O momento atual carece de uma liderança atuante e forte como Betinho. Conseguir sensibilizar e mobilizar um país contra a fome e miséria não foi uma tarefa fácil. Porém, Betinho sempre defendeu a participação coletiva como ator principal de mudança do cenário no qual nos encontrávamos naquele período histórico. Minha pergunta hoje é: onde está essa participação coletiva? Onde e em que momento a perdemos para estarmos vivenciando a não democracia, aos direitos garantidos com tantos sacrifícios e lutas serem extintos e retirados de nossas vidas? Ah,Grande Betinho, como faz falta a sua garra e atuação neste atual momento do nosso país…
Muito bom o curso, material interessante que nos faz lembrar das lutas de algumas décadas atrás e muitas delas já avançamos e agora estamos retrocedendo. Mas é a história e vamos aos poucos evoluindo. Na Luta, Sempre!
Fico impressionada com tanto conhecimento. A cada dia aprendo mais e vejo como crescemos e aprendemos a aceitar as diferenças.
Vejo a caridade e a diferença entre ela e solidariedade. A. Primeira é vertical a solidariedade é horizontal e reconhece o
seu semelhante com respeito e consideração. Aprende a trabalhar junto e a ouvir suas necessidades .
Que bacana, gente! Estudar as ideias do Betinho fez-me lembrar da minha infância nos anos 80, da luta pela redemocratização do país e o quanto este grande cidadão brasileiro formou minha geração com suas ideias de participação cidadã e inspirou muitas outras pessoas e organizações ao compromisso social que ainda hoje é urgente no Brasil.
Obrigada Francisco pelos comentários. Ajude a divulgar as ideias de Betinho e estimule outras pessoas a participar do Prêmio Betinho Imagens de Cidadania. Esse é um bom pretexto para colocarmos mais pessoas pensando em alternativas para construção do país que desejamos.
Bom dia, adorei o curso, e esses cinco principios básicos da democracia posto por Betinho se verdadeiramente fosse aplicado teriamos uma nação mas justa.
Betinho ao estabelecer prioritariamente os cinco “Princípios da Democracia” (Igualdade, liberdade, solidariedade, participação e diversidade), ele compreendia que a sociedade apoiaria com a erradicação da fome. Um problema que parecia ser crônico no Brasil. É bem verdade que o pernambucano Josué de Castro também deu sua contribuição no processo do término da fome no mundo por isso lembrado. Ainda sobre o sociólogo Betinho, algo que sempre me chamou atenção diante das diversas citações dele, foi quando afirmava sobre a importância da ética na política objetivando a aplicabilidade dos cinco princípios da democracia, e dos demais direitos fundamentais inerentes a dignidade da pessoa humana. http://www.memorialafro.blogspot.com.br
Abaixo uma reação às questões propostas: Como você concebe a liberdade? Como nos libertamos e ajudamos a libertar?
Da forma como a sociedade e o estado estão organizados a construção da liberdade se dá no espaço dos conselhos. Após a Constituição de 1988, a Constituição Cidadã, o Estado descentraliza e delega um certo grau de decisões para os espaços colegiados entre sociedade civil e governo. Nesses espaços é possível o exercício da cidadania, buscando conduzir os processos em curso por meio de valores pautados na ética e liberdade. Na realidade os cinco princípios da cidadania se retroalimentam, e tem nos espaços de diálogo com o governo a potencialidade de direcionar políticas públicas para sua realização.
Obrigada Gabriela pelos seus comentários. Realmente, a participação nos conselhos de políticas públicas é fundamental para o fortalecimento da democracia.
Boa tarde equipe mobilizadores e demais participantes do f’orum. Estou um pouco atrasada.
Vejo o Betinho como uma pessoa que continua viva, cujo legado foi e ‘e extremamente importante, é atual.
A situação atual de nosso pais mostra como necessitamos nos mobilizar.
Não consigo aceitar a realidade, que nos está sendo imposta.
Necessitamos de educação funcional, social e política.
Só assim seremos capazes de fazer acontecer os princípios da democracia..
Sonho com uma participação mais atuante, onde cada um de nós faremos a nossa parte.
“Ubuntu” – palavra africana, da língua Zulu. “Uma pessoa só é uma pessoa, através, ou por meio, de outras pessoas”.
(Grupo lingguístico Bantu).
Bem vinda Irene. Obrigada pelos seus comentários. Você aborda três pontos fundamentais quando pensamos em democracia: educação politica, participação e a noção de coletivo.
Buenas, meu Asè as todxs!
Estou manifestando minha presença no curso, somente hoje, mas tenho acompanhado desde a semana que iniciou.
Sou servidor público do Grupo Hospitalar Conceição, RS; sou educador popular/social; na instituição trabalho na promoção da segurança alimentar e na vida, na promoção do etnodesenvolvimento dos povos tradicionais de matriz africana, quilombos e outros povos tradicionais; no combate ao racismo institucional e a todo tipo de discriminação e preconceito.
Será redundante, aqui, traçar adjetivos acerca de Betinho, penso que assim como Paulo Freire, Betinho é uma energia presente em nossas atuações cidadãs, conforme conceitos delineados em suas elaborações. Hoje, estou em transição de Porto Alegre para Belo Horizonte, mas não muda o modo de pensar e atuar.
Sou acadêmico da Educação do Campo, e minha experiência tanto como educador, quanto gestor público, diz que os 5 princípios da democracia, sejam eles, a igualdade, a diversidade, a participação, a solidariedade e a liberdade, são um desafio constante, mas ultra necessários para a efetivação de relações que deem uma sustentação de bem estar social e econômico a todos os povos. Na entrevista do Professor Guareschi, afirma a necessidade da permanente superação e ruptura ao liberalismo e totalitarismo; ruptura por que se faz necessário ser singular mas não individual na sociedade, bem como também não é possível viver como um todo sem particularidades.E esse é o desfio permanente. Há muitos anos atrás, na pastoral da juventude, participei de uma formação com esse Professor Referência, onde o REVER depois de cada ação, provocavam essa busca de superação. Hoje, nesta crise de democracia, percebo que estamos em desequilíbrio.
Espero sair superado deste curso!
Estou encantada com o trabalho realizado por Betinho, sou professora de sociologia na EEEP Joaquim Albano em Fortaleza-Ce e nossa escola está realizando algumas atividades para mobilizar algumas ações e assim participar do prêmio. Todos esses principios encejados por ele e disseminados por outros pesquisadores nos fazem refletir sobre nós enquanto seres humanos, no sentido de muitas vezes, deixarmos de participar de algo na sociedade que poderia promover uma mudança social. Nossos alunos estão muito empolgados e envolvidos em várias iniciativas.
Olá Luana, obrigada pelos seus comentários. Que bom saber que sua escola está envolvendo os alunos no prêmio. Esta semana as discussões estão acontecendo no fórum 2. Convide-os a participar e a tirar dúvidas sobre como gravar e editar vídeos. Esperamos que haja muitos vídeos inscritos.
Olá Luana, fiquei muito feliz com a perticipação de vocês.
É bom saber que os professores e alunos do Colégio Joaquim Albano estão interagindo e realizando ações relativas ao Celebrar Betinho.
Excelente aprendizagem para todos e todas vocês.
Assistindo um vídeo/debate onde Darcy Ribeiro, principal entrevistado, discutia sobre o Brasil, algo que me chamou à atenção. Dois momentos foram marcantes:
– O primeiro falava sobre democracia: “Uma nação em que a classe dominante é de filhos ou descendentes de senhores escravos, leva na alma alma o penhor, o calejamento do senhor escravo…”
– No segundo momento, ele diz que “não há lugar melhor que para fazer um país que esse (Brasil)”.
Portanto, é interessante entender que participar não pode ficar restrito às eleições. Participar é acima de tudo o ato de, dentro do processo democrático – onde todos e todas possam se repeitar e reconhecer os direitos individuais e coletivos – procurar conhecer a sociedade que vivemos, discutir seus problemas, apresentar propostas de interesse popular, exigir que sejam aprovadas e fiscalizar os atos dos governantes. Lembrando que os pontos citados precisam ser discutidos de forma coletiva, com o maior número de pessoas, de todos os seguimentos.
Esses dois pontos, democracia e participação, faz lembrar um debate realizado na Universidade Federal do Ceará (UFC) sobre democracia e participação popular. No evento um dos debatedores citou Winston Churchill, lembrando a seguinte frase do ex-presidente americano: “A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela”.
O homem procura obter cohecimento, e quando encontra descobre que nada sabe.
Quando olhamos para a natureza e animais, podemos perceber que os prórpios elementos da natureza, nos ensina como vivermos em uma sociedade respeitando o espaço de cada ser.SO SEI QUE NADA SEI, Socrates.
Exatemente Franzé participar é também discutir sobre a sociedade em que vivemos, sobre as leis que nossos representantes aprovam e que desconfiguram o verdadeiro estado democrático de direito.
Hoje, concluímos o primeiro módulo do curso Imagens de Cidadania. Na segunda-feira, dia 25, tem início o segundo módulo, abordando noções para gravação e edição de vídeos utilizando equipamentos simples e acessíveis como celulares.
Gostaríamos de agradecer a participação de tod@s nesses primeiro módulo e fazer um convite para que divulguem o Prêmio Betinho Imagens de Cidadania entre seus familiares, conhecidos, alunos, etc.
Nosso objetivo é estimular uma série de ações de engajamento social, a exemplo das muitas mobilizações que Betinho inspirou.
Para Marx, “o homem é o primeiro ser que conquistou certa liberdade de movimentos em face da natureza. Através dos instintos e das forças naturais em geral, a natureza dita aos animais o comportamento que eles devem ter para sobreviver. O homem entretanto, graças ao seu trabalho, conseguiu dominar em parte, as forças da natureza, colocando-as a seu serviço.”
Obrigada pela participação Diana. O trabalho pode realmente ser libertador especialmente quando segue a lógica da solidariedade, do aprendizado conjunto, da partilha.
Já dizia Kant que o princípio da autonomia implica necessariamente em conhecimento, pois como podemos escolher se não temos informações suficientes das opções. Penso que liberdade deve atender o mesmo princípio. Liberdade pode ser compreendida sobre uma perspectiva que denota ausência de submissão e de servidão, não podemos desta forma, abrir mão da consciência e do conhecimento.
Obrigada Fábia. Você aborda dois temas fundamentais: consciência e conhecimento. Como bem destaca o professor Pedrinho Guareschi “A liberdade é um processo infinito, como dizia Betinho, de busca de razões do porquê eu sou o que sou. Ou seja, à medida em que cresço em consciência, vou me libertando.” Precisamos sempre fazer as perguntas que Paulo Freire sugeria: “Por que eu sou o que sou? Por que as coisas são assim?”
Compreendo que o conceito de liberdade perpassa pelas escolhas, quando posso escolher onde ir, oque falar; quando escolho aprender,quado dou ao outro a condição do livre arbítrio,eu também sou livre. Quanto ao conhecimento conquistado, este constitui-se em ponte para a libertação daqueles que o adquire e para aqueles a quem será transmitindo,considerando-se que é o conhecimento que vai permitir ao indivíduo a
formação da consciência crítica.
De acordo com o dicionário Aurélio Online, teoricamente, o significado de liberdade está ligado ao “direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem”. No entanto, acredito que, na prática, a liberdade é como a linha do horizonte, está sempre visível e muito distante.
Mas também acredito que é preciso saber admira-la, olhar o que tem de melhor e seguir sempre ao seu encontro, procurando o caminho melhor. Esse caminho é o conhecimento.
Olá Franzé, obrigada pela participação. Assim como a Fabia, você cita o conhecimento como caminho para liberdade. Que bom. Quanto mais adquirimos consciência crítica, o olhar interrogador que vem do conhecimento, da busca por respostas, mais conseguimos nos libertar das muitas amarras que nos aprisionam:a lógica do mercado, as “verdades” da mídia tradicional, a sedução do marketing, e por aí vai… Valorizar a conhecimento tradicional, a sabedoria do povo, também é libertador.
A democracia e saber respeitar o eapaço e direito do proxímo. O que acontece hoje e a falta de respeito e dignidade moral perante as outras pessoas.
Não adianta um país ter a democracia e o povo mão preserva a educação.
Oi Nelson, no texto “Democracia e cidadania” Betinho afirma: “São cinco os princípios da democracia, são cinco e juntos totalmente suficientes. Cada um separado já é uma revolução (…) coloque o eixo dessa revolução na cidadania, em cada pessoa e em todas. Não no Estado, nem no mercado. Eles não são capazes de dar vida a esses princípios. Essa obra é do homem e da mulher, juntos”.
Então, sigamos para que a educação, em suas várias formas, especialmente a não formal, humanista, política se fortaleça.
É muito bom esse espaço para trocas e aprendizado. Obrigada a toda a equipe do curso.
Sobre democracia a história já nos mostra, ela precisa ser conquistada o tempo todo. Pois é algo que mesmo sendo um direito, não é adquirida e sim conscientemente conquistada.É isso que Betinho nos convidou lá atrás e nos convida hoje. A conquistar a democracia através dos cincos pilares por ele estabelecidos e a nós reapresentados.Solidariedade,igualdade,participação,liberdade e diversidade.
É isso mesmo Rosane. Obrigada pela participação. Betinho dizia: A democracia “começa na relação interindividual, passa pela família, empresa, igrejas, instituições da sociedade civil e culmina no Estado. Uma sociedade democrática é aquela que vai conseguindo democratizar todas as suas instituições e práticas. É uma sociedade penetrada pelos princípios, construída por eles, de forma consciente, voluntária e livre. É o reconhecimento da humanidade de todos por todas as pessoas.”
Olá sou Vanda Matos do Acre…Sou Assistente Social. E estou na luta sempre pela defesa intransigente dos Direitos Humanos.
Essa frase do Betinho nos encoraja para não desanimar diante do atual cenário da Politica Brasileira.
Concebo o verdadeiro sentido de liberdade como acesso… Acesso a informação, oportunidades, escolhas… Sem isso o conceito se torna vazio e pode se tornar mais um “opressor” na vida daqueles que não possuem acesso e são cobrados de “produzirem,fazer” utilizando essa pseudo-liberdade.
Obrigada Mariluci por sua participação. Que bom que gostou do fórum. Esperamos que o material disponível e as discussões inspirem ideias e propostas que possam ajudar a consolidar a democracia com base nos cinco princípios e que sejam apresentadas em vídeos pequenos de até 3 minutos.
Hoje, vamos falar, principalmente, sobre liberdade.
Para Betinho, liberdade é um conceito que se mistura com a própria democracia. “A democracia é o igual e o diverso. O encontro de liberdades. A convergência da pessoa e da comunidade. Da sociedade civil e do Estado (…)”.
Nosso tutor, Prof. Pedrinho Guareschi, lembra que “o melhor enfoque para discutir esse princípio é o de Paulo Freire, que resgata a liberdade através da consciência – a consciência é o quanto de resposta eu consigo à pergunta: por que eu sou o que sou? Por que as coisas são assim? Ninguém é livre sem ter consciência”.
Paulo Freire, que também morreu há 20 anos, dizia: “ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunhão”.
Como você concebe a liberdade? Como nos libertamos e ajudamos a libertar?
Bom dia pessoal, tenho refletido bastante sobre estes temas ao longo da minha vida e me aproximo muito da concepção de Paulo Freire e Sartre quando nos designa a compreender a liberdade por dentro e não algo dado ou obtido por outrem. Liberdade primeiramente, acredito que seja o auto reconhecimento enquanto ser social e a compreensão da seu caráter coletivo. A liberdade é coletiva, não posso ser plenamente livre se meu semelhante não a experiencia… Vou costurando meus pensamentos e cada vez mais tenho consciência que somente na pluralidade conseguiremos alcançar nossa singularidade.
Que bacana sua reflexão Simony. Pensarmos todos os princípios a partir do coletivo, da relação e troca é o que vai nos ajudar a trilhar o caminho em busca da democracia.
Betinho dizia:“Os cinco princípios (igualdade, diversidade, solidariedade, participação e liberdade) juntos constituem a definição de tudo que nós todos devemos querer para a humanidade inteira. Como colocar os valores da democracia como bússola de todas as ações, como inspiração de uma nova estratégia mundial?”
O meu direito começa quando começa o direito do outro. Acho essa ideia muito interessante pois tradicionalmente falamos que o meu direito termina quando começa o do outro. Entendo ser muito mais construtivo pensarmos como na primeira abordagem. Isso nos leva a uma proposta de fazermos juntos, observando interesses comuns mesmo que esses brotem da diversidade.
Acho que a liberdade vai nessa mesma lógica, ou seja, a minha liberdade começa junto com a do outro. Concebida desta forma, ela nos leva a cidadania, que é construída no caminhar e nos faz sempre buscar mais. Ela emerge da consciência crítica trazida por Paulo Freire, individual e coletiva.
Essa é a base da democracia com participação efetiva do conjunto de cidadãos desde a fase propositiva.
Penso que a partir da consciência ampliada através das experiências da vida, o ser humano pode viver a liberdade verdadeira quando faz suas escolhas sabendo as consequências que as mesmas trarão para a sua vida e a dos que convivem com ele. Sem a consciência do momento e das consequências futuras, o ser humano atua condicionado pelos seus hábitos que, muitas vezes, se traduz em dor e sofrimento que se perpetuam até que os condicionamentos sejam quebrados e novos comportamentos sejam adquiridos. Este processo acontece a partir dos relacionamentos humanos porque, se o ser humano permanece só, não há possibilidade de atritos que podem levar a reflexão, se o ser se propor a mudar; ou que levam a novos atritos, se o ser preferir ignorar que precisa modificar seu comportamento e continuar a culpar outros pelos seus problemas. Então, nos libertamos quando nos propomos refletir e mudar para termos mais harmonia conosco mesmos e com os outros; ajudamos a libertar outros quando conseguimos mostrar o que ele pode mudar para ter mais harmonia e paz, com consciência de que a mudança é uma decisão pessoal e que cada um tem o seu próprio tempo na escala da evolução.
Esta citação do Paulo Freire, é muito lúcida e incitadora e por isso me propus a fazer uma reflexão parte a parte. “Ninguém liberta ninguém” – se olho para a outra pessoa como ser passivo, e eu como ser ativo do processo, coisifico-a e me coisifico, impedindo que ambos, a pessoa e eu, possamos transformar a nossa realidade. Desta forma, não permito a esta pessoa e nem a mim mesma, libertarmo-nos das opressões que mantém o status quo, pois, na minha compreensão equivocada, detentora do saber e das resoluções possíveis para superar os problemas, imponho (prescrevo) a esta pessoa o meu pensamento e a minha prática. No entanto, se a mesma não é inserida como sujeito, nesta relação, eu não permito que esta traga a sua realidade para debate e imponho a mim, também está proibição de conhecer, de codificar, problematizar e superar os limites que se fazem presentes nesta realidade. Agora, se eu compreendo que “Ninguém se liberta sozinho. As pessoas se libertam em comunhão”, veja a outra pessoa como ser ativo (sujeito), cognoscente, capaz de pensar e atuar em sua realidade, de transformar-se, transformar-me e, por consequência, transformar a realidade em que nos inserimos e nos integramos. E nesta prática, de intersubjetividade, de intercomunicação, nos libertamos das opressões que nos impedem ser quem somos, expressarmos nossos saberes, compartilharmos nossas práticas, buscarmos nossos direitos, solidarizando-nos com as outras pessoas, trabalhando para reduzir as desigualdades, pois não nos libertaremos enquanto as outras pessoas vivenciarem violações diárias, enquanto a liberdade da outra pessoa seja afetada, mesmo que de forma inconsciente, e por isso a necessidade da tomada de consciência, pela expressão da minha liberdade.
Boa tarde!
A concepção da liberdade por meio do aprimoramento da consciencia de si e do mundo, muito me agrada. Neste aspecto, pensar a democracia tendo a cidadania efetivada por meio da participação, e o desenvolvimento da consciência como primordial a liberdade, e o individuo presente desde a relação entre as pessoas, como ao meu entender, propôs Betinho, traz a luz uma chave para os processos vigentes: a responsabilidade.
Prezada Equipe Mobilizadores e demais colegas de curso.
Com base no conteúdo do curso vejo os cinco princípios a nós legados pelo Betinho, como interdependentes ou seja todos estão inter-relacionados e se complementam.
A cidadania plena a nós brasileiros em nosso entendimento, só será experimentada quando pautada pelos princípios apresentados, evidente que há necessidade de uma cultura da prática desses princípios e parafraseando Paulo Freire esse caminho é a educação que alcança as consciências e liberta as pessoas da condição de exclusão, da omissão e da subjugação cultural, social, econômica e política.
Assim, o exercício prático dos princípios por nós vistos é em nosso entendimento, o caminho para a o exercício pleno da cidadania e da ética.
Creio que alguns dos colegas tem através da mídia conhecido sobre a chamada “Cracolândia” no centro da cidade de São Paulo, local aonde tive a oportunidade de trabalhar por cerca de dois (02) anos. Esse é um local de visível ausência de cidadania e democracia, mas por outro lado rico em diversidade e também um local muito propício para a prática da solidariedade.
Por fim é sempre bom lembrar que a nossa Constituição conhecida como cidadã, preconiza no artigo 5º “…Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza…” porém a um longo caminho para que isso de fato seja efetivado.
Obrigada pelos comentários Queiroz e por falar de sua experiência. Você cita Paulo Freire (esse caminho é a educação que alcança as consciências e liberta as pessoas da condição de exclusão, da omissão e da subjugação cultural, social, econômica e política) e ele realmente é essencial para entender os cinco princípios da democracia elencados por Betinho. É fundamental também para pensarmos sobre o princípio a que vamos nos dedicar mais hoje: a liberdade.
O tutor Prof. Pedrinho Guareschi prefere responder as perguntas feitas pelos participantes do curso por e-mail. A seguir, as respostas dele às perguntas da Adriana:
I) O que podemos entender por “princípio”? Princípio como lei moral, um valor que orienta uma conduta ou ação?
R.: Cara amiga, em geral se entende ‘princípio’ como uma orientação, algo sobre o qual nos fundamentamos. Esse princípio certamente pode carregar valor, ou valores: mas o mais importante é que ele seja NEGOCIADO pelas pessoas que vão assumi-lo como orientação. São decisões negociadas. Na discussão para estabelecê-lo é que cada um vai argumentar para garantir que ele seja aceito por todos os do grupo. Mas por si mesmo, um princípio não cai do céu… é resultado de discussões.
II) Qual é a diferença entre ética e moral?
R.: Muitos não fazem distinção entre os dois. Os dois tem a mesma etimologia: ética vem de ‘ethos’ que em grego é costume, e moral vem de ‘mos, moris’, que em latim é também costume. Mas alguns, a maioria hoje em dia, distingue no segundo sentido: moral, ou moralidade, ficam sendo os costumes que foram se estabelecendo, dia a dia, um tanto tacitamente, sem as pessoas se questionarem ou perceberem. E ética ficou sendo entendido como UMA CRÍTICA DA MORAL.
Então ética fica sendo aquela parte (da filosofia em geral) que pergunta: qual o fundamento dessa moral? Por que esse costume deve ser assim? Por que, em geral, nas famílias os meninos têm privilégios que as meninas não têm? etc.etc. A ética é então uma postura crítica diante de costumes que foram se estabelecendo, questionando por que são assim e revelando suas ideologias e injustiças muitas vezes…
III) O conhecimento e a reflexão poderiam ser considerados como princípios?
R.: Como falei acima, em geral princípio é resultado de negociação. Mas se alguém quiser dizer que são princípios, tudo bem. Para mim, o conhecimento e a reflexão são características dos seres humanos que são necessárias para que se possam estabelecer situações de desenvolvimento e de melhoria das condições de vida. São qualidades que temos e com as quais podemos ser mais felizes e ter uma vida digna e boa.
Olá a todxs!
Sou Tatiana Gerhardt, professora em Saúde Coletiva na UFRGS e tenho trabalhado nesse campo com a antropologia da saúde e, mas recentemente com a antropologia visual. Agradeço todxs a oportunidade de participar desse curso com tão ricas colocações e trocas de ideias. Não estou conseguindo acompanhar diariamente as postagens, mas compartilho hoje algumas reflexões sobre as questões colocadas neste fórum.
