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47 Anos da Rebelião de Stonewall: Um Marco do Movimento LGBT


29 de junho de 2016

As manifestações que começaram em um bar novaiorquino deram origem às Paradas LGBT que hoje acontecem pelo mundo.

Nos Estados Unidos, durante as décadas de 1950 e 60, o sistema legal/judiciário era abertamente contra o comportamento homossexual; à época, todos os estados americanos consideravam crime a “sodomia”, mesmo que o ato fosse consentido entre adultos – à exceção de Ilinois, que descriminalizou a sodomia em 1961.

A rebelião que ocorreu em Stonewall Inn, em Nova Iorque, no ano de 1969, não foi a primeira demonstração de descontentamento por parte de indivíduos LGBT, mas representou um marco na luta pelos direitos da comunidade.

O Greenwich Village, em Nova Iorque, era o bairro onde homossexuais e pessoas trans se reuniam à noite e o bar Stonewall Inn, que pertencia à máfia, era conhecido por sua popularidade entre os mais pobres e marginalizados da comunidade gay, como drag queens, transgêneros, jovens homens efeminados, sem-teto e michês. Portanto, era comum que acontecessem batidas policiais de surpresa no local.

Mas em 1969, as tensões entre LGBTs e a polícia culminaram em uma série de protestos que se repetiram por várias noites seguidas, ficando conhecidos como Stonewall Riots (ou “Rebelião de Stonewall”).

Drags, crossdressers, transgêneros e gays efeminados participaram ativamente dos levantes. Naquela época, a ideia de transgeneridade não era difundida, e a verdade é que mulheres trans eram confundidas com crossdressers, pessoas que se vestem como alguém do outro gênero. Por lei, no entanto, mesmo as crossdressers tinham que usar pelo menos 3 peças de roupas que indicassem seu gênero “de nascimento”.

Diz a lenda, foram as crossdressers as primeiras a resistirem fisicamente à força policial em Stonewall (em entrevista para o documentário Pay it no Mind: Marsha P. Johnson, o escritor David Carter revela que algumas testemunhas oculares lhe contaram ter visto Marsha gritar “Eu tenho meus direitos civis!” e jogar um copo no espelho, dentro do Stonewall Inn, e foi justamente esse o ato a deflagrar os protestos).

Contudo, essas pessoas são hoje, com frequência, deixadas à margem do movimento LGBT, por desafiarem um padrão de “respeitabilidade” estabelecido inclusive para homossexuais, que devem ser “discretos” e permanecer “no armário” socialmente.

O que aconteceu em Stonewall inspirou as pessoas LGBT a se organizarem para lutar por seus direitos. Um ano após os motins, em 28 de junho de 1970, aconteceram as primeiras marchas do Orgulho Gay (à época, o termo “gay” era usado para designar a todos os membros da comunidade, usado inclusive por manifestantes trans), nas cidades de Nova Iorque, Los Angeles, São Francisco e Chicago, em comemoração aos levantes. Posteriormente, as marchas foram organizadas em outras cidades e se espalharam pelo mundo, acontecendo preferencialmente em junho.

O ano de 2016 trouxe outro marco, dessa vez negativo, para o movimento LGBT, no mesmo mês em que celebramos Stonewall: o atentado à boate Pulse. Mais uma vez, somos lembrados que é preciso ter força para garantir a conquista de nossos direitos, muitos deles ainda negados por governos no mundo todo.

Se, infelizmente, até entre nós há os que insistem no discurso de “respeitar para ser respeitado”, é preciso que tenhamos em mente que LGBTs jamais foram respeitados, mesmo quando mantiveram posturas respeitosas de se omitir e se manter “dentro do armário”. Sendo assim, não é a invisibilidade que vai nos trazer conquistas.

A demonstração de carinho em público é uma forma de protesto para nós, LGBTs, que ainda afrontamos o sistema com nossa simples existência, como é possível notar pelos discursos conservadores e fundamentalistas que andam se propagando. Não podemos nos dar ao luxo de reprimirmos uns aos outros dentro da comunidade, pois é isso que querem de nós os que são contra nós – a separação dos grupos, a desunião, as tensões.

Fonte: Blastingnews

 

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