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Entrevistas

Erradicação da Miséria

Projeto visa recuperar sementes crioulas com agricultores familiares

28 de março de 2016

As sementes crioulas têm boa qualidade genética, o que lhes oferece maior resistência, além de se adaptarem naturalmente às condições do seu lugar de origem. Elas foram desenvolvidas e vêm sendo mantidas ao longo dos séculos por agricultores familiares, quilombolas, indígenas e outros povos tradicionais. São chamadas também de nativas, caboclas, adaptadas, entre outros nomes.

Em várias partes do país há iniciativas para valorização, estoque e conservação dessas sementes, pois elas são fundamentais para a agricultura familiar, uma vez que evitam que o agricultor tenha de pagar caro por sementes geneticamente modificadas e produzidas com adubos e defensivos químicos. Uma dessas iniciativas é o projeto Guardiões de Sementes, da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS), que visa recuperar sementes crioulas com agricultores familiares.

Um dos parceiros desse projeto da Embrapa é o engenheiro Agrônomo Edson da Silva Farias, que há três anos desenvolve com seus alunos do Curso Técnico em Agropecuária da Escola Técnica Estadual Santa Isabel, em São Lourenço do Sul (RS), atividades de produção e conservação de sementes crioulas.  Nessa entrevista, explica o que são essas sementes, sua importância para a agricultura familiar, os desafios para produzi-las e conservá-las e o papel do agricultor guardião de sementes.

 

Rede Mobilizadores – O que são sementes crioulas e quais as principais ameaças a que estão sujeitas?

R.: Sementes crioulas são sementes de variedades de plantas que são preservadas pelos agricultores por várias gerações e conservam as características da espécie sem terem sido modificadas geneticamente, nem terem sofrido a mistura com outra variedade.

 

Rede Mobilizadores – Qual a importância dessas sementes para o desenvolvimento e a memória social da agricultura familiar e para a segurança alimentar e nutricional?

R.: A principal importância é a conservação do germoplasma, ou seja, a conservação da espécie para o futuro, sem modificações, permitindo o acesso da pesquisa e do próprio agricultor a este material. O agricultor Guardião de Sementes tem a consciência de que precisa conservar este material para o seu próprio desenvolvimento. Quanto à segurança alimentar e nutricional é notório que ambas estarão fortalecidas num programa como este.

 

Rede Mobilizadores – O que é necessário fazer para produzir e conversar sementes crioulas? Quais os principais desafios?

R.: O principal desafio é fazer com que as entidades governamentais apoiem estas iniciativas de produção e conservação, fazendo com que a atividade produtora possa ser rentável, ou seja, tenha o apoio das entidades de crédito e fomento na produção e comercialização deste tipo de semente, o que nem sempre acontece.

 

Como as sementes são armazenadas e posteriormente utilizadas? 

R.: As sementes, após serem colhidas, são secadas ao sol ou em secadores e armazenadas em embalagens que permitem a troca gasosa com o ambiente ou não, em embalagens impermeáveis, e conservam o seu poder germinativo por um tempo desta forma. Obedecendo ao limite do tempo de armazenamento, elas estarão aptas ao plantio quando o agricultor entender que seja a época adequada.

 

O que prevê o projeto que desenvolve com a Embrapa Clima Temperado, de Pelotas?

R.: A Embrapa tem trabalhado na questão da conservação do germoplasma de espécies domesticadas comerciais das características distinguidas acima e, inclusive, no melhoramento vegetal das espécies vegetais de interesse econômico, mas sem levar para o viés da modificação das características das espécies ditas crioulas.

 

Entrevista concedida a: Eliane Araujo 

Editada por: Sílvia Sousa

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