Para mim, para pensar na democracia e nos 5 princípios propostos (com os quais concordo plenamente), precisamos pensá-los de forma conjunta, pois não há democracia sem pelo menos esses 5 princípios, como nenhum desses princípios pode existir um sem o outro. Assim como pensamos que o ser humano é um indivíduo-relação, a democracia só possível (pelo menos na conceituação proposta) se esses princípios existirem todos ao mesmo tempo. Como parto do princípio de que todos eles são construídos socialmente, ou seja, pelas nossas relações e que estas são movidas por aquilo que partilhamos ou deixamos de partilhar, pensar nessas relações no momento atual me remetem a um outro conceito/noção, o de resistência, a resistência como dimensão importante para a permanente construção social, para a co-construção, para a produção social compartilhada, co-autoral. Isso nos coloca imediatamente na relação entre pessoas que irão co-produzir, compartilhar saberes, o que me faz pensar na noção de alteridade e na noção de descolonizar os sentidos. Na necessidade de pensar a noção de alteridade por meio de uma perspectiva plural e híbrida. A grandeza que a alteridade nos traz é o seu próprio ethos (valores, ideias ou crenças), explico: vários conceitos/valores/moral/ética, hábitos tangenciam com a noção de alteridade – empatia, compaixão, respeito, tolerância, diversidade, individuação – contudo, nenhum deles, sozinho, foi suficiente para estabelecer um ethos sólido e atualizado para os conflitos humanos ao longo, especialmente, do último século e suas consequências: duas guerras mundiais, a disseminação de inúmeros conflitos locais, o desenvolvimento de armas nucleares e biológicas de assustador potencial de extermínio e, sobretudo, o clima generalizado de hostilidade e intolerância que coloca em risco desde comunidades até a própria humanidade. Portanto, alteridade é uma noção em construção e uma postura ético-política de encontro com o Outro; para mim seria resumidamente o que junta todos os princípios da democracia, ou seja é a sensibilidade de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença, e assim construir cidadãos conscientes e responsáveis uns pelos outros.
Cara Tatiana, muito obrigada por suas considerações e ensinamentos que enriquecem muito nosso debate. É verdade, apenas para facilitar as discussões falamos separadamente de cada um dos cinco princípios, mas eles se complementam e têm de ser vistos de maneira complementar e inter-relacionada. Muito importante também as noções que traz de resistência, alteridade. São ótimos temas para aprofundarmos nossas reflexões e debate.
Olá! Sou Lili Nogueira de Mauá S.P, quero parabenizar a Equipe Mobilizadores por nos proporcionar este curso, com temas tão atuais e necessário nos dias de hoje.
Oi Lili, obrigada pelos seus comentários. Esperamos que este curso a inspire a fazer propostas para consolidarmos a democracia baseada nos princípios defendidos por Betinho.
Para nos ajudar a compreender a solidariedade, destacamos aqui um trecho da entrevista do professor Pedrinho Guareschi:
“A gente só entende solidariedade quando compreende que o ser humano não é nem indivíduo – que não tem a ver com os outros – nem peça da máquina , do sistema. É quando o percebemos como pessoa-relação, que está no meio entre a igualdade e a diversidade. Solidariedade acontece quando o ser humano percebe que ele só pode ser se considera os outros.”
Eu sou a Aiko, moro em Canoas/RS, fundadora e coordenadora geral do Projeto Semear que atua com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social há 10 anos, inicialmente de casas de acolhida , depois nas vilas e instituições co-irmãs.Desenvolvendo a cidadania, melhorando a auto-estima e propiciando oficinas e cursos voltados a empregabilidade.
A solidariedade é para mim a virtude mais linda ! O desprender-se de si mesmo, olhar para o outro e sentindo a dor dele, trabalhar como se fosse a minha para ajudá-lo !
Estou aproveitando muito as informações deste curso e agradeço a oportunidade de poder realizá-lo !
Olá Hadoika, obrigada por falar de sua experiência. Parabéns pelo projeto. Na sua prática profissional como vê a solidariedade entre as crianças e adolescentes atendidas pelo projeto? Pode nos contar um caso que exemplifique? Obrigada.
Sempre incentivamos eles a participarem das decisões de tema, até do lanche com sugestões e trocas. Até aula de culinária já rolou.
Entre eles acabam desenvolvendo uma amizade maior como se fossem membros da mesma família.
Tenho um amigo, Mário Heleno Hoeveler que é órfão, criado nas Aldeias SOS, com a idade calculada pela arcada dentária por ausência total de informações da sua origem, atualmente advogado tributário e defensor da criação de leis de adoção humanizadas. Durante as várias palestras que fez para nossos “filhos de coração” sempre há uma sinergia contagiante, porque eles falam a mesma língua, sofrem ou sofreram as mesmas dificuldades,abandono,negligência, rejeição…
Poder apresentar exemplos reais de superação é um estímulo maravilhoso a continuar nesta caminhada !
Está inscrita nesses cursos é ter a oportunidade em ser participativa e conseguir alcançar os objetivos propostos oferecidos pelo o mesmo,é buscarmos a realização de nossas expectativas diante de um País e Mundo tão conturbado, em situação referente a Democracia, é sairmos do comodismo e buscarmos a renovação a insistência da realização de nossos sonhos e projetos,somos seres transformadores de ações, e que tais ações e atitudes tenham o poder de modificar as mazelas emitidas muitas das vezes pela mídia, na qual, nos capacita em nossas decisões dentro das Políticas Públicas, proporcionando o avanço democrático, a emancipação do Cidadão, com direito a Voto e Voz,.Portanto, o que nos impulsiona à essa participação social, é a relação de Poder no mundo do trabalho, com Responsabilidade, ética e Comprometimento.
Bom dia Regina e obrigada pela participação. Participar, especialmente na formulação e acompanhamento das políticas públicas, é essencial para transformações com maior impacto social.
“Solidariedade” me lembra “solidário”, que se simplesmente trocarmos o “d” por “t” gera “solitário”, que nos remete a “solidão”. Uma simples troca de letra faz muita diferença. Qual dos dois queremos para nós e para o mundo?
Não faz sentido compreender o ser humano como um indivíduo isolado, solitário. Que projetos ele pode empreender dessa forma? Qual a qualidade desses projetos? Serão eles sustentáveis?
A melhor resposta para uma vida melhor está neste quarto princípio da democracia, trazido pelo Betinho: “…os princípios de uma verdadeira democracia têm de ser permeados pelo sentimento e pela emoção de ser solidário. A solidariedade é a emoção mais forte que a humanidade pode viver e experimentar. Solidariedade significa a convicção de que não estamos isolados; é aceitar a relação”.
Encontraremos essa resposta ao nos percebermos como pessoa-relação. E para isso precisamos nos aprofundar numa prática que anda tão difícil hoje em dia, que é a do diálogo. Nesse sentido incorporam-se temas como igualdade, diversidade, ética, respeito, humildade, atenção ao outro, e tantos mais.
E desse jeito, considerando o outro e percebendo que somos mais com essa relação, poderemos desenvolver projetos coletivos com interesses comuns.
Ótima reflexão David. Nos percebermos como pessoas-relação é fundamental nas iniciativas cotidianas e também na busca de mudanças sociais. É na relação que crescemos, construímos e nos transformamos.
A solidariedade está em baixa no espaço público. Vejo isso no espaço ao meu redor. Vejo isso na política macro.
Tomar o outro como instrumento para satisfação das minhas vontades – que é o contrário de qualquer solidariedade – está cada vez mais hegemônico. Para contrabalançar esse meu pessimismo, fui lá reler o professor mexicano Leopoldo Zea, que aos 90 anos, escreveu uma “Carta às pessoas que não conhecerei”. Quem quiser conhecer, o link é: http://www.ensayistas.org/filosofos/mexico/zea/milenio/4-2.htm
Será sua sensação pessimismo ou realismo? Vejo muitas bandeiras ocuparem o lugar do bem-comum – estamos fragmentados… em um crescente darwinismo social…
Estou aqui pensando… os cinco princípios propostos para democracia são muito caros… porém algo parece não estar indo muito bem…
Como fortalecer esses alicerces?? Talvez incluindo outros… que deem sustentação.
Ainda partindo do princípio que só consegui me ver como parte ativa em ações solidárias a partir do momento em que tive minhas necessidades básicas satisfeitas, penso que a solidariedade é a emoção que une as pessoas em torno de necessidades e ela se relaciona com o coletivo a partir de ações para satisfazer estas necessidades, se e somente se cada um tiver consciência da sua possibilidade de mudar esta realidade. Enquanto um ser estiver faminto, para garantir a sua sobrevivência, ele pensará primeiramente em garantir que sua fome seja aplacada, portanto, todos que têm algo além do necessário para si mesmo, se e somente se conseguir despertar a consciência para fora de si mesmos, poderão se solidarizar com o coletivo, com interesses públicos e com a relação com os outros.
Obrigada Marise pelo seu comentário. Precisamos mesmo, como você diz,”despertar a consciência para fora de nós mesmos”.
É importante pensar a solidariedade também como forma de construção/ produção/ criação conjunta como acontece no cooperativismo, nas iniciativas de agricultura urbana, nos projetos de agricultura familiar, nos mutirões para construção de casas, cisternas, apenas para citar alguns exemplos.
Da mesma forma, ela também se manifesta na acolhida às pessoas ao nosso redor: às vezes, olhar para alguém, ouvi-lx, confortar pode fazer toda a diferença, não é mesmo?
Guareshi e Romani no texto Política e Liberdade afirmam que a solidariedade transformada em ação é um sentimento que ultrapassa a dimensão racional. Já dizia Betinho que “a solidariedade é a emoção mais forte que a humanidade pode viver e experimentar”. A partir disto, podemos dizer que a solidariedade se pratica motivada pelo “amor” ao próximo com a consciencia de pertencimento e igualdada da raça humana. Assim acontecem os atos de ajuda quando as pessoas precisam de algo que geralmente entendemos como uma violação do direito de ser humano como a falta de comida, de roupa, de dignidade violentada, de representatividade. Mantemos um elo relacional com outras pessoas mesmo sem conhece-las. Algo inerente a condição humana.
Que bacana pensar que é inerente à condição humana o elo relacional que mantemos com todos os demais. Se tivéssemos isso sempre presente pensaríamos duas vezes antes de agir, buscaríamos o bem comum e o bem viver.
Faz parte da utopia que deve nos alimentar e nos mover.
Conheci Betinho na graduação, aulas sobre ética e direitos humanos, desde então procurei aprofundamentos sore seu trabalho e militância. Esse curso é maravilhoso, está me proporcionando muito aprendizado. #Betinhopresente
Sensacional! Não há outra forma de mudança se não houver empenho de cada cidadão. Fazemos parte da sociedade e somos responsáveis por tudo. Nossa ação ou omissão refletirá no todo. Não podemos nos omitir, avante…
Pode-se dizer que a solidariedade é um ser junto, um ser com as outras pessoas. Está relacionada à empatia. Não no sentido de nos colocarmos no lugar das outras pessoas, para resolver ou sugerir a solução dos problemas a nós apresentados, mas no sentido de ser com, de fazer a escuta atenta em relação às demandas, de pensar coletivamente as possibilidades para atuar e transformar com. A solidariedade é dependente da intersubjetividade, da intercomunicação, da dialogicidade, pois sem estes não há como pensar e atuar coletivamente, em prol de interesses em comum e não apenas de interesses comuns. E quando temos interesses em comum, tendemos a buscar saberes e práticas que auxiliem um caminhar em direção à transformação social, à redução das desigualdades, à equidade, à igualdade, à atuação cidadã e crítica.
A solidariedade, ao meu ver, traz em si a síntese dos princípios aqui trabalhados, pois somente se torna efetiva quando nos percebemos integrados ao todo social, desse modo, agimos com a percepção do impacto na coletividade. O principio da solidariedade traz consigo nossa responsabilidade participativa.
Bom dia, esta sendo muito bom poder participar desses cursos online, devido a correria trabalho, faculdade não tenho muito tempo para poder fazer cursos fora, mais desde que me escrevi tem sido enriquecedor. Materializar a fábula do beija-flor descrita por Betinho, tem que ser o nosso lema de vida, se cada um de nós fazermos a nossa parte com certeza o resulta será favorável para todos. Só posso agradecer a todos que fazem parte da Equipe Mobilizadores.
Bom dia Leila. Obrigada pela sua participação e comentários. É um estímulo saber que o curso está sendo proveitoso e esperamos que também possa estimular a cidadania ativa, como defendia Betinho.
Olá. Boa tarde, de acordo com a “fábula” contada por Betinho no vídeo penso que realmente a participação é fazer parte e para fazer parte precisamos fazer a nossa parte não importa o tamanho que ela seja, porém, precisamos trabalhar muito o nosso limiar de frustração. Esse limiar pode ser único e pessoal quando nos satisfazemos em apenas fazer a nossa parte, ou pode ser implantado pelo contexto, por exemplo, quando o resultado não é visualizado pelos demais. De qualquer forma conseguir ficar à parte, sem participar acredito que seja a maior das frustrações, o niilismo, o aniquilamento do ser coletivo; e que na nossa sociedade muitos nem enxergam o quanto estão aniquiladas e o quanto isso é destrutivo para essa sociedade.
RUIMAR ALVES23/08/2017 às 10:13 am Participação, como está difícil levantar essa bandeira num país afundado num lamaçal político e moral. Mesmo que nossas intenções sejam boas (combater a fome, eliminar preconceitos, trazer dignidade, etc) as pessoas andam desconfiadas, receosas, pois acham que há algo por trás, tipo alguém está ganhando, alguém está levando vantagem, etc.
Concordo com vc e penso que a população está cada vez menos interessada em diferenciar o certo do errado já que os “maus” usam o mesmo discurso dos “bons”.
Obrigada Fabia pela participação. Em contato com outras pessoas que também têm buscado manter a esperança nos realimentamos e ganhamos força para seguir em frente.
Para nos ajudar a entender o pensamento de Betinho sobre participação: “(…) cada um de nós é responsável pelo que acontece nas questões locais, nacionais e internacionais. Somos cidadãos do mundo e, portanto, corresponsáveis por tudo o que ocorre. A única forma de transformar este direito em realidade é através da participação”
Linda fábula do beija-flor, cada um fazendo sua parte é muito. Ontem ouvi também um “exercício” que dizia, não precisa fazer o bem, basta não fazer o mal. Mas essa acomodação no simples, não fazer o mal, talvez para atual situação global não seja suficiente, também temos que participar e regular melhor nosso convívio. Infelizmente as instâncias de participação não são tão abrangentes e as decisões politicas não abarcam a inúmeras realidades, nosso modelo ‘democrático” não alcançou a democracia, e muitos sujeitos acabam se distanciando dos mecanismos de participação e controle social por não sentirem mudanças reais ocorrerem. Gosto das pequenas ações “do local para o global”, porém é urgente e necessário romper com o modelo fadado a corrupção que é o nosso sistema político, além de corrupto é patriarcal, racista… Quando era mais jovem acreditava que íamos ter um governo que atenderia as demandas sociais e iriamos viver num lugar com melhores condições em pé de igualdade, o que não ocorreu, os jovens da atualidade que convivo acreditam que precisamos acabar com o Estado, que não precisamos de governo e que somos capazes de fazer nossa própria gestão. Sinceramente não sei se ando perdendo a fé, ou a coragem, ou se me falta leitura para iniciar uma ação pequena que possa contribuir no núcleo para avança no campo e então alcançar uma grande mudança.
É Rachel, vivemos mesmo um momento difícil, mas é exatamente aí que precisamos nos renovar e persistir. A mídia mostra muitas mazelas e omite várias iniciativas muito relevantes e transformadoras que estão ocorrendo em todo o país. Ao mesmo tempo em que vivenciamos perdas, encontramos muitos focos de resistência. Vejamos as conquistas dos movimentos negro e feminista, por exemplo, as manifestações culturais nas periferias, os mutirões, as iniciativas de economia solidária, a agricultura familiar, os grupos de agricultura urbana, as iniciativas de convivência com o Semiárido. Nesse último caso, o COEP tem um projeto que vem dando muitos frutos. Para saber mais, visite: http://comunidadescoep.org.br/.
Sejamos beija-flores!
Toda forma de participação é fundamental para a craição de consciencia e prática de cidadania. Porém, a participação nas decisoes nas políticas públicas é um elo de ligação entre a governança e a gestão democrática. A ligação destes tres elementos proporcionam o avanço democrático de um país e emancipa o cidadão.
É verdade Paulo. Precisamos estimular uma maior participação nas diferentes esferas de debate e definição de políticas públicas e no acompanhamento do orçamento.
Gostei muito dessa fala do Betinho: “Eu não quero receber de graça, nem como dádiva, nem a minha
liberdade, nem a minha igualdade. Eu quero que isso seja construído com a minha participação.” Acho que isso expressa muito bem a importância de participar. Quero sair da arquibancada, para de ficar contemplando o espetáculo, e ir pro palco fazer junto.
Primeiro, acredito nisso, segundo, acho que desse jeito vai ser muito melhor. Vou com os outros juntar nossas ideias, vou assumir responsabilidades conjuntas e parar de culpar o outro. Desse forma, acredito que avançaremos nas soluções dos nossos problemas, tanto locais, nacionais como do mundo, do planeta.
Tava trabalhando exatamente isso nesta semana com meus alunos de uma turma de alfabetização de adultos. Abordando o entendimento de “território” e o senso de pertencimento. Partimos do lugar que nasceram e do onde vivem hoje, viajamos pelo Brasil e pelo mundo e voltamos para nossa cidade e nossa comunidade. Em que espaços desses sentimos que é nosso território, que pertencemos a ele. E o que precisamos fazer para cuidar deles. É muito interessante pensar que o mundo (o planeta) é tanto o nosso território como nossa comunidade.
A participação é um dos princípios da democracia (por Betinho), que considero mais importante para nossa realidade. Como está no conteúdo, sem participação não há cidadania e muito menos democracia. Pensar em participação para jovens como eu, e outros mais novos ainda, é também lembrar da educação, das escolas (como disse o Wagner Moura no vídeo para o Celebrar Betinho). Visto isso, chego a triste e cada vez mais pessimista conclusão sobre nossa situação, o quão longe ainda estamos da realidade que buscava Betinho, mesmo após 20 anos de falecido. Nossos governantes devem refletir nosso povo e ambos se preocupam cada vez menos com a efetividade da nossa educação, de nossas escolas e universidades (vemos o caso da UERJ). Não há maneira de tornar as pessoas mais participativas se não há educação fundamental. Enfim, é acreditando em algo melhor que se pode mudar, então vamos acreditar e participar.
Bem vinda! Obrigada por seus comentários. Os jovens são fundamentais para a consolidação da democracia que sonhamos pois serão os líderes, profissionais, cidadãos que farão diferença no futuro, e sem educação, especialmente educação política, humanista e para a prática da cidadania, essa diferença pode não ser a que almejamos.
Recentemente, vi um documentário sobre a vida do Betinho, é impressionamente como nossas lutas pela democracia, direitos sociais ainda sejam as mesmas, principalmente, com os retrocessos que estamos vivenciando no suposto governo Temer. Onde os princípios de democracia e justiça social estão sendo massacrados. O que fazer com um congresso nacional vendido?
A mobilização social é fundamental, mas temos percebido um marasmo diante de questões fundamentais para o povo brasileiro. Precisamos nos fortalecer….
Obrigada Cila, pela participação. Em momentos assim realmente precisamos nos fortalecer e buscar inspiração para continuar, persistir, acreditar na utopia. A cidadania ativa era a principal bandeira de Betinho. Que seja também a nossa!
Participação, como está difícil levantar essa bandeira num país afundado num lamaçal político e moral. Mesmo que nossas intenções sejam boas (combater a fome, eliminar preconceitos, trazer dignidade, etc) as pessoas andam desconfiadas, receosas, pois acham que há algo por trás, tipo alguém está ganhando, alguém está levando vantagem, etc. O que podemos fazer para mudar essa visão? Chamando pessoas influentes, sem partidarismo, para PARTICIPAR desse movimento “Betinho”, mostrar a nação que mesmo no caos que vivemos a PARTICIPAÇÃO de todos para um país melhor tem que prevalecer ante as circunstâncias que aí estão.
O que me motiva a participar de uma iniciativa social é o sentido de pertencimento com a causa.
Para responder a questão sobre a relação entre participação e cidadania Parto do princípio de que o comportamento do ser humano se forma na totalidade de sua vida e que a participação trata de uma relação específica de poder, a integralidade das relações de poder, nas quais os homens atuam, deverá ser considerada. As relações de poder no mundo do trabalho, no dia a dia, nas cidades, na família, entre amigos e conhecidos, também deverão ser consideradas.
Estas situações de poder e domínio foram especialmente geradas pelas tradições, pelas formas de linguagem e comunicação e por regras específicas de convivência do grupo. São os valores culturais.
No seu grupo, o indivíduo torna-se cada vez mais participativo na medida em que sua consciência pelas causas, pelos seus conflitos e pelas suas necessidades aumenta e o sujeito só se emancipa a partir da mudança consciente de si mesmo.
Contribui para melhor compreensão uma reflexão na tentativa de responder à pergunta: “o que se poderia entender por participação cidadã no âmbito de concepções ampliadas e mais exigentes da democracia participativa?”
Destaco os seguintes pontos: a) O protagonismo popular e a valorização dos sujeitos coletivos populares com base no princípio da soberania do povo; b) A transcendência da dimensão consultiva da participação política e o avanço até os processos e sistemas institucionalizados de deliberação ou decisão; c) A inserção implícita ou explícita num processo de longo prazo e muitas vezes lento e não linear que aponta para a possibilidade de emancipação social dos explorados e oprimidos por suas próprias forças e ação.
Concordo que o ponto central é a participação no planejamento porque dai saem as decisões para a execução e os resultados.
No direito de decidir em coletivo está de fato a essência da cidadania.
É isso mesmo Paulo. Você traz um ponto abordado pelo professor Pedrinho Guareschi em sua entrevista à Rede Mobilizadores:
O [político e ativista social] Chico Whitaker distingue três níveis de participação:
A participação na execução, que é o que todo mundo faz. O brasileiro é trabalhador.
Depois a participação nos resultados, que é o quanto com que cada um fica.
Mas o ponto central é a participação no planejamento. É quando se decide o que fazer (execução) e quem fica com quanto (resultados).
O segredo da participação, como o Betinho a entendia, é participação no planejamento. E aí está a cidadania.
A experiência do orçamento participativo é um bom exemplo de participação no planejamento. Algum dos participantes tem ou já teve alguma experiência com orçamento participativo?
O orçamento participativo teve seus momentos em governos ditos de esquerda e os mais conhecidos por mim foram os de Porto Alegre – RS, Camaragibe e Recife, ambos em PE. Embora não tenha participado diretamente mas conheço bem o funcionamento destes. Participei ativamente de outros canais de participação como as conferências das Cidades nos níveis municipal, estadual e nacional bem como do Grupo de Trabalho de Habitação de Interesse Social – GTHIS e posso afirmar que nestes espaços a participação cidadã aconteciam da melhor forma democracia que o momento histórico permitia.
A minha principal motivação é que a iniciativa seja séria e bem estruturada (recursos humanos, financeiros, planejamento etc.). Quando iniciei meus trabalhos em FURNAS, tinha apoio da empresa em várias áreas: fui muito bem treinada para atuar em ações sociais; tive apoio financeiro e a empresa trouxe para dentro dela as pessoas que souberam nos influenciar, a exemplo do próprio Betinho. Outro fator muito importante foi o apoio dos nossos gerentes próximos, que também entendiam da importância da nossa liberação para realização das ações.
Eu entendo que a relação entre participação e cidadania existe quando nossas ações melhoram as condições de acesso aos direitos sociais e econômicos dos cidadãos. Quando as ações se voltam para o bem coletivo.
Bom, viver a vida numa sociedade onde os valores estão se corrompendo cada dia mais é revoltante. na vida temos duas opções, Primeira: aceitar as coisas como elas estão, aceitar o modo de como se vive e acreditar que morrera nas mesmas condições sem uma perspectiva de mudança.
A Segunda, se posicionar em direção a mudanças que se iniciam com um primeiro passo, uma atitude uma determinação em viver uma mudança neste âmbito social. talvez essa atitudes não mudaram o mundo. certamente mudara o ambiente em que convivemos, alcançando as pessoas a nossa volta.
atitudes simples trazem grandes resultados.
É isso mesmo Gleycy. Melhor nos concentrarmos naquilo que podemos mudar do que desanimarmos diante daquilo que parece tão longe de mudança. Obrigada pela participação.
