Somos 47.238 em 27 estados
e 1.874 municípios
  • Login
  • Seja um mobilizador
  • Contato
    • A A A
Busca avançada

Notícias

Erradicação da Miséria

70 novas casas de sementes crioulas preservam biodiversidade no CE


10 de maio de 2016

Há cerca de um ano, em nove estados do Semiárido brasileiro, iniciou-se um trabalho de resgate de sementes nativas desta região. Durante este tempo, aproximadamente 112 mil famílias agricultoras colaboraram com o ideal de proteger a diversidade de plantas crioulas e abraçaram o projeto Sementes do Semiárido.

No Ceará, com o apoio de quatro Organizações Não Governamentais, 114 comunidades rurais identificaram os tipos de sementes guardadas por gerações e dedicaram-se à organização de casas comunitárias de sementes crioulas, onde pudessem manter este patrimônio livre da contaminação por transgênicos e do risco do desaparecimento por causa da estiagem.

Protetores de suas variedades de feijão, fava, milho, plantas medicinais, legumes, entre outros tipos, os homens e mulheres de 40 municípios doaram parte de seu estoque doméstico para que a casa de sementes pudesse ser iniciada em suas comunidades e assentamentos. Ao todo, 70 novas casas de sementes foram ativadas no Ceará no último ano, permitindo que os trabalhadores e trabalhadoras rurais associadas a elas plantassem suas lavouras com as sementes aperfeiçoadas pela natureza para resistir ao clima e ao solo da caatinga. Ao todo, estima-se a existência de 250 casas de sementes em todo o estado.

A guarda continua

“O povo do semiárido guarda e produz vida”, afirma Andrea Sousa, coordenadora do Sementes do Semiárido no Esplar e integrante da coordenação do Fórum Cearense Pela Vida no Semiárido. Cadastrando as mais de 2.300 famílias cearenses, as organizações perceberam que a guarda de semente é um hábito popular que deveria ser valorizado. “O projeto trouxe às pessoas uma oportunidade de refletir sobre a importância de guarda de sementes crioulas e esta estratégia não vai acabar, vai permanecer”, defende ela.

Em algumas localidades do Vale do Jaguaribe, com as perdas da safra devido à seca, algumas comunidades perderam a variedade de milho, lembra Andrea. Para evitar o desaparecimento de mais espécies é que deve ser mantido o estoque comunitário. “Sair da estratégia individual para coletiva fortalece o patrimônio genético”, orienta ela.

Selecionando, guardando e replantando, os agricultores e agricultoras chegaram a espécies bem adaptadas à sua região. “Plantar semente crioula garante uma produção de qualidade, um alimento de qualidade. A cada novo plantio, foi-se experimentando até chegar numa semente que é a semente ideal”. A experiência do Projeto Sementes do Semiárido, que no Ceará foi nomeado de Sementes da Vida, levou o povo do campo a um novo patamar de autonomia. “Desenvolvimento sustentável é o agricultor e a agricultora terem sementes e não terem que esperar pelo governo. Ter a semente que sabe de onde vem, conhecer a resistência e a qualidade dela é uma estratégia para poder produzir e comercializar”, diz.

De 04 a 06 de maio, cerca de cem agricultores e agricultoras participaram do I Festival Cearense Sementes da Vida e do III Encontro Estadual de Agricultores/as Experimentadores/as, em Barbalha, no Ceará.

Fonte: ASA

Compartilhar:
Imprimir: Imprimir

Conteúdo relacionado

  • Jornada Cidadania e Inovação é lançada em setembro
  • LABetinho oferece minicursos gratuitos
  • Rede COEP lança o PodCast Cidadania em Pauta
  • Manifesto da UFSC contra extinção do CONSEA
  • Manifesto pela não extinção do Consea
  • Nota da ASA Contra a Fome e em Defesa do Consea

Deixe um comentário Cancelar resposta

Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

Comentários



Apoiadores


Realizador