De acordo com especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), a água é o primeiro elemento a sofrer os efeitos das mudanças climáticas, o que pode gerar impactos imensuráveis. Diante deste cenário, a Organização escolheu como tema das discussões relacionadas ao Dia Mundial da Água, comemorado dia 22 de março, ?Água limpa para um mundo sustentável?.
?As principais manifestações ligadas à alta das temperaturas dizem respeito à água, afirma o presidente da ONU-Água, Zafar Adeel, que coordena os trabalhos relacionados à água em 26 agências das Nações Unidas.
Além de problemas com desertificações, enchentes, derretimento de geleiras, ondas de calor, ciclones e doenças transmitidas pela água, a crise da água pode ainda causar conflitos em diversas regiões do planeta.
Mark Smith, da União Internacional para a Conservação da Natureza (UINC), maior rede ambientalista do mundo, diz que os locais onde a escassez da água é uma fonte de tensão, a situação tenderá a se agravar com a redução das chuvas e dos rios. ?A possibilidade de conflitos entre nações aumentará, especialmente onde há outros problemas políticos presentes?, diz.
Para Smith, é preciso que a água esteja à frente das políticas de adaptação às mudanças climáticas. ?A prioridade é adaptar o modo como a água é manejada e a infraestrutura [unidades de tratamento e represas, por exemplo] que empregamos para armazená-la e drena-la e para fornecer os seus serviços?, diz Smith. Ele acrescenta que é preciso garantir também que as bacias fluviais e seus ecossistemas não sofram degradação, pois, se estiverem bem, amortizam os efeitos das mudanças climáticas.
Brasil
O Brasil possui posição privilegiada no que diz respeito aos recursos de água, concentrando 12% do total de água doce disponível no planeta. Entretanto, sua distribuição não é uniforme. Parcela significativa dos recursos hídricos nacionais, 74%, concentra-se na Bacia Amazônica, longe dos principais centros demográficos. Por outro lado, o Sudeste, região mais populosa do país, conta com 6% dos recursos hídricos, e o Nordeste, com apenas 3%.
As evidências científicas apontam para o fato de que as mudanças representam um sério risco para os recursos de água no país. As projeções indicam que na Amazônia e no Nordeste, a chuva pode se reduzir em até 20% no final do século XXI, num cenário de altas emissões. Já o Sul do país vai experimentar um aumento da chuva na forma de extremos.
Com mais calor e diminuição das chuvas em regiões mais quentes, a vazão dos rios poderá diminuir, prejudicando o transporte fluvial, o que já ocorre no Rio São Francisco, um dos principais do país.
Em áreas com seca e muita evaporação, a vazão dos rios vai diminuir, prejudicando a geração de energia elétrica. Por outro lado, se as barragens não forem resistentes, as chuvas poderão rompê-las e causar assoreamento.
As grandes cidades, impermeabilizadas pelo aslfato e cimento que recombrem o chão, serão mais atingidas por inundações, e as tempestaades podem provocar mais desmoronamentos nas encostas.
Com as mudanças no regime das chuvas, associada ao aumento das temperaturas, os agricultores vão ter de usar técnicas agrícolas que minimizem a tendência à erosão e conservem água.
Além disso, as chuvas fortes favorecem a multiplicação de vetores de doenças, como insetos transmissores da dengue. Em regiões de floresta, a diminuição das chuvas poderá potencializar, também, a incidência de queimadas, aumentando a ocorrência de problemas respiratórios.
Um outro efeito apontado é que se a vazão dos rios diminuir, haverá menos água para a mesma quantidade de poluentes, aumentando a taxa de poluição.
Ações
De acordo com especialistas, além do cuidado com a água no dia a dia, é preciso influenciar nas decisões a respeito da questão, tanto para ações de caráter global, quanto regional e local.
Várias ações estão previstas para discutir o tema “Água limpa para um mundo sustentável? no Brasil. Algumas delas podem ser conferidas no site da Agência Nacional da Água (www2.ana.gov.br )
Sobre a data
A ONU criou o Dia Mundial da Água em 1992 e a data vem sendo comemorada desde 1993, de acordo com as recomendações do capítulo 18 da Agenda 21, definidas pela Conferência Nacional das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Pnuma). A agenda determina ações voltadas para a proteção dos recursos hídricos, da qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos, abastecimento de água potável, saneamento, água e desenvolvimento urbano sustentável.
No Brasil, a adesão partiu do Congresso Nacional, com a Lei nº 10.670, de 14 de maio de 2003, que instituiu o Dia Nacional da Água, também comemorado no dia 22 de março de cada ano.
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