O que me motiva a participar de uma iniciativa social é a crença de que juntos fazemos melhor. É a oportunidade de aprender e de se desenvolver como ser humano e cidadão. É o poder dar de volta o que tive de oportunidades ao longo da vida. Hoje, sou aposentado na minha atividade principal mas continuo como educador, um educador social. Entre alguns trabalhos me realizo com um projeto de alfabetização de adultos de uma comunidade pobre do Rio de Janeiro. Sinto-me participando de um algo maior, construindo uma pequeníssima parte mas efetiva para um mundo melhor.
Muito obrigada David pelo depoimento e parabéns pela iniciativa. Certamente a educação é a principal ferramenta para formação de cidadãos conscientes, participativos, críticos.
O que me motiva a participar de uma iniciativa social é a minha vontade de ajudar a transformar a realidade na qual estou inserida a partir de ações que possam modificar a realidade vivida por muitas pessoas que traduz a desigualdade histórica do nosso país. Deixando claro que, a partir dos conceitos da Hierarquia das necessidades de Maslow, me envolvo em iniciativas sociais porque, atualmente, tenho minhas necessidades básicas atendidas e posso pensar em ações que englobem mais pessoas do que as que estão restritas ao meu círculo familiar. Eu vejo que é muito difícil para muitas pessoas que estão na luta diária para conseguir o básico para a sua sobrevivência e a sobrevivência dos seus pensar em termos mais amplos e, mesmo sabendo que não existe cidadania sem participação traduzida em ação, confesso que não conseguiria pensar em participar de iniciativas sociais enquanto me esforçava tanto para conseguir o básico.
Que belo exemplo do beija-flor. O exercício da paciência… De gota em gota, fazendo a sua parte em prol do bem comum.
Gostando de participar desse curso. Os princípios aqui colocados se assemelham um tanto aos princípios da Cultura de Paz. Princípios que auxiliam a nossa reflexão e prática sobre o nosso momento atual, de uma cultura de violência e violação, uma cultura do isolamento… Esses cinco princípios, ao meu ver fundamentais a educação. pra mim, consciência e paciência (a ciência da Paz) estão sempre de mãos dadas, norteando a justiça, a equidade, a solidariedade, enfim, os valores humanos tão necessários e urgentes a serem desenvolvidos por nossa sociedade.
Obrigada Jailma pela participação. Que bom você citar educação, cultura de paz, justiça, equidade. Tudo certamente se complementa e fundamenta uma democracia ativa.
No meu entendimento participação e cidadania estão intrinsecamente relacionadas e são interdependentes. Não posso participar de forma plena, se não consigo compreender meu papel como protagonista de minha própria história, integrando-me a realidade, de modo a transformar a minha realidade e a realidade de onde me insiro. E para que eu possa compreender meu papel, preciso assumir-me como sujeito do processo, sendo necessária uma tomada de consciência, que não ocorre de forma isolada, mas na relação com outros sujeitos, que ajudam a olhar para a realidade de forma crítica, de modo a nos levar a perceber as opressões que impedem que acessamos os direitos humanos, que nos fazem cidadãos e cidadãs. A partir do momento que me assumo sujeito, e não mais permito, ou percebo, as manipulações existentes para manutenção do sistema, do status quo, consigo participar do processo de transformação, sendo corresponsável pela mesma, contribuindo e oportunizando que outras pessoas saiam da imersão que vela, assumindo-se, da mesma forma, como sujeitos do processo. Neste sentido, minha maior motivação, na participação de iniciativas sociais é a possibilidade de problematizar a realidade de modo a desvelar situações limitantes que violam nossa atuação cidadã e transformadora.
O que me motiva a participar de uma iniciativa social é o fato de pertencer a coletividade em questão. Tenho percebido o aumento de ações pontuais para solucionar questões coletivas desvinculadas de bandeiras politico-partidárias no município em que vivo (Garopaba-SC). Temos coletivamente olhado para as questóes locais e buscado soluções técnicas que respeitem os habitantes, seus costumes e tradições, bem como o meio ambiente. Pleiteado ações junto ao ministério público, e aos poucos colhendo frutos com a participação e apoio da população em g
Antonio B. Brito
Boa noite a tod@s. Parabenizo a Equipe Mobilizadores pelo tema e por relembrar Betinho no momento que para mim é retomar do zero os conceitos elencados por ele e discutido por nós. Digo isso, em razão do momento político em que parece as pessoas nunca terem ouvido falar desses princípios de igualdade,o diferente etc., e o pior é percebermos o ataque frontal a esses conhecimentos na forma de escola sem partido e a ojeriza das elites em recusarem a democratização da Educação. Contudo aqui estamos para discutir e levar adiante o que já foi construido com lutas também por pessoas como Betinho para termos uma sociedade baseada na cidadania e cultivando esses princípios constitutivos da democracia. “Verás que nenhum filho teu foge à luta.” Fora Temer!
Há algum tempo estou buscando compreender o sentido das palavras… até porque a palavra tem poder de ação concreta… e tenho perguntado para várias pessoas, afinal o que significa “luta”. As pessoas dizem “viver é uma luta diária”… “matamos um leão por dia”… “vivemos uma luta de classes”.
Compartilho alguns links sobre a definição da palavra “luta”:
Fico me questionando sobre o uso da palavra “luta”. Gostaria de ler comentários, porque para mim é uma questão que ainda não consegui ter clareza… por favor, é uma questão filosófica.
Viver é muito muito muito difícil, sobretudo porque vivemos uma realidade que parece não permitir a dignidade humana, permeada por mentiras, jogos de poder, culturas construídas historicamente que não favorecem a consciência coletiva para uma realidade amorosa, no sentido de “querer bem”.
Olhando alguns dos links que indicou, vemos que luta, além de combate, duelo, conflito, significa “esforço ou trabalho para atingir algo”, ou ainda “esforço dos seres vivos para defender a sua integridade física e moral contra os obstáculos exteriores (a natureza, os flagelos sociais etc.)”. Creio que na área social essa é a nossa luta.
Acho que, mais do que nunca, precisamos encontrar força para esse trabalho árduo e também motivador de perseguir nossas utopias.
As mudanças que podemos conquistar podem ser pequenas, como uma gota de água em meio à floresta em incêndio, mas a soma de muitas conquistas provocam transformações.
A fagulha da esperança que despertamos ao acolher alguém, ao simplesmente ouvir seus problemas, já é transformação.
Se nos concentramos nas pequenas lutas, talvez possamos conquistar grandes avanços.
Concordo com o posicionamento do trabalho, de acreditar, do esforço continuou, na esperança e crença no potencial do ser humano… por tudo isso, questiono a palavra “luta”, pois como seremos solidários e vamos colaborar com a transformação, que tanto queremos, se nos referimos como “luta”, que carrega um aspecto de “esforço” e tantos outros de “opressão, etc”.
Não quero “lutar”. Não quero entrar no combate ou confronto, nem acreditar que o conflito é necessário para a mudança… e isso também não me livra das mazelas sociais… entretanto, me deixa em paz com minha consciência.
Entendi seu ponto de vista Adriana. Realmente, algumas palavras carregam significados que nos remetem ao embate. Sob essa perspectiva, concordo contigo. O importante para mim é participar (aproveitando o tema de hoje), da maneira que eu puder. É acreditar que toda ação tem significado e impacto e, portanto, deve ser revestida de ideais como solidariedade, empatia, amor. Tenho me recusado a me deixar levar pela descrença, pelo desânimo, ainda que seja muito difícil diante do cenário que se apresenta.
Já que estamos falando de diversidade, uma frase de Betinho nos ajuda a pensar no assunto:
O princípio da diversidade, dizia, “abre o espaço para a realização plena da igualdade sem a eliminação das diferenças, da criatividade, da liberdade e do desenvolvimento pleno das potencialidades de todos, de cada um ou uma.”
Gostaríamos de avisar que o tutor, professor Pedrinho Guareschi, teve um imprevisto e não está podendo participar do curso esses dias. Assim que possível, encaminharemos as perguntas a ele e disponibilizaremos as respostas neste fórum. Pedimos desculpas por esse contratempo.
Alertamos que os fóruns da oficina ficarão disponíveis para leitura enquanto vigorar o período de inscrição no Prêmio Betinho Imagens de Cidadania.
O que é diversidade.omo ela se relaciona com a igualdade.
A diversidade e o respeito pelo ser humano, pois cada pessoa tem o direito de escolher a sua melhor maneira de viver, não causando mau a outra. Na igualdade todos os seres humanos tem o mesmo direito de viver em uma sociedade.
Conforme as leis do Constiuíção Federal.
O que é diversidade? Como ela se relaciona com a igualdade?
Diversidade está atrelada à igualdade social. É o sentimento de respeito ao diferente, baseado no princípio de que todos somos iguais, independente de cor, raça, sexo, ideologia política, etc.
O que precisamos para construir uma sociedade que conviva melhor com a diversidade (cultural, social, racial, religiosa, etc)?
Acredito que o alcance da democracia plena em nosso país está emparelhado na participação social “positiva”. “Positiva”, no sentido de nos colocarmos no lugar do outro indivíduo mas sem se posicionar por ele, respeitando as experiências de cada um. Ou seja, temos que ter em mente o melhor para um todo. Esta melhoria é construída por debates sadios, onde nós falamos e ESCUTAMOS também. Deste debate, se extrai o consenso (democracia).
Muito obrigada Heictor. Bacana o que fala sobre diversidade. Que iniciativa você acha que poderíamos desenvolver para valorizar e promover a diversidade?
Este é um processo que precisa ser construído até que as diferenças sejam plenamente reconhecidas e aceitas. Enquanto nossa sociedade não chega neste patamar, é preciso sim debater, discutir e chamar a atenção para o que vivemos hoje, ainda com muito desrespeito aos “diferentes”.
Acho interessante a perspectiva de Heictor, ressalta-se tanto o discurso das diferenças, que as fronteiras se concretizam em largas camadas… fico me questionando se a ‘criticidade’ não acaba embotando a vida, reforçando preceitos históricos de “dividir para melhor governar” e de palavras que endossam o conflito, a disputa, as relações de poder… Afinal, a vida não é só o “outro” como “inimigo”.
Um passo importante para transformar esse contexto de desigualdade e desrespeito é através do conhecimento, autorregulação e regulação coletiva – portanto, é um esforço. Sinto, e gosto da sensação, que faço parte de uma família humana. Como ser vivente, estou em processo, em desenvolvimento permanente e incessante. Assim como o “outro”, ou seja, todos nós.
Gostaria de ressaltar três trechos dos textos da leitura complementar para a reflexão:
“As relações sociais que se estabelecem entre os diferentes indivíduos, quando cada um deles busca sua ‘realização’, a maximização dos proveitos, vão ser de interminável competição, uma espécie de ‘darwinismo social’, onde vão sobreviver os mais fortes. Não se trata aqui da competição do mercado, mas da competição entre pessoas, onde alguns, necessariamente, vão ser excluídos (…) Só que nesse caso quem é o excluído é o ser humano” (GUARESCHI & Romanini, 2013).
“Igualdade: todas as pessoas, nessa sociedade, são fundamentalmente iguais no que se refere à dignidade fundamental da pessoa, que é igualmente sujeita de direitos e deveres” (GUARESCHI, 2006).
“Diversidade: Boaventura Sousa Santos (…) ajuda a iluminar essa dimensão ética da democracia: “Devemos ser iguais naquilo que nos inferioriza e devemos ser diferentes naquilo que nos descaracteriza (massifica)” (GUARESCHI, 2006).
Penso que essa reflexão está em curso…
Compartilho as referências:
GUARESCHI, P. A. Mídia e Cidadania. Conexão – Comunicação e Cultura, UCS, Caxias do Sul, v. 5, n. 9, p. 27-40, jan./jun. 2006
GUARESCHI, P. A; ROMANINI, M. Política e (é) liberdade: reflexões sobre alguns pressupostos. UniSalle – DIÁLOGO – Canoas, n. 22, abr. 2013
Gleyse, entendi a sua visão sobre diversidade. Porém, me preocupo com a fragmentação da sociedade construída por discussões que não deveriam existir. Por exemplo: brancos x negros; homossexuais x héteros; etc. Compartilho as palavra de Adriana. Prefiro acreditar que “faço parte da família humana”. Entretanto, reconheço que existem preconceitos. Todavia, a melhor “arma” para dizimá-los é a implementação de uma educação que destaque a igualdade em vez de orientações, como: “os negros são iguais aos brancos” (fragmentação da sociedade). Entendo também os motivos de associações/grupos que “lutam” por igualdade. Porém, temos que refletir. Discussão como as referidas, geram mais atritos ou consenso? Geram uma sociedade mais unida ou separada? Os grupos, entidades, associações que querem acabar com o preconceito estão tendo êxito aflorando mais ainda estas discussões?
Grande abraço!
Vamos falar sobre diversidade?
O que é diversidade?
Como ela se relaciona com a igualdade?
O que precisamos para construir uma sociedade que conviva melhor com a diversidade (cultural, social, racial, religiosa, etc)?
Bom dia!
Penso que diversidade é a própria vida. A natureza nos oferece uma infinidade de formas, cheiros, gostos, modos de existir.Na vida social e cultural não é diferente.
O ser humano é uma espécie muito diversa e capaz de produzir cultura, diferente de outros seres vivos. Essa nossa capacidade caminha junto com o potencial de inventar modos de vida, crenças, valores, costumes.
Não há nenhum ser humano igual ao outro no que se refere a subjetividade, ao mesmo tempo tod@s são iguais enquanto seres vivos e temos direito à vida, ao conhecimento, à moradia, à liberdade.
Os direitos nos iguala, nos garante que todas e todos tenham acessos a oportunidades, pelo menos na teoria.
Os processos educativos e a convivência social são caminhos capazes de possibilitar aprendizados e formas de lidar com a diversidade em gostos, valores, costumes, crenças, personalidades.
A luta por uma sociedade mais justa e igualitária através da conscientização política e mobilização social nos une enquanto seres de direitos e no processo de diálogo vamos construindo espaços de reflexão, ação e respeito com as escolhas d@s outr@s.
É na prática que aprendemos a ser e a conviver, afinal, não existem manuais que nos ensinam como viver nesse mundo de complexidades, contradições e dúvidas.
Se nos basearmos em princípios que beneficiem o coletivo e não suprimem as subjetividades, a construção de uma sociedade igualitária se torna mais possível.
Muito bacana suas reflexões sobre diversidade. Vivemos, no mundo, uma época de recrudescimento da intolerância, da incapacidade de conviver e respeitar a diversidade. Buscar pontes e caminhos de diálogo é fundamental.
A partir da leitura do texto Política e Liberdade de Guareshi e Romani, entendo por diversidade o conjunto das caracteristicas singulares de cada individuo inserido em uma determinada sociedade. É desse conjunto que se verifica a identidade histórica de uma nação. Não respeitar isso é negar a própria identidade. É isso que o liberalismo individualista no capitalismo ceifeiro tenta fazer com o apoio da grande mídia. Individualizar a sociedade é uma das táticas para quebrar com homogeneidade dos desiguais e manter a estratificação social com privilégios para alguns e exclusão para a maioria. Recentemente no Brasil se implantou o sistema de cotas com a intenção de se buscar uma maior igualdade de oportunidades bem como na gestão de políticas públicas se implantou o processo democrático participativo através das conferencias das cidades, orçamento participativo, entre outros canais de representação da sociedade no processo decisório das ações do Estado. Entendo que a representação social nos canais de decisão do Estado é um caminho para que a sociedade busque diminuir as desigualdades.
Diversidade é respeitar, entender e valorizar as idéias, opiniões e ações dos outros. Podemos ter diversidade entre nós sem ofender, atacar ou maltratar as pessoas. Diversidade não é se impor é conquistar. Os valores e princípios éticos caminham juntos com a diversidade.
Diversidade é todo respeito e aproveitamento do potencial que existe dentro de cada um. Um mundo diverso é um mundo mais equilibrado, mais forte, mais cheio de ideias, mais alegre, mais colorido, mais rico. Enfim, mais ético. Imagina termos acesso a diferentes culturas, sistemas sociais, raciais e religiosos. Podermos compreendê-los e aprendermos com cada um. Crescermos juntos.
A diversidade se fortalece na possibilidade que todos se expressem e tenham condições de vida plena como cidadão. Mas para isso é preciso igualdade de oportunidades, de direitos, de acesso.
A diversidade é, em minha opinião, característica intrínseca da Criação e ela se relaciona com a igualdade a partir do que existe em comum entre os seres. Se conseguimos ampliar a nossa visão dos elementos constituintes da diversidade vendo o que existe em comum entre eles, conviveremos com o direito de cada ter a sua expressão própria, por exemplo, ao expandir a consciência em torno das diversas culturas, expressões sociais, entre outros assuntos, temos a oportunidade de questionar a necessidade de discriminação, de rotular o que é certo a partir de um ponto de vista porque aprendemos que um ponto de vista pode ter olhares diferentes. Já foi dito que o nosso mundo tem o tamanho do nosso conhecimento e quanto mais conhecemos da vida, dos seres, das sociedades, mais probabilidade de compreender que as diferenças são um direito de cada ser e que todos têm o dever de respeitá-las.
Ótima reflexão, Marise. Respeitar aquele que é, pensa, age, tem valores diferentes… Algo que é tão simples e que tornou-se um desafio pela disseminação na intolerância, do preconceito, da falta de empatia.
Tod@s temos os mesmos direitos, independentemente de nossas crenças, religião, gênero, raça, etnia, etc., no entanto, estamos inserid@s em um sistema que impede que vivamos a igualdade em sua essência. O modelo, que está posto, por exemplo, classifica o sucesso a partir da meritocracia, ignorando o processo no qual as oportunidades foram acessadas, ou não, no decorrer do caminho percorrido pel@ indivíduo, não necessariamente, pel@ cidadão ou cidadã. Novamente se faz necessária a tomada de consciência, para que percebamos o quão desigual é a realidade em que estamos inserid@s, de modo a compreender como este sistema é mantido, quais as intenções na manutenção destas desigualdades e a quem estas interessam. Não é possível alcançar a igualdade, ou mesmo vivenciá-la, sem que seja reduzido o abismo que existe entre as pessoas, e para isso, é necessário promover o debate sobre a perpetuação histórica e intencional da manutenção e ampliação deste abismo. É necessário que o acesso às oportunidades e aos direitos (de ir e vir, de trabalhar, de se alimentar de forma saudável e adequada, de morar, de conhecer, de escolher, de ter saúde, etc.) ocorra de forma igual, respeitando, contudo, as diferenças, a diversidade, que nos faz ser quem somos, com toda uma bagagem cultural, social, histórica.
Bom dia.
Sou Assistente Social, moro em Rio Real/BA.
Vejo que os direitos constitucionais serão alcançados por todas e todos através da DEMOCRACIA.
Como cita o Betinho:
“A democracia se constrói em torno de alguns princípios fundamentais, simples em seu enunciado, complexos e radicais em sua realização histórica: igualdade, liberdade, diversidade, solidariedade, participação. Separados eles se negam, juntos eles constroem o processo que leva à democracia.”(BETINHO)
Desde já, agradeço a Rede Mobilizadores por mais essa oportunidade.
Primeiramente parabéns ao saudoso Betinho.
Meu nome é Ubiraci Santos, Guia de Turismo, Bibliotecário, Escritor. Moro em Salvador-Bahia. Desenvolvo atividades voltadas para a área de Educação, Cultura, Segurança Alimentar e Nutricional. Desejo um excelente curso para todos/as.
Obrigada por sua participação Ubiraci. Na sua área de atuação que tipo de iniciativas podem ser desenvolvidas para promover um ou mais dos cinco princípios da democracia?
Quando falamos em igualdade me vem a cabeça o artigo 5º que fala que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
O grande desafio na minha visão é buscar uma igualdade proporcional porque não se pode tratar igualmente situações provenientes de fatos desiguais.
“O raciocínio que orienta a compreensão do princípio da isonomia tem sentido objetivo: aquinhoar igualmente os iguais e desigualmente as situações desiguais”. (BULOS, 2002, p. 79).
A igualdade é mesmo um direito fundamental assegurado pela nossa Constituição. A igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender a todas as necessidades práticas. Assim, temos dois tipos de igualdade:
– Igualdade formal (caput do art. 5º): “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza”. Trata-se de uma igualdade jurídica, que evita que alguém seja tratado de forma discriminatória.
– Igualdade material: é também chamada de igualdade efetiva ou substancial. Traduz-se em “tratar os iguais de forma igual, os desiguais de forma desigual, na medida das suas desigualdades”.
Esse tipo de igualdade confere um tratamento com justiça para aqueles que não a possuem. A igualdade material se traduz em políticas como as que conferem, por exemplo, tratamento diferenciado entre homens e mulheres, cotas raciais, Lei Maria da Penha.
Mas, e quando pensamos no cidadão? O que cada um pode fazer para assegurar uma sociedade mais igualitária?
Boa noite a todos,
Sou Isael Pina, assistente territorial de um território do semiárido da Bahia, primeiramente “FORA TEMER”! Parabenizo a toda equipe de organização desse riquíssimo curso e a Rede de Mobilizadores pela brilhante iniciativa de fazer essa grande homenagem a um grande e inesquecível brasileiro que deixou seu legado e ensinamentos, Hebert de Souza, o Betinho. Atualmente faço parte da equipe do Projeto Bahia Produtiva, uma inovação em nosso estado, em termos de política pública de inclusão produtiva e apoio à agricultura familiar nos territórios de identidade da Bahia. A partir da nossa vivencia e convivência com os atores locais, deparamos com a verdadeira realidade do trabalhador e da trabalhadora rural, suas lutas, dificuldades e carências, principalmente de conhecimento. Pretendo com a ajuda dos colegas poder compreender um pouco mais sobre os cinco princípios da Democracia, defendidos por Betinho e assim poder melhor contribuir para o fortalecimento da cidadania e por uma sociedade mais justa, solidária e igualitária para todos e todas.
Obrigada Isael por compartilhar conosco sua experiência. Na sua prática profissional você certamente se depara com vários desafios para promover os cinco princípios da democracia segundo Betinho. Quais os significativos?
Na Constituição Brasileira artigo 6-Todos os Cidadãos tem direito à saúde, educação,lazer, segurança, saúde,moradia, etc…Quando falamos em igualdade todos os cidadãos deveria ter o mesmo acesso a esses fatores, mais o que está escrito o papel, acaba não acontecendo na vida real.
No meu ponto de vista igualdade e termos nossos direitos prevalecidos.
Obrigada Nelson por seu comentário. É verdade, o ideal seria termos uma sociedade que assegurasse a todos os direitos básicos de cidadania. Mas como se trata de uma meta que nunca estará integralmente atendida, precisamos pensar no papel de cada um de nós para que esses direitos sejam realidade para o maior número de pessoas.
No artigo “O poder do cidadão” (veja anexo), Betinho afirma: “Cidadania é a consciência de direitos democráticos, é a prática de quem está ajudando a construir os valores e as práticas democráticas. No Brasil, cidadania é fundamentalmente a luta contra a exclusão social e a miséria e mobilização
concreta pela mudança do cotidiano e das estruturas que beneficiam uns e ignoram milhões de outros. E querer mudar a realidade a partir da ação com os outros, da elaboração de propostas, da crítica, da solidariedade e da indignação com o que ocorre entre nós.”
Ou seja, ele mostra que cada um de nós tem de agir para que as mudanças que desejamos se torne realidade.
Quando penso em igualdade, me remeto ao diálogo de saberes, o respeito a alteridade. Boa Ventura de Souza Santos, assim como Baumann nos faz refletir sobre esta questão. Como podemos ser democráticos numa sociedade fragmentada pelo individualismo e egocentrismo? Pensar, por meio das concepções de Betinho sobre democracia, nos abre portas e janelas para uma nova concepção de sociedade, baseada em valores menos financeiros e mais subjetivos.
Obrigada Simony pelas reflexões que nós traz. É verdade: precisamos cultivar novos valores, praticar a solidariedade.
Betinho dizia que a solidariedade “é um primeiro movimento no sentido oposto a tudo que se produziu até agora. Uma mudança de paradigma, de norte, de eixo, o começo de algo totalmente diferente. Como um olhar novo que questiona todas as relações, teorias, propostas, valores e práticas e restabelece as bases de uma reconstrução radical de toda a sociedade. Se a exclusão produziu miséria, a solidariedade destruirá a produção da miséria, produzirá a cidadania plena, geral e irrestrita. Democrática”. (veja mais no site Celebrar Betinho: http://www.celebrarbetinho.org.br/solidariedade/).
