pela literatura. Não deixamos de lado materiais para pesquisa escolar, por exemplo, mas o principal objetivo é criar oportunidades para que as pessoas acessem o amplo e rico universo dos contos, romances, poesias…


Outro desafio para iniciar e manter o atendimento à comunidade, com uma periodicidade certa, é o de conseguir voluntários para prestar esse serviço. Assim, a busca por voluntários acontece de forma permanente nas bibliotecas comunitárias.




Mobilizadores COEP – A Sabic foi formada pela união de bibliotecas de Belo Horizonte com o objetivo de fortalecer e ampliar a atuação de todas. Quantas bibliotecas fazem parte da associação e como ela tem apoiado este conjunto de bibliotecas?



R. A rede envolve 18 bibliotecas comunitárias, situadas em sua maioria em localidades de alto risco social da Região Metropolitana de BH. A Sabic apóia estas bibliotecas por meio da realização de atividades as mais variadas, a saber:



– Oficinas


Atividades formativas com foco na promoção de vivências artístico-culturais e de experiências práticas. Procura articular, através da experimentação, a produção do conhecimento ancorada no cotidiano das bibliotecas envolvidas, e sintonizada com a realidade das comunidades nas quais estão localizadas.



– Cursos


Trabalha com a formação de agentes culturais não só para o atendimento ao público, mas também para a mobilização das comunidades e a promoção de atividades artísticas nas bibliotecas e seu entorno.



-Esquetes teatrais


As bibliotecas participantes da Sabic-BH recebem esquetes para que possam atuar como um centro de difusão cultural.



-Troca de experiências


Foi implantada uma programação de reuniões entre os agentes atuantes nas bibliotecas, de maneira a permitir o encontro e a troca de experiências entre as lideranças das bibliotecas comunitárias.



– Caixa Mágica do Contador de Histórias


As bibliotecas recebem o ?contador de histórias? que utiliza a literatura como uma das ferramentas mais poderosas para trabalhar a criatividade de cada um que por ali transita.



– Campanha Circuito da Leitura


Campanha promovida pela Sabic-BH com o objetivo de angariar doações de livros a serem distribuídos para as bibliotecas comunitárias. Todo o material doado é submetido a um minucioso processo de seleção, executado por profissionais bibliotecários, obedecendo a critérios de seleção como: o estado de conservação das obras, autoridade, atualidade e, principalmente, o perfil dos usuários de cada biblioteca.



Um resumo das atividades em números: 52 oficinas, com 777 participantes; 05 cursos, com 90 participantes; 29 espetáculos, com 1.880 pessoas e 146 narrações de histórias, com público total de 6.043 pessoas.







Mobilizadores COEP – A Sabic promoveu o projeto ?Leitura em Rede? para, entre outros objetivos, aproximar públicos de todas as idades do universo da literatura. Que ações foram desenvolvidas na campanha e que resultados elas obtiveram? Como movimentar o dia-a-dia das bibliotecas?



R. O projeto ?Leitura em Rede: Campanha Cultural de Valorização das Bibliotecas Comunitárias da RMBH?, realizado em 2008, envolveu a implantação de uma ampla agenda de atividades culturais nas 18 bibliotecas comunitárias da RMBH. A iniciativa foi apoiada pela Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, além de diversos parceiros locais.


A programação foi concebida, gerida e executada por colaboradores e pelos grupos culturais das localidades, e compreendeu dezenas de oficinas de criação artística, cursos de literatura e organização de acervos, espetáculos teatrais variados, bate-papo com escritores, e uma caixa mágica de ?contação? de histórias.


Para 2009, está prevista a continuidade dos cursos, por meio de novo projeto ? ?Circuito da Leitura: Campanha Cultural de Formação de Multiplicadores de Leitura nas Bibliotecas Comunitárias da RMBH? ? também apoiado pela Fundação Municipal de Cultura de BH.




Entrevista concedida à: Danielle BittencourtEdição: Eliane Araújo



Esperamos que tenham gostado da entrevista. Lembramos que o espaço abaixo é destinado a comentários. O entrevistado não se compromete a responder as perguntas aqui postadas.


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