Técnicos da área de transferência de tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Semi-Árido abriram, no mês de novembro, no Assentamento Manga Nova, em Lagoa Grande (PE), um volume contendo palhas de capim buffel e milho amonizadas. Eles pretendem demonstrar para os produtores do assentamento a técnica que aproveita as plantas secas sem qualquer valor nutritivo e as transforma em forrageira de qualidade, com bom índice de proteína. De acordo com a Embrapa, a técnica é barata e muito acessível aos agricultores familiares do semi-árido.
O volumeaberto no assentamento contém 170 kilogramas de capim buffel e 20 kilogramas de palha de milho. O capim buffel, que na época de chuva chega a possuir de 10 a 12% de proteína, durante a fase de seca esse teor varia de 2,5 a 3%. No tempo da estiagem, a forragem adequada para os animais não perderem peso e definharem precisa ter proteína na faixa de 8%. A amonização é uma técnica que pode transformar matos e gravetos secos pelo sol escaldante em um alimento apropriado para os animais.
Essa técnica é resultado da ação de um gás chamadoamônia. Ele é obtido quando se mistura a uréia à água, e atua nas partes endurecidas da planta amolecendo o material, o que facilita a sua ingestão pelo animais. Ao mesmo tempo, restitui parte do valor protéico da planta seca.
Para fazer a amonização de 100 kg de material seco, são necessários 25 litros de água e 4 kg de uréia. O produtor precisa também dispor de uma lona plástica que é para envolver o material tratado e não permitir que o gás se evapore antes do material estar amolecido. A equipe da Embrapa Semi-Árido recomenda fazer e armazenar o mato amonizado próximo do local onde os animais são normalmente alimentados.