Este importante principio da democracia proposto por Betinho, o da Igualdade, na minha opinião é muito frágil em nosso país, onde temos uma grande e absurda desigualdade social e uma multidão de pessoas excluídas do acesso aos seus direitos básicos. Igualdade não é sermos todos iguais, mas em nossas diferenças, todos terem acesso ao que deveria ser de todos e para todos. Maria Cristina Paulek
Obrigada Maria Cristina por dividir conosco suas reflexões. Temos mesmo um grande desafio em relação à igualdade em nosso país. Mas pensando no papel de cada um nessa construção, como incentivava Betinho, o que podemos fazer para promover maior igualdade? Por exemplo, temos muitos problemas decorrentes das desigualdades de gênero, das desigualdade raciais. Você conhece iniciativas legais que buscam enfrentar essas desigualdades ou quaisquer outras?
Quando penso em igualdade, logo penso em direitos e garantia desses direitos, principalmente os direitos básicos. Entretanto, é um tema complexo quando se trata dos grandes desafios que encontramos em nossa sociedade. Porque, há anos se fala em erradicação da fome, e ainda há muita gente na miséria, principalmente, nos tempos atuais com o desmonte de tantos direitos conquistados. Todos esses princípios elencados por Betinho se entrelaçam, porém, não há ressonância. Ecoa no vento… As pessoas estão cada vez mais individualistas, o governo em todas as esferas só olha para os próprios interesses, a corrupção usurpa a dignidade da pessoa humana, a justiça não se aplica a lei (ou é aplicada a quem já não tem nada). E com tantos desafios vão minando as esperanças de participação e exercício da cidadania.
Obrigada Ivete por seus comentários. Como os demais, você releva uma decepção em relação à efetivação dos direitos sociais em nosso país.
Betinho dizia que “a democracia é o futuro que se constrói hoje por meio da ação e da participação de todos e cada um.” Ele também dizia que a busca da democracia é baseada “na cidadania, em cada pessoa e em todas”.
Ou seja, ele dizia que cabe ao cidadão dar vida aos princípios da democracia e não ao Estado ou ao mercado. “O Estado quase sempre mata ou aleija um desses princípios dizendo que deseja salvar a democracia. Mata um pedaço em nome do todo. O Estado é um animal que precisa ser domesticado. Sem controle da cidadania, logo perde o rumo e faz besteira, corrompe-se e corrompe. O mercado sem o controle da cidadania perde seu gosto pela liberdade e a competição. Entrega-se a uns poucos para servir a minorias”.
Na atual conjuntura a “igualdade” propriamente dita e procurada por todos não existe. Hoje se compararmos com o Brasil da época da descoberta, não mudamos muito, só existe 2 classes social a rica e a pobre (e esta dentro dessa classe social, todas as diferenças, de cor, raça, religião e tantas), o nosso povo esta cada vez mais individualista, estamos vivendo em uma fantasia, onde somos manipulados para isso, precisamos nos unir para e gritar por essa tal “igualdade”, precisamos enxerga-la, e lutar por ela. Me dá nojo assistir ao jornalismo todos os dias e V o quanto essa igualdade esta cada vez mais distante.
Obrigada Rosa. É isso mesmo. De acordo com Betinho, precisamos lutar pela igualdade e por todos os demais princípios da democracia. Será que não nos acostumamos a achar que a solução cabe a governos? E o nosso papel, temos exercido? O que cada um pode fazer para criar o país que sonhamos?
Ao ouvir a palavra igualdade, o que me vem primeiramente a cabeça é que todas as pessoas devem ter os mesmos direitos, como previsto na constituição, porém, concordando com o comentário de Nelson Rosa Pereira, isso só acontece na teoria,uma vez que, na prática acontece o oposto, isto é, uma desigualdade muito grande. Dentre os desafios no nosso país em relação a igualdade, acho que está no fato de vivermos numa sociedade em que uma pequena parcela de pessoas detém grande poder capital, bem como os nossos “representantes” que eleitos para governa para o povo quando chegam ao poder, utiliza do mesmo para conseguir benefícios para si próprios e seus interesses.
A ideia de homenagear Betinho nesse momento da nossa história é reacender a chama da esperança, da luta que ele tanto alimentou. Ele enfrentou a ditadura, o exílio, mas nunca abandonou a convicção na possibilidade da mudança.
Incentivados por suas ideias e força mobilizadora, propormos que todos pensem em alternativas para mudar nossa realidade, e as apresentem nos vídeos que concorrerão ao Prêmio Betinho Imagens de Cidadania.
Salvas, carxs amigxs!
O que me vem à cabeça quando penso em igualdade: oportunidade!
A construção de múltiplas oportunidades – de trabalho, de estudo, de cultura, de vida – é que possibilita as escolhas e a construção de novas sínteses individuais, pessoais e coletivas.
Obrigada Maurício pelo seu comentário. Bacana você relacionar igualdade e oportunidade. Quando promovemos iniciativas que aumentam as oportunidades de grupos excluídos, por exemplo,promovemos maior igualdade.
Não vou me ater aqui aos principios constitucionais elencados na Constituição de 1988 sobre igualdade porque considero utópico num sistema capitalista a plenitude do termo, posto Betinho. A realidade é outra e é sobre esta realidade que prefiro tecer meus comentários em resposta à pergunta “Quais os principais desafios no país em relação à igualdade?” aqui considero dois tipos de pobreza que impactam diretamente na igualdade: a pobreza legal e a pobreza material, ambas impeditivas do exercício dos direitos fundamentais. A primeira, porque tem baixa aplicabilidade na sociedade e espalha um temor social provocado pelo índice de violência; a segunda, porque marca uma condição de desigualdade social presente na falta de condições básicas para sobrevivência humana, com a ausência de oportunidades, recursos materiais e formação educacional, acarretando em atrofias no desenvolvimento físico e emocional. Estes fatores produzem condições de desigualdades no exercício da cidadania e criam condições adversas à inclusão da participação social.
Bom dia, Sou Rachel Dourado, natural de Manaus/AM, porém criada em Rio Branco/AC, sou filha de acreana, logo acreana também. Atualmente estou vivendo em Niterói/RJ, cursei mestrado em Porto Velho, Rondônia e vim tentar fazer doutorado aqui.
Fui mãe jovem e aqui estou com meu filho de 16 anos e eu com meus 35 anos, contextualizo um pouco meu caminhar para tentar justificar o que vem a minha cabeça quando falamos em igualdade. Primeiramente não experimentamos a igualdade de oportunidades, nós da região norte, especificamente nós do Acre não experimentamos todas as formas de acesso à educação, temos educação, temos luta, temos militância, porém a igualdade de oportunidade não é real em todo Brasil, assim como acesso a livros, informação, congressos, palestras … Mas como mulher também posso destacar a falta de igualdade que vivemos em nosso território brasileiro, ser mulher, ser mãe solteira, enfrentar o machismo diário é uma constante, são gargalos diários, as vezes em falas, outros em agressões.
Quando penso em igualdade, penso em oportunidade, acesso, alimentação, moradia, escola, liberdade. Estamos cada vez mais privados do livre circular, não só por falta de segurança, mas por falta de dinheiro também.
Muito obrigada Rachel pelo seu depoimento. Pensar os princípios da democracia sob a perspectiva da nossa experiência é sempre uma forma rica de abordar o tema. Você cita várias questões. O que acha que poderia ser feito pelos cidadãos para enfrentar alguma(s) das questões que apresenta?
Olá!!
Bem… Quando penso em igualdade vem à cabeça a pluralidade e diversidade que há no nosso país e, portanto remete-me ao respeito. O desafio que temos são muitos, mas o que nos direciona para um ideal, que é a democracia, é a convivência e o sentimento de pertencimento para potencializar nossa riqueza cultural e de belezas naturais que há em nosso país. A educação é a chave para desenvolver esta convivência democrática. Então, me arrisco dizer, que para Betinho o primeiro princípio é a forma de enxergar o outro em suas especificidades.
Igualdade é todos terem os mesmos direitos e obrigações respeitados. A igualdade não pode ficar restrita a situação financeira, a cor da pela, a classe social, pode até ser utopia da minha parte, mas já imaginou um mundo onde todos nós olhássemos o próximo como um igual? Em que se eu posso, você também pode ! Se eu tenho, você também tem! Mas este mundo começa por mim, dentro do meu lar, dentro da minha família, no meu bairro, no meu local de trabalho, na minha faculdade… Tenho que enxergar o outro como igual a mim, não tenho o direito de me achar superior a ninguém, somo iguais e juntos podemos mais.
Vem logo a minha cabeça a injustiça, a exploração, as oportunidades perdidas. Porque eu tenho acesso a isso e meu semelhante não? Porque eu posso fazer isso e ele não? Como poderíamos ser um país melhor e mais inovador. Quantas ideias perdidas. Só se escuta alguns poucos. Muita gente não tem voz.
Com os acontecimentos recentes divulgados principalmente pelas redes sociais, já que a mídia oficializada do país não é imparcial e tem trabalhado de forma tendenciosa ostensivamente, podemos verificar que a igualdade que, a meu ver, deveria ser espelhada no figura da deusa Têmis, que é representada de olhos vendados e com uma balança na mão, ainda é um ideal muito distante da realidade do país. Antes da divulgação de tantos casos de desigualdade no tratamento jurídico dado a personalidades de destaque tanto político, quanto empresarial no país, ainda poderia haver alguma esperança de que pelo menos o poder judiciário pudesse auxiliar na transformação da realidade que vivemos mas, a partir destas divulgações, fica a cada dia mais difícil pensar em direito à igualdade a partir de ações de um sistema tão desigual, portanto, para que haja uma mudança abrangente é necessário que contemos com iniciativas que despertem no ser humano a consciência de que é preciso, além do conhecimento que liberta, a união que fortifica as ações transformadoras.
Boa tarde, caros colegas e tutores.
Chamo-me Franklim Rodrigues, servidor público municipal no campo da educação. Foi em 2010, com a experiência como monitor de matemática no projeto “mais Educação” que despeitei para o campo social.
O que chama a minha atenção neste curso é o de proporcionar uma reflexão sobre a democracia, termo que devido ao seu uso desenfreado pelo o senso comum e, às vezes pela má fé de alguns, encontra-se desacreditada, assim como a política que se confunde com a politicagem de certos governantes.
Dessa maneira, por ser atuante no Conselho Escolar, venho realizando um trabalho de mobilização social com os colegas de profissão, as famílias, estudantes e o poder público. Assim, em 2015 nasce o grupo de mobilizadores sociais pela Educação, Participação e Cidadania que realiza encontro mensais em lugares públicos chamando a sociedade civil para a discussão de pautas que demandam envolvimento, conhecimento e ação dos cidadãos em formulação de políticas públicas, de manutenção de bem-estar social, do controle social e da prática da cidadania.
Assim, a democracia na perspectiva do Betinho, que ainda estou entrando em contato, é o caminho que coincide com o que me proponho atualmente uma sociedade ética, plural, participativa, dialógica, livre, solidaria e igualitária. O que se percebe que a perspectiva inclusiva da educação pode nos aproximar da sociedade verdadeiramente para todos e, portanto, democrática.
Espero que possamos nos conhecer um pouco a mais, estou aberto ao diálogo que acredito que ajudará o nosso progresso neste curso.
Obrigada por compartilhar conosco sua experiência, Franklim. Certamente, as concepções de Betinho sobre a democracia e os cinco princípios que lhe dão base são um material rico para reflexão e posterior aplicação prática.
Betinho dizia que “nem o mercado nem o Estado são capazes de resolver os nossos problemas. Isso só é possível se for introduzido na equação um novo elemento: a sociedade civil, o cidadão e o conceito de público, que não é necessariamente privado ou estatal.
Portanto, se realmente desejamos mudanças, temos de assumir nosso papel, como você, a Arlete e tantos brasileiros anônimos. Parabéns pela iniciativa. Queremos saber mais.
É sempre bom falarmos sobre temas que nos elevam, nos colocam num patamar de pessoas melhores, mais conscientes, mais solidárias. Trabalho há 25 anos com ações e projetos sociais e voluntários e foi com o Programa do Betinho, de Combate à Fome, que eu iniciei minhas atividades nessa área. FURNAS trouxe o Programa para dentro da empresa e disseminou entre seus colaboradores. Confesso que trabalhei com entrega de cestas básicas de 1993 a 2010 e se pudesse não pararia. Existe muita gente na miséria, pessoas com tantas dificuldades financeiras, com problemas de saúde, que não conseguem sequer o seu próprio sustento. Mas, como tudo muda com o tempo, a empresa também tem mudado sua forma de atuação, seja na sociedade, seja com seus colaboradores. Ainda assim não abandonamos a luta. De uma forma ou de outra, seguimos em frente com nossas ações. O legado do Betinho nunca será esquecido.
A mobilização das pessoas. Sinto que as pessoas já se mobilizaram mais pela sociedade, hoje elas estão menos disponíveis para esse fim. É como se a gente já tivesse feito muito e os resultados não tenham sido tão satisfatórios. Ou então, quando “ouvimos/vemos” a corrupção que corrói os programas do Governo, que deveriam ser em prol da sociedade e chegam a ela já deficiente. A falta de seriedade desestimula a participação das pessoas e enfraquece o sentimento de solidariedade.
Como reflexão apresentamos aqui um trechinho de um texto de Betinho sobre participação:
“Na cultura brasileira, a participação é percebida de forma limitada e limitante: ‘seja um bom pai de família e o resto virá por acréscimo’; ‘seja um bom trabalhador que os outros cuidarão de sua vida’; ‘seja um cidadão que vota a cada quatro ou cinco anos e o Estado fará o resto’; ‘não participe de tudo nem busque ampliar seus compromissos; isso só lhe trará dor de cabeça!’. No fundo, a mensagem conformista e excludente é essa: cuide de sua vida e esqueça-se do resto!”
“A resignação e o medo da participação são resultados da cultura autoritária, que perpassa nossa história e instalou-se na nossa cultura e, portanto, nos nossos próprios hábitos. Participar, em vez de ser regra geral, tornou-se uma exceção. Temos, então, o cidadão limitado, fechado, sem iniciativa, dependente.”
De fato este trecho do texto retrata a realidade e o quanto esses chavões são repassados entre as gerações e não há um questionamento e movimento no sentido de romper com esse paradigma paralisante. Somos uma sociedade quer reproduzimos sem questionar. E neste sentido, concordo com Betinho quando diz que o princípio é a participação, pois, sem participar não temos como despertar a consciência e exercer a cidadania. E aí vem uma pergunta salvo engano,de Satre, ” O que faço com o que fizeram comigo?”.
Realmente o povo repete tão somente o que lhe foi imposto, esquecendo que e na educação escolar (leitura e interpretação) que podemos abrir a cabeça e entender que somos livre e que podemos mudar essa cultura radicalista que hoje continua ainda a ser imposta por nossos políticos.
Caramba! Como ouvimos isso por aí. Em todos os lugares, nas famílias, nas rodas de amigos, na escola, nas organizações e na imprensa. Isso não é participação. Quero participar das decisões e dos rumos do meu país. Tento ser um pai, e avô, um bom trabalhador, um bom educador e aluno, um bom cidadão, mas quero colocar a mão na massa. Quero ser ouvido.
Bom dia a todos e todas.
Começamos hoje o Módulo 1 do curso Imagens de Cidadania.
O objetivo desse primeiro módulo é familiarizá-lo com os cinco princípios da democracia segundo o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.
Veja as apresentações em power point, leia a entrevista com o tutor Pedrinho Guareschi e, se quiser se aprofundar um pouco mais, veja o material complementar disponível na biblioteca.
Neste fórum, você pode esclarecer suas dúvidas.
Bom curso!
Estou aqui pensando… o que parece simples é bastante complexo, sobretudo quando temos o compromisso com a vida em largo sentido, planetária e humana em sociedade, portanto, compreendendo o ser humano como parte do sistema Terra.
(…)
Caro tutor… Pedrinho Guareschi… gostaria de começar esse curso com três perguntas para alicerçar minha reflexão:
I) O que podemos entender por “princípio”? Princípio como lei moral, um valor que orienta uma conduta ou ação?
II) Qual é a diferença entre ética e moral?
III) O conhecimento e a reflexão poderiam ser considerados como princípios?
Boa noite!
Me chamo Joyce, educadora social em uma organização não governamental na cidade de Campinas-SP.
Desenvolvemos oficinas de comunicação e participação cidadã com adolescentes de 15 a 24 anos, buscando garantir direitos sociais como a convivência social, familiar e comunitária, estimular o desenvolvimento da autonomia e participação na vida pública da cidade.
Temos muitas dificuldades em mobilizar @s adolescentes e jovens, devido a péssima educação pública, a estrutura social desigual, a falta de estímulo a participação na vida pública, baixa auto estima gerada por negligência, situações de violência, privação de direitos.
São muitas questões, muitos problemas e muitos questionamentos!
Espero que essa formação enriqueça nosso repertório e as trocas de experiências aqui possibilitadas ampliem o entendimento sobre o que é igualdade, diversidade, liberdade, solidariedade e participação como princípios da democracia na visão de Betinho.
Agradeço a oportunidade!
Parabéns pelo espaço de reflexões!
Obrigada Joyce por compartilhar conosco sua experiência e parabéns pela iniciativa. Sabemos que os desafios são muitos, mas a persistência no objetivo gera muitos resultados positivos. Acreditamos que você terá muito o que compartilhar conosco sobre os 5 princípios da democracia a partir da sua prática.
Fico fascinado com o despertar do Betinho anos atrás e sua luta pelos 5 princípios da democracia. Ele não ficou paralisado diante das dificuldades e obstáculos, ele vislumbrou a solução. Que todos nós também sejamos despertados e tenhamos o mesmo objetivo Betinho.
Bom dia Ruimar e obrigada pela participação. Você aborda uma questão central em Betinho: a persistência na ação, a motivação pelo sonho, a militância. O que você acha que podemos fazer para estimular essa vontade de agir, de exercer a cidadania?
Mobilização essa é a chave para estimular a vontade de agir. Mas como mobilizar as pessoas num país afundado numa crise política, moral e financeira? Creio que precisamos contar com a mídia, personalidades influentes para abraçar a causa e principalmente com resultados práticos, ou seja, não adianta falar de combate à fome sem oferecer alimentos, técnicas de plantio, etc.
Excelente texto da entrevista de Pedrinho Guareschi. Gostei muito da citação de Boaventura Sousa Santos: “Devemos ser iguais naquilo que nos inferioriza e devemos ser diferentes naquilo que nos descaracteriza (massifica)”. E sobre a proposição de fugirmos dos extremos, nem o liberalismo individualista e nem o totalitarismo coletivista. A primeira egoísta e que provoca grandes desigualdades e a segunda que nos massifica e nos emburrece.
Realmente, na simplicidade dos princípios, podemos vislumbrar uma infinitude de discussões, já que a igualdade na diversidade, sem a participação ativa, pode se tornar uma teoria que nos isolará em conceitos abstratos; posto que a cidadania só se dá em grupos solidarizados pelo que existe de humano em cada um, com seu direito à liberdade, mas que envolve a consciência do dever que equilibra todas as relações.
Isso Marise, os cinco princípios da democracia são inter-relacionados e só se realizam em conjunto.
Betinho dizia que “pensar a realidade brasileira à luz da democracia é rever o passado, entender o presente e refletir sobre o futuro, tendo como referência esses princípios básicos”.
Turma, agradecemos os comentários de cada um de vocês.
Esclarecemos que o acesso ao conteúdo será aberto na próxima segunda-feira, dia 21, quando também se inicia a participação dos tutores.
Esperamos que todas e todos tenham uma excelente experiência neste curso.
Cordialmente,
Equipe Mobilizadores
Mesmo estando um tanto atrasada quanto aos comentários, espero que consiga acompanhar os módulos e realizar algumas mudanças significativas através dos conhecimentos que irei adquirir. Grata pela participação.
Oi, José, agradecemos sua participação conosco.
Por favor, se tiver a oportunidade de convidar os educandos para também se inscreverem, fique à vontade.
Desejamos um ótimo curso.
Equipe Mobilizadores
Olá,
Acabo de inscrever-me nesse curso. Agradeço a oportunidade.
Estou tendo dificuldade para encontrar os módulos do curso, alguém poderia me auxiliar, nessa tarefa?
Desde já, agradeço.
Lílian
Oi, Lílian,
Por enquanto estamos no período de inscrições.
O curso começa na próxima segunda-feira, dia 21, quando abriremos o acesso aos módulos.
Obrigado por participar conosco.
Equipe Mobilizadores
O momento atual carece de uma liderança atuante e forte como Betinho. Conseguir sensibilizar e mobilizar um país contra a fome e miséria não foi uma tarefa fácil. Porém, Betinho sempre defendeu a participação coletiva como ator principal de mudança do cenário no qual nos encontrávamos naquele período histórico. Minha pergunta hoje é: onde está essa participação coletiva? Onde e em que momento a perdemos para estarmos vivenciando a não democracia, aos direitos garantidos com tantos sacrifícios e lutas serem extintos e retirados de nossas vidas? Ah,Grande Betinho, como faz falta a sua garra e atuação neste atual momento do nosso país…
Muito bom o curso, material interessante que nos faz lembrar das lutas de algumas décadas atrás e muitas delas já avançamos e agora estamos retrocedendo. Mas é a história e vamos aos poucos evoluindo. Na Luta, Sempre!
Fico impressionada com tanto conhecimento. A cada dia aprendo mais e vejo como crescemos e aprendemos a aceitar as diferenças.
Vejo a caridade e a diferença entre ela e solidariedade. A. Primeira é vertical a solidariedade é horizontal e reconhece o
seu semelhante com respeito e consideração. Aprende a trabalhar junto e a ouvir suas necessidades .
Que bacana, gente! Estudar as ideias do Betinho fez-me lembrar da minha infância nos anos 80, da luta pela redemocratização do país e o quanto este grande cidadão brasileiro formou minha geração com suas ideias de participação cidadã e inspirou muitas outras pessoas e organizações ao compromisso social que ainda hoje é urgente no Brasil.
Rede
Mobilizadores
Obrigada Francisco pelos comentários. Ajude a divulgar as ideias de Betinho e estimule outras pessoas a participar do Prêmio Betinho Imagens de Cidadania. Esse é um bom pretexto para colocarmos mais pessoas pensando em alternativas para construção do país que desejamos.
Bom dia, adorei o curso, e esses cinco principios básicos da democracia posto por Betinho se verdadeiramente fosse aplicado teriamos uma nação mas justa.
Rede
Mobilizadores
Obrigada Igor pela participação. Na verdade, depende de cada um de nós colocarmos em prática cada um desses cinco princípios.
Betinho ao estabelecer prioritariamente os cinco “Princípios da Democracia” (Igualdade, liberdade, solidariedade, participação e diversidade), ele compreendia que a sociedade apoiaria com a erradicação da fome. Um problema que parecia ser crônico no Brasil. É bem verdade que o pernambucano Josué de Castro também deu sua contribuição no processo do término da fome no mundo por isso lembrado. Ainda sobre o sociólogo Betinho, algo que sempre me chamou atenção diante das diversas citações dele, foi quando afirmava sobre a importância da ética na política objetivando a aplicabilidade dos cinco princípios da democracia, e dos demais direitos fundamentais inerentes a dignidade da pessoa humana. http://www.memorialafro.blogspot.com.br
Rede
Mobilizadores
Obrigada Ubiraci pelos comentários.
Abaixo uma reação às questões propostas: Como você concebe a liberdade? Como nos libertamos e ajudamos a libertar?
Da forma como a sociedade e o estado estão organizados a construção da liberdade se dá no espaço dos conselhos. Após a Constituição de 1988, a Constituição Cidadã, o Estado descentraliza e delega um certo grau de decisões para os espaços colegiados entre sociedade civil e governo. Nesses espaços é possível o exercício da cidadania, buscando conduzir os processos em curso por meio de valores pautados na ética e liberdade. Na realidade os cinco princípios da cidadania se retroalimentam, e tem nos espaços de diálogo com o governo a potencialidade de direcionar políticas públicas para sua realização.
Rede
Mobilizadores
Obrigada Gabriela pelos seus comentários. Realmente, a participação nos conselhos de políticas públicas é fundamental para o fortalecimento da democracia.
Boa tarde equipe mobilizadores e demais participantes do f’orum. Estou um pouco atrasada.
