O 3° Fórum das Comunidades Semiárido, realizado pelo COEP e parceiros, em Moreno (Pernambuco), teve como principal característica o protagonismo dos participantes, segundo avaliação do coordenador do Programa COEP Comunidades Semiárido, Marcos Carmona.O encontro, que ocorreu de 14 a 17 de setembro, reuniu mais de 180 pessoas, entre representantes de comunidades de sete estados do Nordeste onde o COEP Nacional implementa projetos de desenvolvimento, representantes de diversas entidades parceiras e convidados. A abertura do Fórum foi realizada pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.
Leia abaixo a entrevista
1- Como surgiu a ideia de se realizar o Fórum das Comunidades Semiárido?
Já realizamos seis encontros com os moradores de localidades onde o COEP desenvolve, desde 2003, o Programa Comunidades Semiárido. Em 2006, promovemos o primeiro Fórum e, agora, a terceira edição do evento. Como trabalhamos com várias comunidades, em diversos locais, a ideia desses encontros é criarmos uma oportunidade de contato entre os moradores das comunidades atendidas pelo Programa, para troca de experiências. Essa discussão é muito rica para o processo de desenvolvimento. Outro objetivo era criar o embrião de uma rede entre os integrantes das comunidades e sabemos que, para isso, precisamos ter comunicação; um ponto de interesse comum; um mesmo objetivo. Queríamos proporcionar uma oportunidade para as pessoas se conhecerem, para fortalecerem o desenvolvimento de suas comunidades e, também, para reunir as lideranças e capacitá-las em vários assuntos, desde aqueles relacionados ao associativismo, até questões mais técnicas e objetivas, como criação de caprinos.
2- Qual a principal diferença entre os resultados deste fórum e os anteriores?
Como as comunidades já vêm se encontrando desde 2003, o que pudemos perceber de mais marcante foi o nível de protagonismo dos moradores. Nesta edição, foram programadas menos palestras e apresentações. A maioria dos temas debatidos durante o evento foram definidos pelos próprios moradores. Eles apresentaram casos de sucesso das comunidades, realizaram oficinas, avaliaram e discutiram o que foi bem e o que precisa melhorar, debatendo possibilidades de ação para melhorar os pontos fracos e fortalecer ainda mais os pontos positivos.
Se alguém ia falar sobre caprinos, por exemplo, os moradores interagiam comentando sobre seu dia-a-dia, sobre a forma como lidam com os animais na prática. Além disso, eles também discutiram os pontos positivos e negativos do trabalho. Outra coisa importante é que a participação dos jovens aumentou muito. No fórum do ano passado a gente comemorou o aumento da participação das mulheres. Nesse, além de homens e mulheres ainda tivemos muitos jovens.
3- A que você atribui o aumento da participação de jovens?
Acho que o telecentro, um dos projetos implementados pelo COEP e parceiros nas comunidades do Semiárido, é o que vem aproximando a juventude. É a porta de entrada. Por meio do relacionamento com o telecentro, os jovens começam a pensar também em outras iniciativas para suas comunidades.
4- Como foi a programação do terceiro encontro?A gente fez oficinas onde os moradores apresentaram os pontos fortes e fracos que afetam a comunidade. Entre os aspectos positivos destacam-se, por exemplo, o acesso a livros de qualidade através das bibliotecas comunitárias implantadas em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário; o aumento de acesso à informação e interação através dos telecentros, resultado de uma parceria com o programa Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac) do governo federal; e o crescimento da renda através da caprinocultura. Já, entre os pontos mais vulneráveis estão a necessidade de se encontrar meios de sustentabilidade para os telecentros e a busca de novas formas de geração de renda. Fizemos discussões separadas por eixo de atuação e cada liderança pôde explicar como resolve os problemas de sua comunidade. Uma das delas, por exemplo, está obtendo renda com o tear, mas outras ainda não conseguiram alcançar o mesmo resultado. A partir dessa troca de experiências, do contato com técnicos presentes e dos debates, os moradores criaram um plano de ação geral, que, posteriormente, será particularizado em cada comunidade. 5- Em que consiste esse plano de ação?O plano de ação vislumbra caminhos possíveis para que os moradores possam resolver seus problemas, a partir do que foi feito em alguma comunidade na mesma situação. Algumas comunidades, por exemplo, já encontraram canais de comercialização para seus produtos, enquanto outras ainda não; algumas estão próximas de equacionar a questão de manutenção dos telecentros, ao passo que outras continuam buscando soluções. A ideia é que, pela troca de experiências, as soluções adotadas numa localidade possam ser replicadas em outras e que novos caminhos possam ser identificados.6- Qual foi o público participante do encontro?Tivemos mais de 180 pessoas de sete estados nordestinos, entre parceiros, lideranças comunitárias e membros dos comitês mobilizadores das comunidades, que são grupos formados por até seis pessoas com objetivo de mobilizarem os moradores em relação ao projeto e a questões voltadas para o desenvolvimento local. Nesse grupo há sempre o presidente da associação comunitária, além de homens, mulheres e jovens. 7- Quais foram as principais diretrizes do 3° Fórum das Comunidades Semiárido?Além da definição do plano de ação, das palestras, da apresentação dos casos de sucesso e da avaliação do trabalho, foi muito debatido como as comunidades podem se tornar protagonistas das ações para resolverem seus problemas, tendo o COEP como parceiro para ajudar no processo de desenvolvimento local. Leia também Fórum das Comunidades Semiárido reúne mais de 180 pessoas em PEEntrevista concedida a: Fabiana OliveiraEdição: Eliane Araújo
Que incrível,nenhum comentário!!!!
Uma entrevista tão especifica como esta
deveria ter vários depoimentos e registros.
O melhor seria participar pessoalmente de
um desses fóruns e só assim falaria bem mais
especificado!!!
Parabéns pra quem assistiu de perto.
eu acho que e muito importante a participação
de um membro da comunidade e depois que essa
pessoa voltar ele possa comentar sobre o que ouviu
de importante
os foruns são muito importantes para trocar esperiencia…pra cada comunidade aprender uma com a outra!
esses foruns traz muitas coisas novas e importantes para ficarmos experiente e saber mais!