O III Encontro Nacional de Agroecologia (III ENA) será realizado de 16 e 19 de maio de 2014, em Juazeiro, estado da Bahia, com o lema “Cuidar da terra, alimentar a saúde, cultivar o futuro”. Cerca de 2 mil pessoas de todo o país, dentre elas 70% agricultoras e agricultores, e outros segmentos da sociedade, participarão de seminários, debates e atividades culturais. Para a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), organizadora do evento, encontros como este são espaços de organização e pressão política fundamentais para a expressão democrática de uma significativa parcela da sociedade brasileira.
A organização do Encontro conta com a participação de entidades que compõe a rede da ANA, além de movimentos sociais do campo, da saúde, da economia solidária e do feminismo. É ainda o resultado de um processo de mapeamento e visita experiências concretas por meio de Caravanas Agroecológicas e Culturais, que começaram em 2013.
O centro do III ENA será a “Feira de Saberes e Sabores”, espaço aberto aos moradores de Juazeiro e região, com produtos agroecológicos da agricultura familiar e das populações tradicionais de todo o país. Lugar ideal para a troca de mercadorias e sobretudo propício à troca de conhecimento. Estão previstas, ainda, palestras com intelectuais brasileiros e estrangeiros, entre eles Selvino Heck, da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo). A programação visa a ajudar a responder: “por que interessa à sociedade apoiar a agroecologia?”.
Os diversos seminários temáticos também ajudarão a compreender o emaranhado de relações entre a produção de alimentos e o cotidiano de toda a população. Estão em pauta temas como o acesso universal e livre às sementes em contraposição aos transgênicos; agrotóxicos, contaminação e saúde; reforma agrária e direitos territoriais; acesso à mercados locais e institucionais; agricultura nas cidades e ainda os direitos das mulheres e à comunicação. Ao final do evento será entregue aos representantes do governo uma carta política sobre as discussões nas atividades e demandas do movimento agroeocológico.
Caravanas – Para a ANA, as experiências concretas dos agricultores e agricultoras são fundamentais e é por meio delas que se encontram caminhos para a produção de alimentos saudáveis e sem agrotóxicos, a partir da agricultura familiar. Esta fortalece as redes locais da economia e se importa com a igualdade de gêneros, com a vida do trabalhador e do consumidor. É por causa deste método de trabalho que as Caravanas Agroecológicas e Culturais ganharam centralidade no processo de mobilização do III Encontro Nacional de Agroecologia, entre 2013 e 2014.
Planejadas pela ANA com organizações locais, foram pelo menos 12 territórios visitados em todo o país, envolvendo mais de 2,5 mil pessoas. Divididas por rotas, as visitas às experiências promoveram uma troca de saberes intensa entre os agricultores, técnicos, estudantes, gestores públicos, dentre outros.
As variadas experiências mostraram a capacidade da agroecologia de promover o desenvolvimento dos territórios e o bem-estar da população. Também evidenciaram que há uma série de projetos oposto aos princípios postulados pela agroecologia disputando os territórios, como é o caso do perímetro irrigado a ser implantado na Chapada do Apodi (Rio Grande do Norte-Ceará), o crescimento da mineração na Zona da Mata (Minas Gerais), as hidrelétricas previstas para o rio Tapajós, em Santarém (Pará) e o uso intenso de agrotóxicos no Mato Grosso, inclusive na região de Cáceres.
Mais informações em: http://enagroecologia.org.br/
Fonte: Adital