Vejo o Betinho como uma pessoa que continua viva, cujo legado foi e ‘e extremamente importante, é atual.
A situação atual de nosso pais mostra como necessitamos nos mobilizar.
Não consigo aceitar a realidade, que nos está sendo imposta.
Necessitamos de educação funcional, social e política.
Só assim seremos capazes de fazer acontecer os princípios da democracia..
Sonho com uma participação mais atuante, onde cada um de nós faremos a nossa parte.
“Ubuntu” – palavra africana, da língua Zulu. “Uma pessoa só é uma pessoa, através, ou por meio, de outras pessoas”.
(Grupo lingguístico Bantu).
Rede
Mobilizadores
Bem vinda Irene. Obrigada pelos seus comentários. Você aborda três pontos fundamentais quando pensamos em democracia: educação politica, participação e a noção de coletivo.
Ola sou taise do assentamento Oziel Pereira da cidade de remigio. Muito feliz em participar de mais um curso, com bom aprendizado.
Rede
Mobilizadores
Olá Taise, seja bem vinda.
Esta semana as discussões estão acontecendo no fórum 2. Mas você pode acompanhar tudo o que aconteceu no fórum 1 e ter acesso a todo o material.
ola sou Paula da comunidade de Oitis localizada em Milagre no Ceará!Fico feliz em participar de mais um curso.
Rede
Mobilizadores
Olá Paula, seja bem vinda.
Esta semana as discussões estão acontecendo no fórum 2. Mas você pode acompanhar tudo o que aconteceu no fórum 1 e ter acesso a todo o material.
Buenas, meu Asè as todxs!
Estou manifestando minha presença no curso, somente hoje, mas tenho acompanhado desde a semana que iniciou.
Sou servidor público do Grupo Hospitalar Conceição, RS; sou educador popular/social; na instituição trabalho na promoção da segurança alimentar e na vida, na promoção do etnodesenvolvimento dos povos tradicionais de matriz africana, quilombos e outros povos tradicionais; no combate ao racismo institucional e a todo tipo de discriminação e preconceito.
Será redundante, aqui, traçar adjetivos acerca de Betinho, penso que assim como Paulo Freire, Betinho é uma energia presente em nossas atuações cidadãs, conforme conceitos delineados em suas elaborações. Hoje, estou em transição de Porto Alegre para Belo Horizonte, mas não muda o modo de pensar e atuar.
Sou acadêmico da Educação do Campo, e minha experiência tanto como educador, quanto gestor público, diz que os 5 princípios da democracia, sejam eles, a igualdade, a diversidade, a participação, a solidariedade e a liberdade, são um desafio constante, mas ultra necessários para a efetivação de relações que deem uma sustentação de bem estar social e econômico a todos os povos. Na entrevista do Professor Guareschi, afirma a necessidade da permanente superação e ruptura ao liberalismo e totalitarismo; ruptura por que se faz necessário ser singular mas não individual na sociedade, bem como também não é possível viver como um todo sem particularidades.E esse é o desfio permanente. Há muitos anos atrás, na pastoral da juventude, participei de uma formação com esse Professor Referência, onde o REVER depois de cada ação, provocavam essa busca de superação. Hoje, nesta crise de democracia, percebo que estamos em desequilíbrio.
Espero sair superado deste curso!
Rede
Mobilizadores
Olá Richard, seja bem vindo. Obrigada pelos seus comentários e pelo relato de sua experiência. Esperamos que o curso seja proveitoso para você.
Esta semana as discussões estão acontecendo no fórum 2. Participe e divulgue o Prêmio Betinho Imagens de Cidadania entre seus amigos e conhecidos.
MUITO BOM O TRABALHO DE BETINHO, UM EXEMPLO DE VIDA AO CIDADAES.
Rede
Mobilizadores
Obrigada Roberto pela participação.
Estou encantada com o trabalho realizado por Betinho, sou professora de sociologia na EEEP Joaquim Albano em Fortaleza-Ce e nossa escola está realizando algumas atividades para mobilizar algumas ações e assim participar do prêmio. Todos esses principios encejados por ele e disseminados por outros pesquisadores nos fazem refletir sobre nós enquanto seres humanos, no sentido de muitas vezes, deixarmos de participar de algo na sociedade que poderia promover uma mudança social. Nossos alunos estão muito empolgados e envolvidos em várias iniciativas.
Rede
Mobilizadores
Olá Luana, obrigada pelos seus comentários. Que bom saber que sua escola está envolvendo os alunos no prêmio. Esta semana as discussões estão acontecendo no fórum 2. Convide-os a participar e a tirar dúvidas sobre como gravar e editar vídeos. Esperamos que haja muitos vídeos inscritos.
Olá Luana, fiquei muito feliz com a perticipação de vocês.
É bom saber que os professores e alunos do Colégio Joaquim Albano estão interagindo e realizando ações relativas ao Celebrar Betinho.
Excelente aprendizagem para todos e todas vocês.
Assistindo um vídeo/debate onde Darcy Ribeiro, principal entrevistado, discutia sobre o Brasil, algo que me chamou à atenção. Dois momentos foram marcantes:
– O primeiro falava sobre democracia: “Uma nação em que a classe dominante é de filhos ou descendentes de senhores escravos, leva na alma alma o penhor, o calejamento do senhor escravo…”
– No segundo momento, ele diz que “não há lugar melhor que para fazer um país que esse (Brasil)”.
Portanto, é interessante entender que participar não pode ficar restrito às eleições. Participar é acima de tudo o ato de, dentro do processo democrático – onde todos e todas possam se repeitar e reconhecer os direitos individuais e coletivos – procurar conhecer a sociedade que vivemos, discutir seus problemas, apresentar propostas de interesse popular, exigir que sejam aprovadas e fiscalizar os atos dos governantes. Lembrando que os pontos citados precisam ser discutidos de forma coletiva, com o maior número de pessoas, de todos os seguimentos.
Esses dois pontos, democracia e participação, faz lembrar um debate realizado na Universidade Federal do Ceará (UFC) sobre democracia e participação popular. No evento um dos debatedores citou Winston Churchill, lembrando a seguinte frase do ex-presidente americano: “A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela”.
O homem procura obter cohecimento, e quando encontra descobre que nada sabe.
Quando olhamos para a natureza e animais, podemos perceber que os prórpios elementos da natureza, nos ensina como vivermos em uma sociedade respeitando o espaço de cada ser.SO SEI QUE NADA SEI, Socrates.
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Obrigada pelos seus comentários, Nelson. Sim, a busca do conhecimento e principalmente a partilha desse conhecimento tem grande poder transformador.
Exatemente Franzé participar é também discutir sobre a sociedade em que vivemos, sobre as leis que nossos representantes aprovam e que desconfiguram o verdadeiro estado democrático de direito.
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Car@s Mobilizador@s,
Hoje, concluímos o primeiro módulo do curso Imagens de Cidadania. Na segunda-feira, dia 25, tem início o segundo módulo, abordando noções para gravação e edição de vídeos utilizando equipamentos simples e acessíveis como celulares.
Gostaríamos de agradecer a participação de tod@s nesses primeiro módulo e fazer um convite para que divulguem o Prêmio Betinho Imagens de Cidadania entre seus familiares, conhecidos, alunos, etc.
Nosso objetivo é estimular uma série de ações de engajamento social, a exemplo das muitas mobilizações que Betinho inspirou.
Para saber mais sobre Betinho, os cinco princípios da democracia e sobre o Prêmio Betinho acesse: http://www.celebrarbetinho.org.br
Sintam-se à vontade para continuar postando neste fórum.
Até segunda-feira.
Para Marx, “o homem é o primeiro ser que conquistou certa liberdade de movimentos em face da natureza. Através dos instintos e das forças naturais em geral, a natureza dita aos animais o comportamento que eles devem ter para sobreviver. O homem entretanto, graças ao seu trabalho, conseguiu dominar em parte, as forças da natureza, colocando-as a seu serviço.”
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Obrigada pela participação Diana. O trabalho pode realmente ser libertador especialmente quando segue a lógica da solidariedade, do aprendizado conjunto, da partilha.
Já dizia Kant que o princípio da autonomia implica necessariamente em conhecimento, pois como podemos escolher se não temos informações suficientes das opções. Penso que liberdade deve atender o mesmo princípio. Liberdade pode ser compreendida sobre uma perspectiva que denota ausência de submissão e de servidão, não podemos desta forma, abrir mão da consciência e do conhecimento.
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Obrigada Fábia. Você aborda dois temas fundamentais: consciência e conhecimento. Como bem destaca o professor Pedrinho Guareschi “A liberdade é um processo infinito, como dizia Betinho, de busca de razões do porquê eu sou o que sou. Ou seja, à medida em que cresço em consciência, vou me libertando.” Precisamos sempre fazer as perguntas que Paulo Freire sugeria: “Por que eu sou o que sou? Por que as coisas são assim?”
Concordo… conhecimento e verdade são libertadores.
Compreendo que o conceito de liberdade perpassa pelas escolhas, quando posso escolher onde ir, oque falar; quando escolho aprender,quado dou ao outro a condição do livre arbítrio,eu também sou livre. Quanto ao conhecimento conquistado, este constitui-se em ponte para a libertação daqueles que o adquire e para aqueles a quem será transmitindo,considerando-se que é o conhecimento que vai permitir ao indivíduo a
formação da consciência crítica.
De acordo com o dicionário Aurélio Online, teoricamente, o significado de liberdade está ligado ao “direito de proceder conforme nos pareça, contanto que esse direito não vá contra o direito de outrem”. No entanto, acredito que, na prática, a liberdade é como a linha do horizonte, está sempre visível e muito distante.
Mas também acredito que é preciso saber admira-la, olhar o que tem de melhor e seguir sempre ao seu encontro, procurando o caminho melhor. Esse caminho é o conhecimento.
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Olá Franzé, obrigada pela participação. Assim como a Fabia, você cita o conhecimento como caminho para liberdade. Que bom. Quanto mais adquirimos consciência crítica, o olhar interrogador que vem do conhecimento, da busca por respostas, mais conseguimos nos libertar das muitas amarras que nos aprisionam:a lógica do mercado, as “verdades” da mídia tradicional, a sedução do marketing, e por aí vai… Valorizar a conhecimento tradicional, a sabedoria do povo, também é libertador.
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Para não esquecermos que Betinho dizia que a busca pela democracia não tem fim. É uma utopia que nos alimenta e faz avançar.
A democracia e saber respeitar o eapaço e direito do proxímo. O que acontece hoje e a falta de respeito e dignidade moral perante as outras pessoas.
Não adianta um país ter a democracia e o povo mão preserva a educação.
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Oi Nelson, no texto “Democracia e cidadania” Betinho afirma: “São cinco os princípios da democracia, são cinco e juntos totalmente suficientes. Cada um separado já é uma revolução (…) coloque o eixo dessa revolução na cidadania, em cada pessoa e em todas. Não no Estado, nem no mercado. Eles não são capazes de dar vida a esses princípios. Essa obra é do homem e da mulher, juntos”.
Então, sigamos para que a educação, em suas várias formas, especialmente a não formal, humanista, política se fortaleça.
É muito bom esse espaço para trocas e aprendizado. Obrigada a toda a equipe do curso.
Sobre democracia a história já nos mostra, ela precisa ser conquistada o tempo todo. Pois é algo que mesmo sendo um direito, não é adquirida e sim conscientemente conquistada.É isso que Betinho nos convidou lá atrás e nos convida hoje. A conquistar a democracia através dos cincos pilares por ele estabelecidos e a nós reapresentados.Solidariedade,igualdade,participação,liberdade e diversidade.
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É isso mesmo Rosane. Obrigada pela participação. Betinho dizia: A democracia “começa na relação interindividual, passa pela família, empresa, igrejas, instituições da sociedade civil e culmina no Estado. Uma sociedade democrática é aquela que vai conseguindo democratizar todas as suas instituições e práticas. É uma sociedade penetrada pelos princípios, construída por eles, de forma consciente, voluntária e livre. É o reconhecimento da humanidade de todos por todas as pessoas.”
Olá sou Vanda Matos do Acre…Sou Assistente Social. E estou na luta sempre pela defesa intransigente dos Direitos Humanos.
Essa frase do Betinho nos encoraja para não desanimar diante do atual cenário da Politica Brasileira.
Concebo o verdadeiro sentido de liberdade como acesso… Acesso a informação, oportunidades, escolhas… Sem isso o conceito se torna vazio e pode se tornar mais um “opressor” na vida daqueles que não possuem acesso e são cobrados de “produzirem,fazer” utilizando essa pseudo-liberdade.
Adorei o forum!
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Obrigada Mariluci por sua participação. Que bom que gostou do fórum. Esperamos que o material disponível e as discussões inspirem ideias e propostas que possam ajudar a consolidar a democracia com base nos cinco princípios e que sejam apresentadas em vídeos pequenos de até 3 minutos.
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Hoje, vamos falar, principalmente, sobre liberdade.
Para Betinho, liberdade é um conceito que se mistura com a própria democracia. “A democracia é o igual e o diverso. O encontro de liberdades. A convergência da pessoa e da comunidade. Da sociedade civil e do Estado (…)”.
Nosso tutor, Prof. Pedrinho Guareschi, lembra que “o melhor enfoque para discutir esse princípio é o de Paulo Freire, que resgata a liberdade através da consciência – a consciência é o quanto de resposta eu consigo à pergunta: por que eu sou o que sou? Por que as coisas são assim? Ninguém é livre sem ter consciência”.
Paulo Freire, que também morreu há 20 anos, dizia: “ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, as pessoas se libertam em comunhão”.
Como você concebe a liberdade? Como nos libertamos e ajudamos a libertar?
Obrigada.
Equipe Mobilizadores
Bom dia pessoal, tenho refletido bastante sobre estes temas ao longo da minha vida e me aproximo muito da concepção de Paulo Freire e Sartre quando nos designa a compreender a liberdade por dentro e não algo dado ou obtido por outrem. Liberdade primeiramente, acredito que seja o auto reconhecimento enquanto ser social e a compreensão da seu caráter coletivo. A liberdade é coletiva, não posso ser plenamente livre se meu semelhante não a experiencia… Vou costurando meus pensamentos e cada vez mais tenho consciência que somente na pluralidade conseguiremos alcançar nossa singularidade.
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Que bacana sua reflexão Simony. Pensarmos todos os princípios a partir do coletivo, da relação e troca é o que vai nos ajudar a trilhar o caminho em busca da democracia.
Betinho dizia:“Os cinco princípios (igualdade, diversidade, solidariedade, participação e liberdade) juntos constituem a definição de tudo que nós todos devemos querer para a humanidade inteira. Como colocar os valores da democracia como bússola de todas as ações, como inspiração de uma nova estratégia mundial?”
O meu direito começa quando começa o direito do outro. Acho essa ideia muito interessante pois tradicionalmente falamos que o meu direito termina quando começa o do outro. Entendo ser muito mais construtivo pensarmos como na primeira abordagem. Isso nos leva a uma proposta de fazermos juntos, observando interesses comuns mesmo que esses brotem da diversidade.
Acho que a liberdade vai nessa mesma lógica, ou seja, a minha liberdade começa junto com a do outro. Concebida desta forma, ela nos leva a cidadania, que é construída no caminhar e nos faz sempre buscar mais. Ela emerge da consciência crítica trazida por Paulo Freire, individual e coletiva.
Essa é a base da democracia com participação efetiva do conjunto de cidadãos desde a fase propositiva.
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Bonita reflexão David. Que tenhamos sempre essa sabedoria.
Penso que a partir da consciência ampliada através das experiências da vida, o ser humano pode viver a liberdade verdadeira quando faz suas escolhas sabendo as consequências que as mesmas trarão para a sua vida e a dos que convivem com ele. Sem a consciência do momento e das consequências futuras, o ser humano atua condicionado pelos seus hábitos que, muitas vezes, se traduz em dor e sofrimento que se perpetuam até que os condicionamentos sejam quebrados e novos comportamentos sejam adquiridos. Este processo acontece a partir dos relacionamentos humanos porque, se o ser humano permanece só, não há possibilidade de atritos que podem levar a reflexão, se o ser se propor a mudar; ou que levam a novos atritos, se o ser preferir ignorar que precisa modificar seu comportamento e continuar a culpar outros pelos seus problemas. Então, nos libertamos quando nos propomos refletir e mudar para termos mais harmonia conosco mesmos e com os outros; ajudamos a libertar outros quando conseguimos mostrar o que ele pode mudar para ter mais harmonia e paz, com consciência de que a mudança é uma decisão pessoal e que cada um tem o seu próprio tempo na escala da evolução.
Esta citação do Paulo Freire, é muito lúcida e incitadora e por isso me propus a fazer uma reflexão parte a parte. “Ninguém liberta ninguém” – se olho para a outra pessoa como ser passivo, e eu como ser ativo do processo, coisifico-a e me coisifico, impedindo que ambos, a pessoa e eu, possamos transformar a nossa realidade. Desta forma, não permito a esta pessoa e nem a mim mesma, libertarmo-nos das opressões que mantém o status quo, pois, na minha compreensão equivocada, detentora do saber e das resoluções possíveis para superar os problemas, imponho (prescrevo) a esta pessoa o meu pensamento e a minha prática. No entanto, se a mesma não é inserida como sujeito, nesta relação, eu não permito que esta traga a sua realidade para debate e imponho a mim, também está proibição de conhecer, de codificar, problematizar e superar os limites que se fazem presentes nesta realidade. Agora, se eu compreendo que “Ninguém se liberta sozinho. As pessoas se libertam em comunhão”, veja a outra pessoa como ser ativo (sujeito), cognoscente, capaz de pensar e atuar em sua realidade, de transformar-se, transformar-me e, por consequência, transformar a realidade em que nos inserimos e nos integramos. E nesta prática, de intersubjetividade, de intercomunicação, nos libertamos das opressões que nos impedem ser quem somos, expressarmos nossos saberes, compartilharmos nossas práticas, buscarmos nossos direitos, solidarizando-nos com as outras pessoas, trabalhando para reduzir as desigualdades, pois não nos libertaremos enquanto as outras pessoas vivenciarem violações diárias, enquanto a liberdade da outra pessoa seja afetada, mesmo que de forma inconsciente, e por isso a necessidade da tomada de consciência, pela expressão da minha liberdade.
Boa tarde!
A concepção da liberdade por meio do aprimoramento da consciencia de si e do mundo, muito me agrada. Neste aspecto, pensar a democracia tendo a cidadania efetivada por meio da participação, e o desenvolvimento da consciência como primordial a liberdade, e o individuo presente desde a relação entre as pessoas, como ao meu entender, propôs Betinho, traz a luz uma chave para os processos vigentes: a responsabilidade.
Prezada Equipe Mobilizadores e demais colegas de curso.
Com base no conteúdo do curso vejo os cinco princípios a nós legados pelo Betinho, como interdependentes ou seja todos estão inter-relacionados e se complementam.
A cidadania plena a nós brasileiros em nosso entendimento, só será experimentada quando pautada pelos princípios apresentados, evidente que há necessidade de uma cultura da prática desses princípios e parafraseando Paulo Freire esse caminho é a educação que alcança as consciências e liberta as pessoas da condição de exclusão, da omissão e da subjugação cultural, social, econômica e política.
Assim, o exercício prático dos princípios por nós vistos é em nosso entendimento, o caminho para a o exercício pleno da cidadania e da ética.
Creio que alguns dos colegas tem através da mídia conhecido sobre a chamada “Cracolândia” no centro da cidade de São Paulo, local aonde tive a oportunidade de trabalhar por cerca de dois (02) anos. Esse é um local de visível ausência de cidadania e democracia, mas por outro lado rico em diversidade e também um local muito propício para a prática da solidariedade.
Por fim é sempre bom lembrar que a nossa Constituição conhecida como cidadã, preconiza no artigo 5º “…Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza…” porém a um longo caminho para que isso de fato seja efetivado.
Abraços.
“
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Obrigada pelos comentários Queiroz e por falar de sua experiência. Você cita Paulo Freire (esse caminho é a educação que alcança as consciências e liberta as pessoas da condição de exclusão, da omissão e da subjugação cultural, social, econômica e política) e ele realmente é essencial para entender os cinco princípios da democracia elencados por Betinho. É fundamental também para pensarmos sobre o princípio a que vamos nos dedicar mais hoje: a liberdade.
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Boa tarde!
O tutor Prof. Pedrinho Guareschi prefere responder as perguntas feitas pelos participantes do curso por e-mail. A seguir, as respostas dele às perguntas da Adriana:
I) O que podemos entender por “princípio”? Princípio como lei moral, um valor que orienta uma conduta ou ação?
R.: Cara amiga, em geral se entende ‘princípio’ como uma orientação, algo sobre o qual nos fundamentamos. Esse princípio certamente pode carregar valor, ou valores: mas o mais importante é que ele seja NEGOCIADO pelas pessoas que vão assumi-lo como orientação. São decisões negociadas. Na discussão para estabelecê-lo é que cada um vai argumentar para garantir que ele seja aceito por todos os do grupo. Mas por si mesmo, um princípio não cai do céu… é resultado de discussões.
II) Qual é a diferença entre ética e moral?
R.: Muitos não fazem distinção entre os dois. Os dois tem a mesma etimologia: ética vem de ‘ethos’ que em grego é costume, e moral vem de ‘mos, moris’, que em latim é também costume. Mas alguns, a maioria hoje em dia, distingue no segundo sentido: moral, ou moralidade, ficam sendo os costumes que foram se estabelecendo, dia a dia, um tanto tacitamente, sem as pessoas se questionarem ou perceberem. E ética ficou sendo entendido como UMA CRÍTICA DA MORAL.
Então ética fica sendo aquela parte (da filosofia em geral) que pergunta: qual o fundamento dessa moral? Por que esse costume deve ser assim? Por que, em geral, nas famílias os meninos têm privilégios que as meninas não têm? etc.etc. A ética é então uma postura crítica diante de costumes que foram se estabelecendo, questionando por que são assim e revelando suas ideologias e injustiças muitas vezes…
III) O conhecimento e a reflexão poderiam ser considerados como princípios?
R.: Como falei acima, em geral princípio é resultado de negociação. Mas se alguém quiser dizer que são princípios, tudo bem. Para mim, o conhecimento e a reflexão são características dos seres humanos que são necessárias para que se possam estabelecer situações de desenvolvimento e de melhoria das condições de vida. São qualidades que temos e com as quais podemos ser mais felizes e ter uma vida digna e boa.
Obrigada pela atenção e mensagem.
O convite para reflexão e negociação.
Infelizmente, princípios da vida coletiva precisam ser negociados.
Estou profundamente triste.
Um abraço,
Adriana.
Olá a todxs!
Sou Tatiana Gerhardt, professora em Saúde Coletiva na UFRGS e tenho trabalhado nesse campo com a antropologia da saúde e, mas recentemente com a antropologia visual. Agradeço todxs a oportunidade de participar desse curso com tão ricas colocações e trocas de ideias. Não estou conseguindo acompanhar diariamente as postagens, mas compartilho hoje algumas reflexões sobre as questões colocadas neste fórum.
Para mim, para pensar na democracia e nos 5 princípios propostos (com os quais concordo plenamente), precisamos pensá-los de forma conjunta, pois não há democracia sem pelo menos esses 5 princípios, como nenhum desses princípios pode existir um sem o outro. Assim como pensamos que o ser humano é um indivíduo-relação, a democracia só possível (pelo menos na conceituação proposta) se esses princípios existirem todos ao mesmo tempo. Como parto do princípio de que todos eles são construídos socialmente, ou seja, pelas nossas relações e que estas são movidas por aquilo que partilhamos ou deixamos de partilhar, pensar nessas relações no momento atual me remetem a um outro conceito/noção, o de resistência, a resistência como dimensão importante para a permanente construção social, para a co-construção, para a produção social compartilhada, co-autoral. Isso nos coloca imediatamente na relação entre pessoas que irão co-produzir, compartilhar saberes, o que me faz pensar na noção de alteridade e na noção de descolonizar os sentidos. Na necessidade de pensar a noção de alteridade por meio de uma perspectiva plural e híbrida. A grandeza que a alteridade nos traz é o seu próprio ethos (valores, ideias ou crenças), explico: vários conceitos/valores/moral/ética, hábitos tangenciam com a noção de alteridade – empatia, compaixão, respeito, tolerância, diversidade, individuação – contudo, nenhum deles, sozinho, foi suficiente para estabelecer um ethos sólido e atualizado para os conflitos humanos ao longo, especialmente, do último século e suas consequências: duas guerras mundiais, a disseminação de inúmeros conflitos locais, o desenvolvimento de armas nucleares e biológicas de assustador potencial de extermínio e, sobretudo, o clima generalizado de hostilidade e intolerância que coloca em risco desde comunidades até a própria humanidade. Portanto, alteridade é uma noção em construção e uma postura ético-política de encontro com o Outro; para mim seria resumidamente o que junta todos os princípios da democracia, ou seja é a sensibilidade de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença, e assim construir cidadãos conscientes e responsáveis uns pelos outros.
