Dezoito por cento dos jovens com idade entre 15 e 17 anos não freqüentam a sala de aula, segundo pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. Os principais motivos alegados pelos jovens que estão fora da escola são desinteresse (45%), atividade profissional ou doméstica que impede o estudo (22%) e falta de transporte (10%).
O resultado da pesquisa é uma mensagem clara aos governos, na opinião do coordenador da pesquisa, Marcelo Nery, para quem o atual modelo de escola não desperta interesse suficiente dos alunos. Nery destacou ainda a necessidade de um conteúdo pedagógico mais identificado com a realidade dos jovens e também mais eficiente do ponto de vista do mercado de trabalho, com ênfase nas escolas técnicas. Além da promoção de uma maior conscientização de pais e gestores públicos sobre a importância da educação.
Os dados do estudo mostram que Rondônia é o estado com a maior taxa de jovens que não querem estudar por desinteresse, com 13,75%. Já o Acre se destaca por apresentar os mais altos índices dos que não estudam por falta de escolas acessíveis, 4,99%, e dos que têm que trabalhar, 7,88%.
Entre os jovens de 15 a 17 anos, os que têm maior jornada na escola são os de Brasília, com uma média de 4,9 horas por dia. Já o estado de Santa Catarina, segundo Nery, surpreendeu negativamente, ocupando o último lugar entre as unidades da federação, com 3,1 horas.
O Rio de Janeiro ocupa o primeiro lugar do ranking nessa faixa etária para os índices de matrícula, e Pernambuco, o último. Já no quesito presença, os mais assíduos são os alunos do Amazonas e os menos, do Maranhão. A pesquisa foi feita com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa completa está disponível no site da FGV (www.fgv.br/cps).
Fonte: Portal G1 (www.g1.com.br)