Os projetos de extensão universitária são um exemplo da contribuição que o saber acadêmico pode oferecer na construção de uma sociedade menos desigual. Na entrevista a seguir, Antônio Anderson dos Reis Filho, pró-reitor da Universidade Federal do Piauí, e o professor Francisco Carlos Gândara comentam como a universidade piauiense vem tocando os 80 projetos de extensão voltados para o desenvolvimento comunitário. Os dois ressaltam também o quanto a universidade sai ganhando com essas iniciativas. Segundo eles, os alunos que participam desses projetos têm uma vivência direta dos problemas que afetam as comunidades, o que enriquece as exposições teóricas que recebem em sala de aula. Mobilizadores COEP – O que é e qual a importância dos projetos de extensão universitária? (para a universidade) R.: É uma forma sistemática de desenvolver atividades e ações de caráter educativo, social, cultural ou tecnológico através do ensino ou da pesquisa com a comunidade. Desta maneira a universidade cumpre um dos seus objetivos, desenvolver uma região.Mobilizadores COEP – Em que projetos de extensão, com foco social, a universidade está envolvida no momento? R.: A Universidade atua em mais de oitenta projetos de extensão nas mais diversas áreas do conhecimento, contemplando e atendendo a um público de aproximadamente 50 mil pessoas. Entre esses projetos, podemos citar o Programa Terceira Idade em Ação, o projeto odontológico preventivo destinado a gestantes e bebês, a assistência à criança de baixa renda no tratamento contra o câncer, o Pré-Vestibulares Popular, o Projeto Universidade sem Muros, que oferece esporte e lazer à comunidade de Teresina, o treinamento para o aproveitamento racional do Babaçu e as políticas de ação afirmativas para afrodescendentes.
Mobilizadores COEP – Quais os principais benefícios desses projetos para os alunos e para a sociedade?R.:Os alunos têm a oportunidade para relacionar teoria e prática, agregando valores para sua futura profissão. Enquanto isso, a sociedade ganha como ente de inclusão na transferência de cultura e conhecimento.Mobilizadores COEP – Quais os principais desafios na implementação e desenvolvimento desses projetos?R.: Ampliar as ações de Políticas Públicas garantindo recursos financeiros nos órgãos de fomento para implementar novos projetos de extensão, desta forma incentivando mais e novos extensionistas.
Mobilizadores COEP ? Como é a participação da universidade no Projeto Universidades Cidadãs desenvolvido em parceria com o COEP?
R.: O Projeto Universidades Cidadãs integra hoje, ao lado de outros projetos, o “Programa Comunidades Semi-árido”, trazendo para esse novo esforço a “expertise” acadêmica, como contribuição as linhas de educação, geração de trabalho e renda, convivência com o semi-árido e gestão social. Embora a abordagem metodológica siga um conjunto de princípios já incorporados pelo COEP, as equipes de estudantes e técnicos bolsistas vêm trabalhando em cada estado em função de suas condições específicas. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, houve intenso relacionamento entre o projeto COEP e outras ações de extensão em curso, como é o caso das “Trilhas Potiguares”. Na Universidade Federal de Campina Grande, o professor coordenador estabeleceu frutíferas ligações entre o projeto COEP e o Movimento de Agricultores Atingidos por Barragens. Temos ainda o exemplo da Universidade Federal de Pernambuco, cuja equipe de coordenação relaciona o projeto COEP com a Incubadora de Iniciativas Associativas e Cooperativas Populares.
Mobilizadores COEP – Por que se optou por desenvolver um projeto de produção de mamona?
R.: A Embrapa, nossa parceira, propôs a criação de um Pólo de Produção de Mamona no Piauí para obtenção de biodiesel. A área de atenção da universidade no Pólo não é a da cultura da mamona propriamente dita, mas sim o desenvolvimento comunitário e o incentivo à agricultura familiar de quatro comunidades rurais de baixa renda no semi-árido do Piauí (Anísio de Abreu, São Raimundo Nonato, Jurema e São Brás) relacionadas à cultura da mamona. O desafio é proporcionar a essas comunidades as condições de melhor qualificação de seu produto final. Esse é o caso das máquinas descascadeiras de mamona e feijão, previstas para cada uma das comunidades, e também a sugestão de que o “pólo” de comunidades possa processar o esmagamento em pequena escala e realizar a venda do óleo.
Mobilizadores COEP – Quantos professores e alunos estão envolvidos no projeto? São de que áreas? Quais são suas atribuições no desenvolvimento do projeto?
R.: Há um professor coordenador, 6 estudantes bolsistas e 1 agente de desenvolvimento comunitário. O professor coordenador, entre outras atribuições, organiza as ações que serão implementadas, seleciona colaboradores dentro da universidade para atuarem nas comunidades e articula parcerias com entidades organizadas da sociedade civil. Já os bolsistas vêm de cinco áreas distintas: Agronomia, Economia, Pedagogia, Serviço Social e Arqueologia e Patrimônio Histórico. Os estudantes de Agronomia ajudam na organização das comunidades rurais. O bolsista de Economia trabalha no apoio à promoção de projetos geradores de renda; o de Pedagogia potencializa o uso pedagógico dos Telecentros; o de Serviço Social desenvolve novos meios para o atendimento a jovens e mulheres e o de Arqueologia é responsável pelo registro do ?imaginário popular?. O agente de desenvolvimento comunitário, por sua vez, apóia as ações do Projeto Universidades Cidadãs.
Esses projetos de extensão são dinamizadores dos processos de desenvolvimento regional a curto, médio e longo prazo, pois trabalham a questão do ensino, da pesquisa e da extensão no caráter pontual da ação e também na formação de formadores.
A importancia da inserção da Universidade Federal do Piaui, principalmente em se falando de Pró-reitoria de Extenção, é de grande importancia para o Desenvolvimento das Comunidades de baixa renda e que vivem no semi-árido Piauiense, e tendo em vista que um dos objetivos principais é a melhoria do nível de vida das pessoas e das comunidades, sim, por quê são vários projetos implementados pelo Coep Nacional e parceiros, e que merecem muita atenção por parte das universidades, apesar de o Coep Nacional sempre em conjunto com a coodenação do projeto, viabilizar as devidas condições para que o projeto dê certo, que acredito também ter uma participação profunda das pró-reitorias de extenção. O Unversidades Cidadãs é primordial para o sucesso dos projetos.
muito boa a idéia, queria que tivesse esses projetos também aqui em Alagoas, e que viesse para meu município, que é Feira Grande, pois tal iniciativa enriquece o viver das pessoas e valoriza o social.