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Cara Tatiana, muito obrigada por suas considerações e ensinamentos que enriquecem muito nosso debate. É verdade, apenas para facilitar as discussões falamos separadamente de cada um dos cinco princípios, mas eles se complementam e têm de ser vistos de maneira complementar e inter-relacionada. Muito importante também as noções que traz de resistência, alteridade. São ótimos temas para aprofundarmos nossas reflexões e debate.
Olá! Sou Lili Nogueira de Mauá S.P, quero parabenizar a Equipe Mobilizadores por nos proporcionar este curso, com temas tão atuais e necessário nos dias de hoje.
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Oi Lili, obrigada pelos seus comentários. Esperamos que este curso a inspire a fazer propostas para consolidarmos a democracia baseada nos princípios defendidos por Betinho.
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Para nos ajudar a compreender a solidariedade, destacamos aqui um trecho da entrevista do professor Pedrinho Guareschi:
“A gente só entende solidariedade quando compreende que o ser humano não é nem indivíduo – que não tem a ver com os outros – nem peça da máquina , do sistema. É quando o percebemos como pessoa-relação, que está no meio entre a igualdade e a diversidade. Solidariedade acontece quando o ser humano percebe que ele só pode ser se considera os outros.”
Eu sou a Aiko, moro em Canoas/RS, fundadora e coordenadora geral do Projeto Semear que atua com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social há 10 anos, inicialmente de casas de acolhida , depois nas vilas e instituições co-irmãs.Desenvolvendo a cidadania, melhorando a auto-estima e propiciando oficinas e cursos voltados a empregabilidade.
A solidariedade é para mim a virtude mais linda ! O desprender-se de si mesmo, olhar para o outro e sentindo a dor dele, trabalhar como se fosse a minha para ajudá-lo !
Estou aproveitando muito as informações deste curso e agradeço a oportunidade de poder realizá-lo !
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Olá Hadoika, obrigada por falar de sua experiência. Parabéns pelo projeto. Na sua prática profissional como vê a solidariedade entre as crianças e adolescentes atendidas pelo projeto? Pode nos contar um caso que exemplifique? Obrigada.
Sempre incentivamos eles a participarem das decisões de tema, até do lanche com sugestões e trocas. Até aula de culinária já rolou.
Entre eles acabam desenvolvendo uma amizade maior como se fossem membros da mesma família.
Tenho um amigo, Mário Heleno Hoeveler que é órfão, criado nas Aldeias SOS, com a idade calculada pela arcada dentária por ausência total de informações da sua origem, atualmente advogado tributário e defensor da criação de leis de adoção humanizadas. Durante as várias palestras que fez para nossos “filhos de coração” sempre há uma sinergia contagiante, porque eles falam a mesma língua, sofrem ou sofreram as mesmas dificuldades,abandono,negligência, rejeição…
Poder apresentar exemplos reais de superação é um estímulo maravilhoso a continuar nesta caminhada !
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Muito bacana Hadoika. Obrigada pelo relato.
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Bom dia!
Hoje, vamos conversar, principalmente, sobre o quarto princípio da democracia conforme Betinho: a solidariedade.
O que é solidariedade e como ela se relaciona com o coletivo, com os interesses públicos, com a relação com o outro?
Para inspirar, mais um vídeo com Betinho:
Olá bom dia!
Está inscrita nesses cursos é ter a oportunidade em ser participativa e conseguir alcançar os objetivos propostos oferecidos pelo o mesmo,é buscarmos a realização de nossas expectativas diante de um País e Mundo tão conturbado, em situação referente a Democracia, é sairmos do comodismo e buscarmos a renovação a insistência da realização de nossos sonhos e projetos,somos seres transformadores de ações, e que tais ações e atitudes tenham o poder de modificar as mazelas emitidas muitas das vezes pela mídia, na qual, nos capacita em nossas decisões dentro das Políticas Públicas, proporcionando o avanço democrático, a emancipação do Cidadão, com direito a Voto e Voz,.Portanto, o que nos impulsiona à essa participação social, é a relação de Poder no mundo do trabalho, com Responsabilidade, ética e Comprometimento.
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Bom dia Regina e obrigada pela participação. Participar, especialmente na formulação e acompanhamento das políticas públicas, é essencial para transformações com maior impacto social.
“Solidariedade” me lembra “solidário”, que se simplesmente trocarmos o “d” por “t” gera “solitário”, que nos remete a “solidão”. Uma simples troca de letra faz muita diferença. Qual dos dois queremos para nós e para o mundo?
Não faz sentido compreender o ser humano como um indivíduo isolado, solitário. Que projetos ele pode empreender dessa forma? Qual a qualidade desses projetos? Serão eles sustentáveis?
A melhor resposta para uma vida melhor está neste quarto princípio da democracia, trazido pelo Betinho: “…os princípios de uma verdadeira democracia têm de ser permeados pelo sentimento e pela emoção de ser solidário. A solidariedade é a emoção mais forte que a humanidade pode viver e experimentar. Solidariedade significa a convicção de que não estamos isolados; é aceitar a relação”.
Encontraremos essa resposta ao nos percebermos como pessoa-relação. E para isso precisamos nos aprofundar numa prática que anda tão difícil hoje em dia, que é a do diálogo. Nesse sentido incorporam-se temas como igualdade, diversidade, ética, respeito, humildade, atenção ao outro, e tantos mais.
E desse jeito, considerando o outro e percebendo que somos mais com essa relação, poderemos desenvolver projetos coletivos com interesses comuns.
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Ótima reflexão David. Nos percebermos como pessoas-relação é fundamental nas iniciativas cotidianas e também na busca de mudanças sociais. É na relação que crescemos, construímos e nos transformamos.
A solidariedade está em baixa no espaço público. Vejo isso no espaço ao meu redor. Vejo isso na política macro.
Tomar o outro como instrumento para satisfação das minhas vontades – que é o contrário de qualquer solidariedade – está cada vez mais hegemônico. Para contrabalançar esse meu pessimismo, fui lá reler o professor mexicano Leopoldo Zea, que aos 90 anos, escreveu uma “Carta às pessoas que não conhecerei”. Quem quiser conhecer, o link é: http://www.ensayistas.org/filosofos/mexico/zea/milenio/4-2.htm
Olá Maurício.
Será sua sensação pessimismo ou realismo? Vejo muitas bandeiras ocuparem o lugar do bem-comum – estamos fragmentados… em um crescente darwinismo social…
Estou aqui pensando… os cinco princípios propostos para democracia são muito caros… porém algo parece não estar indo muito bem…
Como fortalecer esses alicerces?? Talvez incluindo outros… que deem sustentação.
Um abraço fraterno,
Adriana.
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Uma carta que realmente deve ser lida e sobre a qual deveríamos refletir. Obrigada por partilhá-la conosco, Maurício.
Ainda partindo do princípio que só consegui me ver como parte ativa em ações solidárias a partir do momento em que tive minhas necessidades básicas satisfeitas, penso que a solidariedade é a emoção que une as pessoas em torno de necessidades e ela se relaciona com o coletivo a partir de ações para satisfazer estas necessidades, se e somente se cada um tiver consciência da sua possibilidade de mudar esta realidade. Enquanto um ser estiver faminto, para garantir a sua sobrevivência, ele pensará primeiramente em garantir que sua fome seja aplacada, portanto, todos que têm algo além do necessário para si mesmo, se e somente se conseguir despertar a consciência para fora de si mesmos, poderão se solidarizar com o coletivo, com interesses públicos e com a relação com os outros.
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Obrigada Marise pelo seu comentário. Precisamos mesmo, como você diz,”despertar a consciência para fora de nós mesmos”.
É importante pensar a solidariedade também como forma de construção/ produção/ criação conjunta como acontece no cooperativismo, nas iniciativas de agricultura urbana, nos projetos de agricultura familiar, nos mutirões para construção de casas, cisternas, apenas para citar alguns exemplos.
Da mesma forma, ela também se manifesta na acolhida às pessoas ao nosso redor: às vezes, olhar para alguém, ouvi-lx, confortar pode fazer toda a diferença, não é mesmo?
Guareshi e Romani no texto Política e Liberdade afirmam que a solidariedade transformada em ação é um sentimento que ultrapassa a dimensão racional. Já dizia Betinho que “a solidariedade é a emoção mais forte que a humanidade pode viver e experimentar”. A partir disto, podemos dizer que a solidariedade se pratica motivada pelo “amor” ao próximo com a consciencia de pertencimento e igualdada da raça humana. Assim acontecem os atos de ajuda quando as pessoas precisam de algo que geralmente entendemos como uma violação do direito de ser humano como a falta de comida, de roupa, de dignidade violentada, de representatividade. Mantemos um elo relacional com outras pessoas mesmo sem conhece-las. Algo inerente a condição humana.
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Que bacana pensar que é inerente à condição humana o elo relacional que mantemos com todos os demais. Se tivéssemos isso sempre presente pensaríamos duas vezes antes de agir, buscaríamos o bem comum e o bem viver.
Faz parte da utopia que deve nos alimentar e nos mover.
Conheci Betinho na graduação, aulas sobre ética e direitos humanos, desde então procurei aprofundamentos sore seu trabalho e militância. Esse curso é maravilhoso, está me proporcionando muito aprendizado. #Betinhopresente
Sensacional! Não há outra forma de mudança se não houver empenho de cada cidadão. Fazemos parte da sociedade e somos responsáveis por tudo. Nossa ação ou omissão refletirá no todo. Não podemos nos omitir, avante…
Pode-se dizer que a solidariedade é um ser junto, um ser com as outras pessoas. Está relacionada à empatia. Não no sentido de nos colocarmos no lugar das outras pessoas, para resolver ou sugerir a solução dos problemas a nós apresentados, mas no sentido de ser com, de fazer a escuta atenta em relação às demandas, de pensar coletivamente as possibilidades para atuar e transformar com. A solidariedade é dependente da intersubjetividade, da intercomunicação, da dialogicidade, pois sem estes não há como pensar e atuar coletivamente, em prol de interesses em comum e não apenas de interesses comuns. E quando temos interesses em comum, tendemos a buscar saberes e práticas que auxiliem um caminhar em direção à transformação social, à redução das desigualdades, à equidade, à igualdade, à atuação cidadã e crítica.
A solidariedade, ao meu ver, traz em si a síntese dos princípios aqui trabalhados, pois somente se torna efetiva quando nos percebemos integrados ao todo social, desse modo, agimos com a percepção do impacto na coletividade. O principio da solidariedade traz consigo nossa responsabilidade participativa.
Bom dia, esta sendo muito bom poder participar desses cursos online, devido a correria trabalho, faculdade não tenho muito tempo para poder fazer cursos fora, mais desde que me escrevi tem sido enriquecedor. Materializar a fábula do beija-flor descrita por Betinho, tem que ser o nosso lema de vida, se cada um de nós fazermos a nossa parte com certeza o resulta será favorável para todos. Só posso agradecer a todos que fazem parte da Equipe Mobilizadores.
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Bom dia Leila. Obrigada pela sua participação e comentários. É um estímulo saber que o curso está sendo proveitoso e esperamos que também possa estimular a cidadania ativa, como defendia Betinho.
Eu também quero parabenizar a todos! Estou gostando muito. Cada dia que passa estou aprendendo a ver o mundo com outros olhos.
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Bom dia Márcio. Obrigada pelas suas palavras. Que possamos, todos juntos, fazer as mudanças que almejamos no nosso entorno.
Olá. Boa tarde, de acordo com a “fábula” contada por Betinho no vídeo penso que realmente a participação é fazer parte e para fazer parte precisamos fazer a nossa parte não importa o tamanho que ela seja, porém, precisamos trabalhar muito o nosso limiar de frustração. Esse limiar pode ser único e pessoal quando nos satisfazemos em apenas fazer a nossa parte, ou pode ser implantado pelo contexto, por exemplo, quando o resultado não é visualizado pelos demais. De qualquer forma conseguir ficar à parte, sem participar acredito que seja a maior das frustrações, o niilismo, o aniquilamento do ser coletivo; e que na nossa sociedade muitos nem enxergam o quanto estão aniquiladas e o quanto isso é destrutivo para essa sociedade.
RUIMAR ALVES23/08/2017 às 10:13 am Participação, como está difícil levantar essa bandeira num país afundado num lamaçal político e moral. Mesmo que nossas intenções sejam boas (combater a fome, eliminar preconceitos, trazer dignidade, etc) as pessoas andam desconfiadas, receosas, pois acham que há algo por trás, tipo alguém está ganhando, alguém está levando vantagem, etc.
Concordo com vc e penso que a população está cada vez menos interessada em diferenciar o certo do errado já que os “maus” usam o mesmo discurso dos “bons”.
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Obrigada Fabia pela participação. Em contato com outras pessoas que também têm buscado manter a esperança nos realimentamos e ganhamos força para seguir em frente.
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Para nos ajudar a entender o pensamento de Betinho sobre participação: “(…) cada um de nós é responsável pelo que acontece nas questões locais, nacionais e internacionais. Somos cidadãos do mundo e, portanto, corresponsáveis por tudo o que ocorre. A única forma de transformar este direito em realidade é através da participação”
Linda fábula do beija-flor, cada um fazendo sua parte é muito. Ontem ouvi também um “exercício” que dizia, não precisa fazer o bem, basta não fazer o mal. Mas essa acomodação no simples, não fazer o mal, talvez para atual situação global não seja suficiente, também temos que participar e regular melhor nosso convívio. Infelizmente as instâncias de participação não são tão abrangentes e as decisões politicas não abarcam a inúmeras realidades, nosso modelo ‘democrático” não alcançou a democracia, e muitos sujeitos acabam se distanciando dos mecanismos de participação e controle social por não sentirem mudanças reais ocorrerem. Gosto das pequenas ações “do local para o global”, porém é urgente e necessário romper com o modelo fadado a corrupção que é o nosso sistema político, além de corrupto é patriarcal, racista… Quando era mais jovem acreditava que íamos ter um governo que atenderia as demandas sociais e iriamos viver num lugar com melhores condições em pé de igualdade, o que não ocorreu, os jovens da atualidade que convivo acreditam que precisamos acabar com o Estado, que não precisamos de governo e que somos capazes de fazer nossa própria gestão. Sinceramente não sei se ando perdendo a fé, ou a coragem, ou se me falta leitura para iniciar uma ação pequena que possa contribuir no núcleo para avança no campo e então alcançar uma grande mudança.
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É Rachel, vivemos mesmo um momento difícil, mas é exatamente aí que precisamos nos renovar e persistir. A mídia mostra muitas mazelas e omite várias iniciativas muito relevantes e transformadoras que estão ocorrendo em todo o país. Ao mesmo tempo em que vivenciamos perdas, encontramos muitos focos de resistência. Vejamos as conquistas dos movimentos negro e feminista, por exemplo, as manifestações culturais nas periferias, os mutirões, as iniciativas de economia solidária, a agricultura familiar, os grupos de agricultura urbana, as iniciativas de convivência com o Semiárido. Nesse último caso, o COEP tem um projeto que vem dando muitos frutos. Para saber mais, visite: http://comunidadescoep.org.br/.
Sejamos beija-flores!
Toda forma de participação é fundamental para a craição de consciencia e prática de cidadania. Porém, a participação nas decisoes nas políticas públicas é um elo de ligação entre a governança e a gestão democrática. A ligação destes tres elementos proporcionam o avanço democrático de um país e emancipa o cidadão.
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É verdade Paulo. Precisamos estimular uma maior participação nas diferentes esferas de debate e definição de políticas públicas e no acompanhamento do orçamento.
Gostei muito dessa fala do Betinho: “Eu não quero receber de graça, nem como dádiva, nem a minha
liberdade, nem a minha igualdade. Eu quero que isso seja construído com a minha participação.” Acho que isso expressa muito bem a importância de participar. Quero sair da arquibancada, para de ficar contemplando o espetáculo, e ir pro palco fazer junto.
Primeiro, acredito nisso, segundo, acho que desse jeito vai ser muito melhor. Vou com os outros juntar nossas ideias, vou assumir responsabilidades conjuntas e parar de culpar o outro. Desse forma, acredito que avançaremos nas soluções dos nossos problemas, tanto locais, nacionais como do mundo, do planeta.
Tava trabalhando exatamente isso nesta semana com meus alunos de uma turma de alfabetização de adultos. Abordando o entendimento de “território” e o senso de pertencimento. Partimos do lugar que nasceram e do onde vivem hoje, viajamos pelo Brasil e pelo mundo e voltamos para nossa cidade e nossa comunidade. Em que espaços desses sentimos que é nosso território, que pertencemos a ele. E o que precisamos fazer para cuidar deles. É muito interessante pensar que o mundo (o planeta) é tanto o nosso território como nossa comunidade.
A participação é um dos princípios da democracia (por Betinho), que considero mais importante para nossa realidade. Como está no conteúdo, sem participação não há cidadania e muito menos democracia. Pensar em participação para jovens como eu, e outros mais novos ainda, é também lembrar da educação, das escolas (como disse o Wagner Moura no vídeo para o Celebrar Betinho). Visto isso, chego a triste e cada vez mais pessimista conclusão sobre nossa situação, o quão longe ainda estamos da realidade que buscava Betinho, mesmo após 20 anos de falecido. Nossos governantes devem refletir nosso povo e ambos se preocupam cada vez menos com a efetividade da nossa educação, de nossas escolas e universidades (vemos o caso da UERJ). Não há maneira de tornar as pessoas mais participativas se não há educação fundamental. Enfim, é acreditando em algo melhor que se pode mudar, então vamos acreditar e participar.
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Oi Camilly,
Bem vinda! Obrigada por seus comentários. Os jovens são fundamentais para a consolidação da democracia que sonhamos pois serão os líderes, profissionais, cidadãos que farão diferença no futuro, e sem educação, especialmente educação política, humanista e para a prática da cidadania, essa diferença pode não ser a que almejamos.
Recentemente, vi um documentário sobre a vida do Betinho, é impressionamente como nossas lutas pela democracia, direitos sociais ainda sejam as mesmas, principalmente, com os retrocessos que estamos vivenciando no suposto governo Temer. Onde os princípios de democracia e justiça social estão sendo massacrados. O que fazer com um congresso nacional vendido?
A mobilização social é fundamental, mas temos percebido um marasmo diante de questões fundamentais para o povo brasileiro. Precisamos nos fortalecer….
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Obrigada Cila, pela participação. Em momentos assim realmente precisamos nos fortalecer e buscar inspiração para continuar, persistir, acreditar na utopia. A cidadania ativa era a principal bandeira de Betinho. Que seja também a nossa!
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Bom dia a Tod@s.
Hoje vamos debater principalmente o terceiro princípio da democracia segundo Betinho: participação.
Para inspirar sugerimos que assistam ao vídeo Betinho e o Beija-Flor
O que te motiva a participar de uma iniciativa social? Qual a relação entre participação e cidadania?
Participação, como está difícil levantar essa bandeira num país afundado num lamaçal político e moral. Mesmo que nossas intenções sejam boas (combater a fome, eliminar preconceitos, trazer dignidade, etc) as pessoas andam desconfiadas, receosas, pois acham que há algo por trás, tipo alguém está ganhando, alguém está levando vantagem, etc. O que podemos fazer para mudar essa visão? Chamando pessoas influentes, sem partidarismo, para PARTICIPAR desse movimento “Betinho”, mostrar a nação que mesmo no caos que vivemos a PARTICIPAÇÃO de todos para um país melhor tem que prevalecer ante as circunstâncias que aí estão.
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É isso mesmo Ruimar. Se desistirmos as mudanças jamais acontecerão.
O que me motiva a participar de uma iniciativa social é o sentido de pertencimento com a causa.
Para responder a questão sobre a relação entre participação e cidadania Parto do princípio de que o comportamento do ser humano se forma na totalidade de sua vida e que a participação trata de uma relação específica de poder, a integralidade das relações de poder, nas quais os homens atuam, deverá ser considerada. As relações de poder no mundo do trabalho, no dia a dia, nas cidades, na família, entre amigos e conhecidos, também deverão ser consideradas.
Estas situações de poder e domínio foram especialmente geradas pelas tradições, pelas formas de linguagem e comunicação e por regras específicas de convivência do grupo. São os valores culturais.
No seu grupo, o indivíduo torna-se cada vez mais participativo na medida em que sua consciência pelas causas, pelos seus conflitos e pelas suas necessidades aumenta e o sujeito só se emancipa a partir da mudança consciente de si mesmo.
Contribui para melhor compreensão uma reflexão na tentativa de responder à pergunta: “o que se poderia entender por participação cidadã no âmbito de concepções ampliadas e mais exigentes da democracia participativa?”
Destaco os seguintes pontos: a) O protagonismo popular e a valorização dos sujeitos coletivos populares com base no princípio da soberania do povo; b) A transcendência da dimensão consultiva da participação política e o avanço até os processos e sistemas institucionalizados de deliberação ou decisão; c) A inserção implícita ou explícita num processo de longo prazo e muitas vezes lento e não linear que aponta para a possibilidade de emancipação social dos explorados e oprimidos por suas próprias forças e ação.
Concordo que o ponto central é a participação no planejamento porque dai saem as decisões para a execução e os resultados.
No direito de decidir em coletivo está de fato a essência da cidadania.
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É isso mesmo Paulo. Você traz um ponto abordado pelo professor Pedrinho Guareschi em sua entrevista à Rede Mobilizadores:
O [político e ativista social] Chico Whitaker distingue três níveis de participação:
A participação na execução, que é o que todo mundo faz. O brasileiro é trabalhador.
Depois a participação nos resultados, que é o quanto com que cada um fica.
Mas o ponto central é a participação no planejamento. É quando se decide o que fazer (execução) e quem fica com quanto (resultados).
O segredo da participação, como o Betinho a entendia, é participação no planejamento. E aí está a cidadania.
A experiência do orçamento participativo é um bom exemplo de participação no planejamento. Algum dos participantes tem ou já teve alguma experiência com orçamento participativo?
O orçamento participativo teve seus momentos em governos ditos de esquerda e os mais conhecidos por mim foram os de Porto Alegre – RS, Camaragibe e Recife, ambos em PE. Embora não tenha participado diretamente mas conheço bem o funcionamento destes. Participei ativamente de outros canais de participação como as conferências das Cidades nos níveis municipal, estadual e nacional bem como do Grupo de Trabalho de Habitação de Interesse Social – GTHIS e posso afirmar que nestes espaços a participação cidadã aconteciam da melhor forma democracia que o momento histórico permitia.
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Obrigada por compartilhar sua experiência, Paulo. Na sua avaliação, por que não temos mais experiências de orçamento participativo?
A minha principal motivação é que a iniciativa seja séria e bem estruturada (recursos humanos, financeiros, planejamento etc.). Quando iniciei meus trabalhos em FURNAS, tinha apoio da empresa em várias áreas: fui muito bem treinada para atuar em ações sociais; tive apoio financeiro e a empresa trouxe para dentro dela as pessoas que souberam nos influenciar, a exemplo do próprio Betinho. Outro fator muito importante foi o apoio dos nossos gerentes próximos, que também entendiam da importância da nossa liberação para realização das ações.
Eu entendo que a relação entre participação e cidadania existe quando nossas ações melhoram as condições de acesso aos direitos sociais e econômicos dos cidadãos. Quando as ações se voltam para o bem coletivo.
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É isso mesmo Arlete. E nossas ações, se motivadas pelo bem coletivo, têm grande potencial de provocar mudanças positivas, mesmo que pequenas.
Bom, viver a vida numa sociedade onde os valores estão se corrompendo cada dia mais é revoltante. na vida temos duas opções, Primeira: aceitar as coisas como elas estão, aceitar o modo de como se vive e acreditar que morrera nas mesmas condições sem uma perspectiva de mudança.
A Segunda, se posicionar em direção a mudanças que se iniciam com um primeiro passo, uma atitude uma determinação em viver uma mudança neste âmbito social. talvez essa atitudes não mudaram o mundo. certamente mudara o ambiente em que convivemos, alcançando as pessoas a nossa volta.
atitudes simples trazem grandes resultados.
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É isso mesmo Gleycy. Melhor nos concentrarmos naquilo que podemos mudar do que desanimarmos diante daquilo que parece tão longe de mudança. Obrigada pela participação.
O que me motiva a participar de uma iniciativa social é a crença de que juntos fazemos melhor. É a oportunidade de aprender e de se desenvolver como ser humano e cidadão. É o poder dar de volta o que tive de oportunidades ao longo da vida. Hoje, sou aposentado na minha atividade principal mas continuo como educador, um educador social. Entre alguns trabalhos me realizo com um projeto de alfabetização de adultos de uma comunidade pobre do Rio de Janeiro. Sinto-me participando de um algo maior, construindo uma pequeníssima parte mas efetiva para um mundo melhor.
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Muito obrigada David pelo depoimento e parabéns pela iniciativa. Certamente a educação é a principal ferramenta para formação de cidadãos conscientes, participativos, críticos.
Acabei de assistir este video.
O que me motiva a participar de uma iniciativa social é a minha vontade de ajudar a transformar a realidade na qual estou inserida a partir de ações que possam modificar a realidade vivida por muitas pessoas que traduz a desigualdade histórica do nosso país. Deixando claro que, a partir dos conceitos da Hierarquia das necessidades de Maslow, me envolvo em iniciativas sociais porque, atualmente, tenho minhas necessidades básicas atendidas e posso pensar em ações que englobem mais pessoas do que as que estão restritas ao meu círculo familiar. Eu vejo que é muito difícil para muitas pessoas que estão na luta diária para conseguir o básico para a sua sobrevivência e a sobrevivência dos seus pensar em termos mais amplos e, mesmo sabendo que não existe cidadania sem participação traduzida em ação, confesso que não conseguiria pensar em participar de iniciativas sociais enquanto me esforçava tanto para conseguir o básico.
Que belo exemplo do beija-flor. O exercício da paciência… De gota em gota, fazendo a sua parte em prol do bem comum.
Gostando de participar desse curso. Os princípios aqui colocados se assemelham um tanto aos princípios da Cultura de Paz. Princípios que auxiliam a nossa reflexão e prática sobre o nosso momento atual, de uma cultura de violência e violação, uma cultura do isolamento… Esses cinco princípios, ao meu ver fundamentais a educação. pra mim, consciência e paciência (a ciência da Paz) estão sempre de mãos dadas, norteando a justiça, a equidade, a solidariedade, enfim, os valores humanos tão necessários e urgentes a serem desenvolvidos por nossa sociedade.
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Obrigada Jailma pela participação. Que bom você citar educação, cultura de paz, justiça, equidade. Tudo certamente se complementa e fundamenta uma democracia ativa.
No meu entendimento participação e cidadania estão intrinsecamente relacionadas e são interdependentes. Não posso participar de forma plena, se não consigo compreender meu papel como protagonista de minha própria história, integrando-me a realidade, de modo a transformar a minha realidade e a realidade de onde me insiro. E para que eu possa compreender meu papel, preciso assumir-me como sujeito do processo, sendo necessária uma tomada de consciência, que não ocorre de forma isolada, mas na relação com outros sujeitos, que ajudam a olhar para a realidade de forma crítica, de modo a nos levar a perceber as opressões que impedem que acessamos os direitos humanos, que nos fazem cidadãos e cidadãs. A partir do momento que me assumo sujeito, e não mais permito, ou percebo, as manipulações existentes para manutenção do sistema, do status quo, consigo participar do processo de transformação, sendo corresponsável pela mesma, contribuindo e oportunizando que outras pessoas saiam da imersão que vela, assumindo-se, da mesma forma, como sujeitos do processo. Neste sentido, minha maior motivação, na participação de iniciativas sociais é a possibilidade de problematizar a realidade de modo a desvelar situações limitantes que violam nossa atuação cidadã e transformadora.
O que me motiva a participar de uma iniciativa social é o fato de pertencer a coletividade em questão. Tenho percebido o aumento de ações pontuais para solucionar questões coletivas desvinculadas de bandeiras politico-partidárias no município em que vivo (Garopaba-SC). Temos coletivamente olhado para as questóes locais e buscado soluções técnicas que respeitem os habitantes, seus costumes e tradições, bem como o meio ambiente. Pleiteado ações junto ao ministério público, e aos poucos colhendo frutos com a participação e apoio da população em g
Antonio B. Brito
Boa noite a tod@s. Parabenizo a Equipe Mobilizadores pelo tema e por relembrar Betinho no momento que para mim é retomar do zero os conceitos elencados por ele e discutido por nós. Digo isso, em razão do momento político em que parece as pessoas nunca terem ouvido falar desses princípios de igualdade,o diferente etc., e o pior é percebermos o ataque frontal a esses conhecimentos na forma de escola sem partido e a ojeriza das elites em recusarem a democratização da Educação. Contudo aqui estamos para discutir e levar adiante o que já foi construido com lutas também por pessoas como Betinho para termos uma sociedade baseada na cidadania e cultivando esses princípios constitutivos da democracia. “Verás que nenhum filho teu foge à luta.” Fora Temer!
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Obrigada Antonio por suas palavras. É isso mesmo, temos, mais do que nunca, de persistir na luta. E Betinho certamente é uma inspiração para isso.
Bom dia!!
Há algum tempo estou buscando compreender o sentido das palavras… até porque a palavra tem poder de ação concreta… e tenho perguntado para várias pessoas, afinal o que significa “luta”. As pessoas dizem “viver é uma luta diária”… “matamos um leão por dia”… “vivemos uma luta de classes”.
Compartilho alguns links sobre a definição da palavra “luta”:
Dicionário online de português: https://www.dicio.com.br/luta/
Dicionário Michaelis: http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/luta/
Dicionário Priberam: https://www.priberam.pt/dlpo/luta
Fico me questionando sobre o uso da palavra “luta”. Gostaria de ler comentários, porque para mim é uma questão que ainda não consegui ter clareza… por favor, é uma questão filosófica.
Viver é muito muito muito difícil, sobretudo porque vivemos uma realidade que parece não permitir a dignidade humana, permeada por mentiras, jogos de poder, culturas construídas historicamente que não favorecem a consciência coletiva para uma realidade amorosa, no sentido de “querer bem”.
Copio o link proposto do canal ecoconsciencia “Betinho e o beija-flor”: https://www.youtube.com/watch?v=qow1qZNi1Og&feature=youtu.be
Bjs.
Adriana.
Olá Adriana,
Bom dia!
Olhando alguns dos links que indicou, vemos que luta, além de combate, duelo, conflito, significa “esforço ou trabalho para atingir algo”, ou ainda “esforço dos seres vivos para defender a sua integridade física e moral contra os obstáculos exteriores (a natureza, os flagelos sociais etc.)”. Creio que na área social essa é a nossa luta.
Acho que, mais do que nunca, precisamos encontrar força para esse trabalho árduo e também motivador de perseguir nossas utopias.
As mudanças que podemos conquistar podem ser pequenas, como uma gota de água em meio à floresta em incêndio, mas a soma de muitas conquistas provocam transformações.
A fagulha da esperança que despertamos ao acolher alguém, ao simplesmente ouvir seus problemas, já é transformação.
Se nos concentramos nas pequenas lutas, talvez possamos conquistar grandes avanços.
Olá Eli
Obrigada pela atenção.
Concordo com o posicionamento do trabalho, de acreditar, do esforço continuou, na esperança e crença no potencial do ser humano… por tudo isso, questiono a palavra “luta”, pois como seremos solidários e vamos colaborar com a transformação, que tanto queremos, se nos referimos como “luta”, que carrega um aspecto de “esforço” e tantos outros de “opressão, etc”.
Não quero “lutar”. Não quero entrar no combate ou confronto, nem acreditar que o conflito é necessário para a mudança… e isso também não me livra das mazelas sociais… entretanto, me deixa em paz com minha consciência.
PAZ na Terra!
Basta de violência.
Adriana.
Entendi seu ponto de vista Adriana. Realmente, algumas palavras carregam significados que nos remetem ao embate. Sob essa perspectiva, concordo contigo. O importante para mim é participar (aproveitando o tema de hoje), da maneira que eu puder. É acreditar que toda ação tem significado e impacto e, portanto, deve ser revestida de ideais como solidariedade, empatia, amor. Tenho me recusado a me deixar levar pela descrença, pelo desânimo, ainda que seja muito difícil diante do cenário que se apresenta.
Eli, Obrigada pelas palavras… caminhamos juntos!
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Já que estamos falando de diversidade, uma frase de Betinho nos ajuda a pensar no assunto:
O princípio da diversidade, dizia, “abre o espaço para a realização plena da igualdade sem a eliminação das diferenças, da criatividade, da liberdade e do desenvolvimento pleno das potencialidades de todos, de cada um ou uma.”
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Boa tarde a tod@s!
Gostaríamos de avisar que o tutor, professor Pedrinho Guareschi, teve um imprevisto e não está podendo participar do curso esses dias. Assim que possível, encaminharemos as perguntas a ele e disponibilizaremos as respostas neste fórum. Pedimos desculpas por esse contratempo.
Alertamos que os fóruns da oficina ficarão disponíveis para leitura enquanto vigorar o período de inscrição no Prêmio Betinho Imagens de Cidadania.
Cordialmente,
Equipe Mobilizadores
O que é diversidade.omo ela se relaciona com a igualdade.
A diversidade e o respeito pelo ser humano, pois cada pessoa tem o direito de escolher a sua melhor maneira de viver, não causando mau a outra. Na igualdade todos os seres humanos tem o mesmo direito de viver em uma sociedade.
Conforme as leis do Constiuíção Federal.
Sobre as perguntas:
O que é diversidade? Como ela se relaciona com a igualdade?
Diversidade está atrelada à igualdade social. É o sentimento de respeito ao diferente, baseado no princípio de que todos somos iguais, independente de cor, raça, sexo, ideologia política, etc.
O que precisamos para construir uma sociedade que conviva melhor com a diversidade (cultural, social, racial, religiosa, etc)?
Acredito que o alcance da democracia plena em nosso país está emparelhado na participação social “positiva”. “Positiva”, no sentido de nos colocarmos no lugar do outro indivíduo mas sem se posicionar por ele, respeitando as experiências de cada um. Ou seja, temos que ter em mente o melhor para um todo. Esta melhoria é construída por debates sadios, onde nós falamos e ESCUTAMOS também. Deste debate, se extrai o consenso (democracia).
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Muito obrigada Heictor. Bacana o que fala sobre diversidade. Que iniciativa você acha que poderíamos desenvolver para valorizar e promover a diversidade?
Se o princípio é que nós somos todos iguais, então nós temos que falar menos de diferenças, até que uma hora se torne normal. E você? O que acha?
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Este é um processo que precisa ser construído até que as diferenças sejam plenamente reconhecidas e aceitas. Enquanto nossa sociedade não chega neste patamar, é preciso sim debater, discutir e chamar a atenção para o que vivemos hoje, ainda com muito desrespeito aos “diferentes”.
Olá
Acho interessante a perspectiva de Heictor, ressalta-se tanto o discurso das diferenças, que as fronteiras se concretizam em largas camadas… fico me questionando se a ‘criticidade’ não acaba embotando a vida, reforçando preceitos históricos de “dividir para melhor governar” e de palavras que endossam o conflito, a disputa, as relações de poder… Afinal, a vida não é só o “outro” como “inimigo”.
Um passo importante para transformar esse contexto de desigualdade e desrespeito é através do conhecimento, autorregulação e regulação coletiva – portanto, é um esforço. Sinto, e gosto da sensação, que faço parte de uma família humana. Como ser vivente, estou em processo, em desenvolvimento permanente e incessante. Assim como o “outro”, ou seja, todos nós.
Gostaria de ressaltar três trechos dos textos da leitura complementar para a reflexão:
“As relações sociais que se estabelecem entre os diferentes indivíduos, quando cada um deles busca sua ‘realização’, a maximização dos proveitos, vão ser de interminável competição, uma espécie de ‘darwinismo social’, onde vão sobreviver os mais fortes. Não se trata aqui da competição do mercado, mas da competição entre pessoas, onde alguns, necessariamente, vão ser excluídos (…) Só que nesse caso quem é o excluído é o ser humano” (GUARESCHI & Romanini, 2013).
“Igualdade: todas as pessoas, nessa sociedade, são fundamentalmente iguais no que se refere à dignidade fundamental da pessoa, que é igualmente sujeita de direitos e deveres” (GUARESCHI, 2006).
“Diversidade: Boaventura Sousa Santos (…) ajuda a iluminar essa dimensão ética da democracia: “Devemos ser iguais naquilo que nos inferioriza e devemos ser diferentes naquilo que nos descaracteriza (massifica)” (GUARESCHI, 2006).
Penso que essa reflexão está em curso…
Compartilho as referências:
GUARESCHI, P. A. Mídia e Cidadania. Conexão – Comunicação e Cultura, UCS, Caxias do Sul, v. 5, n. 9, p. 27-40, jan./jun. 2006
GUARESCHI, P. A; ROMANINI, M. Política e (é) liberdade: reflexões sobre alguns pressupostos. UniSalle – DIÁLOGO – Canoas, n. 22, abr. 2013
Um abraço,
Adriana.
Gleyse, entendi a sua visão sobre diversidade. Porém, me preocupo com a fragmentação da sociedade construída por discussões que não deveriam existir. Por exemplo: brancos x negros; homossexuais x héteros; etc. Compartilho as palavra de Adriana. Prefiro acreditar que “faço parte da família humana”. Entretanto, reconheço que existem preconceitos. Todavia, a melhor “arma” para dizimá-los é a implementação de uma educação que destaque a igualdade em vez de orientações, como: “os negros são iguais aos brancos” (fragmentação da sociedade). Entendo também os motivos de associações/grupos que “lutam” por igualdade. Porém, temos que refletir. Discussão como as referidas, geram mais atritos ou consenso? Geram uma sociedade mais unida ou separada? Os grupos, entidades, associações que querem acabar com o preconceito estão tendo êxito aflorando mais ainda estas discussões?
Grande abraço!
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Bom dia a tod@s.
Vamos falar sobre diversidade?
O que é diversidade?
Como ela se relaciona com a igualdade?
O que precisamos para construir uma sociedade que conviva melhor com a diversidade (cultural, social, racial, religiosa, etc)?
Bom curso!
Bom dia!
Penso que diversidade é a própria vida. A natureza nos oferece uma infinidade de formas, cheiros, gostos, modos de existir.Na vida social e cultural não é diferente.
O ser humano é uma espécie muito diversa e capaz de produzir cultura, diferente de outros seres vivos. Essa nossa capacidade caminha junto com o potencial de inventar modos de vida, crenças, valores, costumes.
Não há nenhum ser humano igual ao outro no que se refere a subjetividade, ao mesmo tempo tod@s são iguais enquanto seres vivos e temos direito à vida, ao conhecimento, à moradia, à liberdade.
Os direitos nos iguala, nos garante que todas e todos tenham acessos a oportunidades, pelo menos na teoria.
Os processos educativos e a convivência social são caminhos capazes de possibilitar aprendizados e formas de lidar com a diversidade em gostos, valores, costumes, crenças, personalidades.
A luta por uma sociedade mais justa e igualitária através da conscientização política e mobilização social nos une enquanto seres de direitos e no processo de diálogo vamos construindo espaços de reflexão, ação e respeito com as escolhas d@s outr@s.
É na prática que aprendemos a ser e a conviver, afinal, não existem manuais que nos ensinam como viver nesse mundo de complexidades, contradições e dúvidas.
Se nos basearmos em princípios que beneficiem o coletivo e não suprimem as subjetividades, a construção de uma sociedade igualitária se torna mais possível.
Um forte abraço a tod@s e boa formação para nós!!
🙂
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Muito bacana suas reflexões sobre diversidade. Vivemos, no mundo, uma época de recrudescimento da intolerância, da incapacidade de conviver e respeitar a diversidade. Buscar pontes e caminhos de diálogo é fundamental.
A partir da leitura do texto Política e Liberdade de Guareshi e Romani, entendo por diversidade o conjunto das caracteristicas singulares de cada individuo inserido em uma determinada sociedade. É desse conjunto que se verifica a identidade histórica de uma nação. Não respeitar isso é negar a própria identidade. É isso que o liberalismo individualista no capitalismo ceifeiro tenta fazer com o apoio da grande mídia. Individualizar a sociedade é uma das táticas para quebrar com homogeneidade dos desiguais e manter a estratificação social com privilégios para alguns e exclusão para a maioria. Recentemente no Brasil se implantou o sistema de cotas com a intenção de se buscar uma maior igualdade de oportunidades bem como na gestão de políticas públicas se implantou o processo democrático participativo através das conferencias das cidades, orçamento participativo, entre outros canais de representação da sociedade no processo decisório das ações do Estado. Entendo que a representação social nos canais de decisão do Estado é um caminho para que a sociedade busque diminuir as desigualdades.
Diversidade é respeitar, entender e valorizar as idéias, opiniões e ações dos outros. Podemos ter diversidade entre nós sem ofender, atacar ou maltratar as pessoas. Diversidade não é se impor é conquistar. Os valores e princípios éticos caminham juntos com a diversidade.
Diversidade é todo respeito e aproveitamento do potencial que existe dentro de cada um. Um mundo diverso é um mundo mais equilibrado, mais forte, mais cheio de ideias, mais alegre, mais colorido, mais rico. Enfim, mais ético. Imagina termos acesso a diferentes culturas, sistemas sociais, raciais e religiosos. Podermos compreendê-los e aprendermos com cada um. Crescermos juntos.
A diversidade se fortalece na possibilidade que todos se expressem e tenham condições de vida plena como cidadão. Mas para isso é preciso igualdade de oportunidades, de direitos, de acesso.
A diversidade é, em minha opinião, característica intrínseca da Criação e ela se relaciona com a igualdade a partir do que existe em comum entre os seres. Se conseguimos ampliar a nossa visão dos elementos constituintes da diversidade vendo o que existe em comum entre eles, conviveremos com o direito de cada ter a sua expressão própria, por exemplo, ao expandir a consciência em torno das diversas culturas, expressões sociais, entre outros assuntos, temos a oportunidade de questionar a necessidade de discriminação, de rotular o que é certo a partir de um ponto de vista porque aprendemos que um ponto de vista pode ter olhares diferentes. Já foi dito que o nosso mundo tem o tamanho do nosso conhecimento e quanto mais conhecemos da vida, dos seres, das sociedades, mais probabilidade de compreender que as diferenças são um direito de cada ser e que todos têm o dever de respeitá-las.
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Ótima reflexão, Marise. Respeitar aquele que é, pensa, age, tem valores diferentes… Algo que é tão simples e que tornou-se um desafio pela disseminação na intolerância, do preconceito, da falta de empatia.
Tod@s temos os mesmos direitos, independentemente de nossas crenças, religião, gênero, raça, etnia, etc., no entanto, estamos inserid@s em um sistema que impede que vivamos a igualdade em sua essência. O modelo, que está posto, por exemplo, classifica o sucesso a partir da meritocracia, ignorando o processo no qual as oportunidades foram acessadas, ou não, no decorrer do caminho percorrido pel@ indivíduo, não necessariamente, pel@ cidadão ou cidadã. Novamente se faz necessária a tomada de consciência, para que percebamos o quão desigual é a realidade em que estamos inserid@s, de modo a compreender como este sistema é mantido, quais as intenções na manutenção destas desigualdades e a quem estas interessam. Não é possível alcançar a igualdade, ou mesmo vivenciá-la, sem que seja reduzido o abismo que existe entre as pessoas, e para isso, é necessário promover o debate sobre a perpetuação histórica e intencional da manutenção e ampliação deste abismo. É necessário que o acesso às oportunidades e aos direitos (de ir e vir, de trabalhar, de se alimentar de forma saudável e adequada, de morar, de conhecer, de escolher, de ter saúde, etc.) ocorra de forma igual, respeitando, contudo, as diferenças, a diversidade, que nos faz ser quem somos, com toda uma bagagem cultural, social, histórica.
Bom dia.
Sou Assistente Social, moro em Rio Real/BA.
Vejo que os direitos constitucionais serão alcançados por todas e todos através da DEMOCRACIA.
Como cita o Betinho:
“A democracia se constrói em torno de alguns princípios fundamentais, simples em seu enunciado, complexos e radicais em sua realização histórica: igualdade, liberdade, diversidade, solidariedade, participação. Separados eles se negam, juntos eles constroem o processo que leva à democracia.”(BETINHO)
Desde já, agradeço a Rede Mobilizadores por mais essa oportunidade.
Primeiramente parabéns ao saudoso Betinho.
Meu nome é Ubiraci Santos, Guia de Turismo, Bibliotecário, Escritor. Moro em Salvador-Bahia. Desenvolvo atividades voltadas para a área de Educação, Cultura, Segurança Alimentar e Nutricional. Desejo um excelente curso para todos/as.
http://www.memorialafro.blogspot.com.br
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Obrigada por sua participação Ubiraci. Na sua área de atuação que tipo de iniciativas podem ser desenvolvidas para promover um ou mais dos cinco princípios da democracia?
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Obrigada Adriana pelo seu comentário. Que ações podemos realizar para colocar em prática esses cinco princípios da democracia?
Quando falamos em igualdade me vem a cabeça o artigo 5º que fala que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
O grande desafio na minha visão é buscar uma igualdade proporcional porque não se pode tratar igualmente situações provenientes de fatos desiguais.
“O raciocínio que orienta a compreensão do princípio da isonomia tem sentido objetivo: aquinhoar igualmente os iguais e desigualmente as situações desiguais”. (BULOS, 2002, p. 79).
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Obrigada pelo seu comentário Wilson.
A igualdade é mesmo um direito fundamental assegurado pela nossa Constituição. A igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado para conferir um tratamento isonômico entre as pessoas. Contudo, por diversas vezes, um tratamento igualitário não consegue atender a todas as necessidades práticas. Assim, temos dois tipos de igualdade:
– Igualdade formal (caput do art. 5º): “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza”. Trata-se de uma igualdade jurídica, que evita que alguém seja tratado de forma discriminatória.
– Igualdade material: é também chamada de igualdade efetiva ou substancial. Traduz-se em “tratar os iguais de forma igual, os desiguais de forma desigual, na medida das suas desigualdades”.
Esse tipo de igualdade confere um tratamento com justiça para aqueles que não a possuem. A igualdade material se traduz em políticas como as que conferem, por exemplo, tratamento diferenciado entre homens e mulheres, cotas raciais, Lei Maria da Penha.
Mas, e quando pensamos no cidadão? O que cada um pode fazer para assegurar uma sociedade mais igualitária?
Boa noite a todos,
Sou Isael Pina, assistente territorial de um território do semiárido da Bahia, primeiramente “FORA TEMER”! Parabenizo a toda equipe de organização desse riquíssimo curso e a Rede de Mobilizadores pela brilhante iniciativa de fazer essa grande homenagem a um grande e inesquecível brasileiro que deixou seu legado e ensinamentos, Hebert de Souza, o Betinho. Atualmente faço parte da equipe do Projeto Bahia Produtiva, uma inovação em nosso estado, em termos de política pública de inclusão produtiva e apoio à agricultura familiar nos territórios de identidade da Bahia. A partir da nossa vivencia e convivência com os atores locais, deparamos com a verdadeira realidade do trabalhador e da trabalhadora rural, suas lutas, dificuldades e carências, principalmente de conhecimento. Pretendo com a ajuda dos colegas poder compreender um pouco mais sobre os cinco princípios da Democracia, defendidos por Betinho e assim poder melhor contribuir para o fortalecimento da cidadania e por uma sociedade mais justa, solidária e igualitária para todos e todas.
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Obrigada Isael por compartilhar conosco sua experiência. Na sua prática profissional você certamente se depara com vários desafios para promover os cinco princípios da democracia segundo Betinho. Quais os significativos?
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Betinho afirmava que o primeiro princípio da democracia é a IGUALDADE.
Queremos saber de todos vocês: quando falamos em igualdade, o que vem a sua cabeça? Quais os principais desafios no país em relação à igualdade?
Deixe seu comentário.
Na Constituição Brasileira artigo 6-Todos os Cidadãos tem direito à saúde, educação,lazer, segurança, saúde,moradia, etc…Quando falamos em igualdade todos os cidadãos deveria ter o mesmo acesso a esses fatores, mais o que está escrito o papel, acaba não acontecendo na vida real.
No meu ponto de vista igualdade e termos nossos direitos prevalecidos.
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Obrigada Nelson por seu comentário. É verdade, o ideal seria termos uma sociedade que assegurasse a todos os direitos básicos de cidadania. Mas como se trata de uma meta que nunca estará integralmente atendida, precisamos pensar no papel de cada um de nós para que esses direitos sejam realidade para o maior número de pessoas.
No artigo “O poder do cidadão” (veja anexo), Betinho afirma: “Cidadania é a consciência de direitos democráticos, é a prática de quem está ajudando a construir os valores e as práticas democráticas. No Brasil, cidadania é fundamentalmente a luta contra a exclusão social e a miséria e mobilização
concreta pela mudança do cotidiano e das estruturas que beneficiam uns e ignoram milhões de outros. E querer mudar a realidade a partir da ação com os outros, da elaboração de propostas, da crítica, da solidariedade e da indignação com o que ocorre entre nós.”
Ou seja, ele mostra que cada um de nós tem de agir para que as mudanças que desejamos se torne realidade.
Quando penso em igualdade, me remeto ao diálogo de saberes, o respeito a alteridade. Boa Ventura de Souza Santos, assim como Baumann nos faz refletir sobre esta questão. Como podemos ser democráticos numa sociedade fragmentada pelo individualismo e egocentrismo? Pensar, por meio das concepções de Betinho sobre democracia, nos abre portas e janelas para uma nova concepção de sociedade, baseada em valores menos financeiros e mais subjetivos.
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Obrigada Simony pelas reflexões que nós traz. É verdade: precisamos cultivar novos valores, praticar a solidariedade.
Betinho dizia que a solidariedade “é um primeiro movimento no sentido oposto a tudo que se produziu até agora. Uma mudança de paradigma, de norte, de eixo, o começo de algo totalmente diferente. Como um olhar novo que questiona todas as relações, teorias, propostas, valores e práticas e restabelece as bases de uma reconstrução radical de toda a sociedade. Se a exclusão produziu miséria, a solidariedade destruirá a produção da miséria, produzirá a cidadania plena, geral e irrestrita. Democrática”. (veja mais no site Celebrar Betinho: http://www.celebrarbetinho.org.br/solidariedade/).
Este importante principio da democracia proposto por Betinho, o da Igualdade, na minha opinião é muito frágil em nosso país, onde temos uma grande e absurda desigualdade social e uma multidão de pessoas excluídas do acesso aos seus direitos básicos. Igualdade não é sermos todos iguais, mas em nossas diferenças, todos terem acesso ao que deveria ser de todos e para todos. Maria Cristina Paulek
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Obrigada Maria Cristina por dividir conosco suas reflexões. Temos mesmo um grande desafio em relação à igualdade em nosso país. Mas pensando no papel de cada um nessa construção, como incentivava Betinho, o que podemos fazer para promover maior igualdade? Por exemplo, temos muitos problemas decorrentes das desigualdades de gênero, das desigualdade raciais. Você conhece iniciativas legais que buscam enfrentar essas desigualdades ou quaisquer outras?
Quando penso em igualdade, logo penso em direitos e garantia desses direitos, principalmente os direitos básicos. Entretanto, é um tema complexo quando se trata dos grandes desafios que encontramos em nossa sociedade. Porque, há anos se fala em erradicação da fome, e ainda há muita gente na miséria, principalmente, nos tempos atuais com o desmonte de tantos direitos conquistados. Todos esses princípios elencados por Betinho se entrelaçam, porém, não há ressonância. Ecoa no vento… As pessoas estão cada vez mais individualistas, o governo em todas as esferas só olha para os próprios interesses, a corrupção usurpa a dignidade da pessoa humana, a justiça não se aplica a lei (ou é aplicada a quem já não tem nada). E com tantos desafios vão minando as esperanças de participação e exercício da cidadania.
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Obrigada Ivete por seus comentários. Como os demais, você releva uma decepção em relação à efetivação dos direitos sociais em nosso país.
Betinho dizia que “a democracia é o futuro que se constrói hoje por meio da ação e da participação de todos e cada um.” Ele também dizia que a busca da democracia é baseada “na cidadania, em cada pessoa e em todas”.
Ou seja, ele dizia que cabe ao cidadão dar vida aos princípios da democracia e não ao Estado ou ao mercado. “O Estado quase sempre mata ou aleija um desses princípios dizendo que deseja salvar a democracia. Mata um pedaço em nome do todo. O Estado é um animal que precisa ser domesticado. Sem controle da cidadania, logo perde o rumo e faz besteira, corrompe-se e corrompe. O mercado sem o controle da cidadania perde seu gosto pela liberdade e a competição. Entrega-se a uns poucos para servir a minorias”.
Na atual conjuntura a “igualdade” propriamente dita e procurada por todos não existe. Hoje se compararmos com o Brasil da época da descoberta, não mudamos muito, só existe 2 classes social a rica e a pobre (e esta dentro dessa classe social, todas as diferenças, de cor, raça, religião e tantas), o nosso povo esta cada vez mais individualista, estamos vivendo em uma fantasia, onde somos manipulados para isso, precisamos nos unir para e gritar por essa tal “igualdade”, precisamos enxerga-la, e lutar por ela. Me dá nojo assistir ao jornalismo todos os dias e V o quanto essa igualdade esta cada vez mais distante.
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Obrigada Rosa. É isso mesmo. De acordo com Betinho, precisamos lutar pela igualdade e por todos os demais princípios da democracia. Será que não nos acostumamos a achar que a solução cabe a governos? E o nosso papel, temos exercido? O que cada um pode fazer para criar o país que sonhamos?
Ao ouvir a palavra igualdade, o que me vem primeiramente a cabeça é que todas as pessoas devem ter os mesmos direitos, como previsto na constituição, porém, concordando com o comentário de Nelson Rosa Pereira, isso só acontece na teoria,uma vez que, na prática acontece o oposto, isto é, uma desigualdade muito grande. Dentre os desafios no nosso país em relação a igualdade, acho que está no fato de vivermos numa sociedade em que uma pequena parcela de pessoas detém grande poder capital, bem como os nossos “representantes” que eleitos para governa para o povo quando chegam ao poder, utiliza do mesmo para conseguir benefícios para si próprios e seus interesses.
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Obrigada José Anilton pela participação.
A ideia de homenagear Betinho nesse momento da nossa história é reacender a chama da esperança, da luta que ele tanto alimentou. Ele enfrentou a ditadura, o exílio, mas nunca abandonou a convicção na possibilidade da mudança.
Incentivados por suas ideias e força mobilizadora, propormos que todos pensem em alternativas para mudar nossa realidade, e as apresentem nos vídeos que concorrerão ao Prêmio Betinho Imagens de Cidadania.
Salvas, carxs amigxs!
O que me vem à cabeça quando penso em igualdade: oportunidade!
A construção de múltiplas oportunidades – de trabalho, de estudo, de cultura, de vida – é que possibilita as escolhas e a construção de novas sínteses individuais, pessoais e coletivas.
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Obrigada Maurício pelo seu comentário. Bacana você relacionar igualdade e oportunidade. Quando promovemos iniciativas que aumentam as oportunidades de grupos excluídos, por exemplo,promovemos maior igualdade.
Não vou me ater aqui aos principios constitucionais elencados na Constituição de 1988 sobre igualdade porque considero utópico num sistema capitalista a plenitude do termo, posto Betinho. A realidade é outra e é sobre esta realidade que prefiro tecer meus comentários em resposta à pergunta “Quais os principais desafios no país em relação à igualdade?” aqui considero dois tipos de pobreza que impactam diretamente na igualdade: a pobreza legal e a pobreza material, ambas impeditivas do exercício dos direitos fundamentais. A primeira, porque tem baixa aplicabilidade na sociedade e espalha um temor social provocado pelo índice de violência; a segunda, porque marca uma condição de desigualdade social presente na falta de condições básicas para sobrevivência humana, com a ausência de oportunidades, recursos materiais e formação educacional, acarretando em atrofias no desenvolvimento físico e emocional. Estes fatores produzem condições de desigualdades no exercício da cidadania e criam condições adversas à inclusão da participação social.
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Obrigada Paulo por seus comentários. Como cidadãos participativos, o que acha que podemos fazer para promover maior igualdade?
Bom dia, Sou Rachel Dourado, natural de Manaus/AM, porém criada em Rio Branco/AC, sou filha de acreana, logo acreana também. Atualmente estou vivendo em Niterói/RJ, cursei mestrado em Porto Velho, Rondônia e vim tentar fazer doutorado aqui.
Fui mãe jovem e aqui estou com meu filho de 16 anos e eu com meus 35 anos, contextualizo um pouco meu caminhar para tentar justificar o que vem a minha cabeça quando falamos em igualdade. Primeiramente não experimentamos a igualdade de oportunidades, nós da região norte, especificamente nós do Acre não experimentamos todas as formas de acesso à educação, temos educação, temos luta, temos militância, porém a igualdade de oportunidade não é real em todo Brasil, assim como acesso a livros, informação, congressos, palestras … Mas como mulher também posso destacar a falta de igualdade que vivemos em nosso território brasileiro, ser mulher, ser mãe solteira, enfrentar o machismo diário é uma constante, são gargalos diários, as vezes em falas, outros em agressões.
Quando penso em igualdade, penso em oportunidade, acesso, alimentação, moradia, escola, liberdade. Estamos cada vez mais privados do livre circular, não só por falta de segurança, mas por falta de dinheiro também.
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Muito obrigada Rachel pelo seu depoimento. Pensar os princípios da democracia sob a perspectiva da nossa experiência é sempre uma forma rica de abordar o tema. Você cita várias questões. O que acha que poderia ser feito pelos cidadãos para enfrentar alguma(s) das questões que apresenta?
Olá!!
Bem… Quando penso em igualdade vem à cabeça a pluralidade e diversidade que há no nosso país e, portanto remete-me ao respeito. O desafio que temos são muitos, mas o que nos direciona para um ideal, que é a democracia, é a convivência e o sentimento de pertencimento para potencializar nossa riqueza cultural e de belezas naturais que há em nosso país. A educação é a chave para desenvolver esta convivência democrática. Então, me arrisco dizer, que para Betinho o primeiro princípio é a forma de enxergar o outro em suas especificidades.
Igualdade é todos terem os mesmos direitos e obrigações respeitados. A igualdade não pode ficar restrita a situação financeira, a cor da pela, a classe social, pode até ser utopia da minha parte, mas já imaginou um mundo onde todos nós olhássemos o próximo como um igual? Em que se eu posso, você também pode ! Se eu tenho, você também tem! Mas este mundo começa por mim, dentro do meu lar, dentro da minha família, no meu bairro, no meu local de trabalho, na minha faculdade… Tenho que enxergar o outro como igual a mim, não tenho o direito de me achar superior a ninguém, somo iguais e juntos podemos mais.
Vem logo a minha cabeça a injustiça, a exploração, as oportunidades perdidas. Porque eu tenho acesso a isso e meu semelhante não? Porque eu posso fazer isso e ele não? Como poderíamos ser um país melhor e mais inovador. Quantas ideias perdidas. Só se escuta alguns poucos. Muita gente não tem voz.
Com os acontecimentos recentes divulgados principalmente pelas redes sociais, já que a mídia oficializada do país não é imparcial e tem trabalhado de forma tendenciosa ostensivamente, podemos verificar que a igualdade que, a meu ver, deveria ser espelhada no figura da deusa Têmis, que é representada de olhos vendados e com uma balança na mão, ainda é um ideal muito distante da realidade do país. Antes da divulgação de tantos casos de desigualdade no tratamento jurídico dado a personalidades de destaque tanto político, quanto empresarial no país, ainda poderia haver alguma esperança de que pelo menos o poder judiciário pudesse auxiliar na transformação da realidade que vivemos mas, a partir destas divulgações, fica a cada dia mais difícil pensar em direito à igualdade a partir de ações de um sistema tão desigual, portanto, para que haja uma mudança abrangente é necessário que contemos com iniciativas que despertem no ser humano a consciência de que é preciso, além do conhecimento que liberta, a união que fortifica as ações transformadoras.
Boa tarde, caros colegas e tutores.
Chamo-me Franklim Rodrigues, servidor público municipal no campo da educação. Foi em 2010, com a experiência como monitor de matemática no projeto “mais Educação” que despeitei para o campo social.
O que chama a minha atenção neste curso é o de proporcionar uma reflexão sobre a democracia, termo que devido ao seu uso desenfreado pelo o senso comum e, às vezes pela má fé de alguns, encontra-se desacreditada, assim como a política que se confunde com a politicagem de certos governantes.
Dessa maneira, por ser atuante no Conselho Escolar, venho realizando um trabalho de mobilização social com os colegas de profissão, as famílias, estudantes e o poder público. Assim, em 2015 nasce o grupo de mobilizadores sociais pela Educação, Participação e Cidadania que realiza encontro mensais em lugares públicos chamando a sociedade civil para a discussão de pautas que demandam envolvimento, conhecimento e ação dos cidadãos em formulação de políticas públicas, de manutenção de bem-estar social, do controle social e da prática da cidadania.
Assim, a democracia na perspectiva do Betinho, que ainda estou entrando em contato, é o caminho que coincide com o que me proponho atualmente uma sociedade ética, plural, participativa, dialógica, livre, solidaria e igualitária. O que se percebe que a perspectiva inclusiva da educação pode nos aproximar da sociedade verdadeiramente para todos e, portanto, democrática.
Espero que possamos nos conhecer um pouco a mais, estou aberto ao diálogo que acredito que ajudará o nosso progresso neste curso.
Atenciosamente,
Franklim Rodrigues
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Obrigada por compartilhar conosco sua experiência, Franklim. Certamente, as concepções de Betinho sobre a democracia e os cinco princípios que lhe dão base são um material rico para reflexão e posterior aplicação prática.
Betinho dizia que “nem o mercado nem o Estado são capazes de resolver os nossos problemas. Isso só é possível se for introduzido na equação um novo elemento: a sociedade civil, o cidadão e o conceito de público, que não é necessariamente privado ou estatal.
Portanto, se realmente desejamos mudanças, temos de assumir nosso papel, como você, a Arlete e tantos brasileiros anônimos. Parabéns pela iniciativa. Queremos saber mais.
É sempre bom falarmos sobre temas que nos elevam, nos colocam num patamar de pessoas melhores, mais conscientes, mais solidárias. Trabalho há 25 anos com ações e projetos sociais e voluntários e foi com o Programa do Betinho, de Combate à Fome, que eu iniciei minhas atividades nessa área. FURNAS trouxe o Programa para dentro da empresa e disseminou entre seus colaboradores. Confesso que trabalhei com entrega de cestas básicas de 1993 a 2010 e se pudesse não pararia. Existe muita gente na miséria, pessoas com tantas dificuldades financeiras, com problemas de saúde, que não conseguem sequer o seu próprio sustento. Mas, como tudo muda com o tempo, a empresa também tem mudado sua forma de atuação, seja na sociedade, seja com seus colaboradores. Ainda assim não abandonamos a luta. De uma forma ou de outra, seguimos em frente com nossas ações. O legado do Betinho nunca será esquecido.
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Obrigada pelo seu depoimento Arlete. Você vivenciou o convite de Betinho à participação e solidariedade.
O que para você é fundamental para que estes dois princípios da democracia estejam mais presentes em nossa sociedade?
A mobilização das pessoas. Sinto que as pessoas já se mobilizaram mais pela sociedade, hoje elas estão menos disponíveis para esse fim. É como se a gente já tivesse feito muito e os resultados não tenham sido tão satisfatórios. Ou então, quando “ouvimos/vemos” a corrupção que corrói os programas do Governo, que deveriam ser em prol da sociedade e chegam a ela já deficiente. A falta de seriedade desestimula a participação das pessoas e enfraquece o sentimento de solidariedade.
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Obrigada pelo comentário Arlete.
Como reflexão apresentamos aqui um trechinho de um texto de Betinho sobre participação:
“Na cultura brasileira, a participação é percebida de forma limitada e limitante: ‘seja um bom pai de família e o resto virá por acréscimo’; ‘seja um bom trabalhador que os outros cuidarão de sua vida’; ‘seja um cidadão que vota a cada quatro ou cinco anos e o Estado fará o resto’; ‘não participe de tudo nem busque ampliar seus compromissos; isso só lhe trará dor de cabeça!’. No fundo, a mensagem conformista e excludente é essa: cuide de sua vida e esqueça-se do resto!”
“A resignação e o medo da participação são resultados da cultura autoritária, que perpassa nossa história e instalou-se na nossa cultura e, portanto, nos nossos próprios hábitos. Participar, em vez de ser regra geral, tornou-se uma exceção. Temos, então, o cidadão limitado, fechado, sem iniciativa, dependente.”
De fato este trecho do texto retrata a realidade e o quanto esses chavões são repassados entre as gerações e não há um questionamento e movimento no sentido de romper com esse paradigma paralisante. Somos uma sociedade quer reproduzimos sem questionar. E neste sentido, concordo com Betinho quando diz que o princípio é a participação, pois, sem participar não temos como despertar a consciência e exercer a cidadania. E aí vem uma pergunta salvo engano,de Satre, ” O que faço com o que fizeram comigo?”.
Realmente o povo repete tão somente o que lhe foi imposto, esquecendo que e na educação escolar (leitura e interpretação) que podemos abrir a cabeça e entender que somos livre e que podemos mudar essa cultura radicalista que hoje continua ainda a ser imposta por nossos políticos.
Caramba! Como ouvimos isso por aí. Em todos os lugares, nas famílias, nas rodas de amigos, na escola, nas organizações e na imprensa. Isso não é participação. Quero participar das decisões e dos rumos do meu país. Tento ser um pai, e avô, um bom trabalhador, um bom educador e aluno, um bom cidadão, mas quero colocar a mão na massa. Quero ser ouvido.
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Bom dia a todos e todas.
Começamos hoje o Módulo 1 do curso Imagens de Cidadania.
O objetivo desse primeiro módulo é familiarizá-lo com os cinco princípios da democracia segundo o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho.
Veja as apresentações em power point, leia a entrevista com o tutor Pedrinho Guareschi e, se quiser se aprofundar um pouco mais, veja o material complementar disponível na biblioteca.
Neste fórum, você pode esclarecer suas dúvidas.
Bom curso!
Olá
Estou aqui pensando… o que parece simples é bastante complexo, sobretudo quando temos o compromisso com a vida em largo sentido, planetária e humana em sociedade, portanto, compreendendo o ser humano como parte do sistema Terra.
(…)
Caro tutor… Pedrinho Guareschi… gostaria de começar esse curso com três perguntas para alicerçar minha reflexão:
I) O que podemos entender por “princípio”? Princípio como lei moral, um valor que orienta uma conduta ou ação?
II) Qual é a diferença entre ética e moral?
III) O conhecimento e a reflexão poderiam ser considerados como princípios?
Obrigada pela atenção.
Adriana.
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Cara Adriana, obrigada pela participação. Vamos encaminhar seu questionamento ao professor Pedrinho e em breve compartilharemos com todos neste fórum.
Boa noite!
Me chamo Joyce, educadora social em uma organização não governamental na cidade de Campinas-SP.
Desenvolvemos oficinas de comunicação e participação cidadã com adolescentes de 15 a 24 anos, buscando garantir direitos sociais como a convivência social, familiar e comunitária, estimular o desenvolvimento da autonomia e participação na vida pública da cidade.
Temos muitas dificuldades em mobilizar @s adolescentes e jovens, devido a péssima educação pública, a estrutura social desigual, a falta de estímulo a participação na vida pública, baixa auto estima gerada por negligência, situações de violência, privação de direitos.
São muitas questões, muitos problemas e muitos questionamentos!
Espero que essa formação enriqueça nosso repertório e as trocas de experiências aqui possibilitadas ampliem o entendimento sobre o que é igualdade, diversidade, liberdade, solidariedade e participação como princípios da democracia na visão de Betinho.
Agradeço a oportunidade!
Parabéns pelo espaço de reflexões!
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Obrigada Joyce por compartilhar conosco sua experiência e parabéns pela iniciativa. Sabemos que os desafios são muitos, mas a persistência no objetivo gera muitos resultados positivos. Acreditamos que você terá muito o que compartilhar conosco sobre os 5 princípios da democracia a partir da sua prática.
Obrigado!
Fico fascinado com o despertar do Betinho anos atrás e sua luta pelos 5 princípios da democracia. Ele não ficou paralisado diante das dificuldades e obstáculos, ele vislumbrou a solução. Que todos nós também sejamos despertados e tenhamos o mesmo objetivo Betinho.
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Bom dia Ruimar e obrigada pela participação. Você aborda uma questão central em Betinho: a persistência na ação, a motivação pelo sonho, a militância. O que você acha que podemos fazer para estimular essa vontade de agir, de exercer a cidadania?
Mobilização essa é a chave para estimular a vontade de agir. Mas como mobilizar as pessoas num país afundado numa crise política, moral e financeira? Creio que precisamos contar com a mídia, personalidades influentes para abraçar a causa e principalmente com resultados práticos, ou seja, não adianta falar de combate à fome sem oferecer alimentos, técnicas de plantio, etc.
Excelente texto da entrevista de Pedrinho Guareschi. Gostei muito da citação de Boaventura Sousa Santos: “Devemos ser iguais naquilo que nos inferioriza e devemos ser diferentes naquilo que nos descaracteriza (massifica)”. E sobre a proposição de fugirmos dos extremos, nem o liberalismo individualista e nem o totalitarismo coletivista. A primeira egoísta e que provoca grandes desigualdades e a segunda que nos massifica e nos emburrece.
Realmente, na simplicidade dos princípios, podemos vislumbrar uma infinitude de discussões, já que a igualdade na diversidade, sem a participação ativa, pode se tornar uma teoria que nos isolará em conceitos abstratos; posto que a cidadania só se dá em grupos solidarizados pelo que existe de humano em cada um, com seu direito à liberdade, mas que envolve a consciência do dever que equilibra todas as relações.
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Isso Marise, os cinco princípios da democracia são inter-relacionados e só se realizam em conjunto.
Betinho dizia que “pensar a realidade brasileira à luz da democracia é rever o passado, entender o presente e refletir sobre o futuro, tendo como referência esses princípios básicos”.
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Turma, agradecemos os comentários de cada um de vocês.
Esclarecemos que o acesso ao conteúdo será aberto na próxima segunda-feira, dia 21, quando também se inicia a participação dos tutores.
Esperamos que todas e todos tenham uma excelente experiência neste curso.
Cordialmente,
Equipe Mobilizadores
Mesmo estando um tanto atrasada quanto aos comentários, espero que consiga acompanhar os módulos e realizar algumas mudanças significativas através dos conhecimentos que irei adquirir. Grata pela participação.
Este site está de parabéns. Riquíssimo de conteúdo!
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Agradecemos a gentileza, Heictor.
Sinta-se em casa.
Equipe Mobilizadores
Sou o Joseano de Aracaju Sergipe, fico feliz por esta envolvido neste curso de grande importância para a sociedade conhecer mais um tema.
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Olá, Joseano,
Desejamos um ótimo curso.
Equipe Mobilizadores
Prazer enorme em ter concluído a inscrição! Sou Arte educador e pretendo passar aos educandos esta experiência.Boa sorte a todos!
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Oi, José, agradecemos sua participação conosco.
Por favor, se tiver a oportunidade de convidar os educandos para também se inscreverem, fique à vontade.
Desejamos um ótimo curso.
Equipe Mobilizadores
Olá,
Acabo de inscrever-me nesse curso. Agradeço a oportunidade.
Estou tendo dificuldade para encontrar os módulos do curso, alguém poderia me auxiliar, nessa tarefa?
Desde já, agradeço.
Lílian
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Oi, Lílian,
Por enquanto estamos no período de inscrições.
O curso começa na próxima segunda-feira, dia 21, quando abriremos o acesso aos módulos.
Obrigado por participar conosco.
Equipe Mobilizadores
parabéns pelo espaço oferecido à nossa sociedade.
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Obrigado, José. Este espaço é de vocês.
Equipe Mobilizadores
parabéns por mais uma oportunidade que vocês estão oferecendo pra quem quer conhecer melhor a sociologia.
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Obrigado por participar conosco, Francisco.
Equipe Mobilizadores