Produtos orgânicos, como doces e geléias de frutas raras, como umbu, suco de tangerina, polpa de açaí e cachaças envelhecidas estão gerando emprego e renda para agricultores familiares brasileiros. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agário (MDS), de agosto do ano passado a janeiro deste ano, o Brasil exportou cerca de 9,5 mil toneladas de produtos orgânicos.
O MDS levou 13 representantes de associações e cooperativas à maior feira de produtos orgânicos do mundo, a Biofach, realizada na cidade de Nuremberg, na Alemanha, de 15 a 18 de fevereiro. Com isso, o ministério quer gerar mais oportunidades de negócios para os agricultores familiares.
Segundo João Batista, técnico da área de agroindústria da Secretaria de Agricultura Familiar do MDS, os produtos orgânicos brasileiros têm boa aceitação no mercado internacional. “Secularmente, os americanos e europeus usaram pesadamente agrotóxicos. Já nós temos várias regiões e solos que ainda não estão contaminados”, disse ele.
Para João batista, a qualidade do solo e as técnicas da agricultura familiar qualificam o produto brasileiro. “Já se sabe que aqui, quando se olha, principalmente a agricultura familiar, que tradicionalmente sempre usa poucos insumos químicos, é muito mais fácil ter uma certificação do produto orgânico, de um produto que não tem agroquímicos”, ressaltou.
De acordo com Ming Chao Liu, gerente do projeto Organics Brasil, criado pela APEX-Brasil e o Instituto Paraná Desenvolvimento para promover as exportações do setor, a preferência por orgânicos tem estreita relação com a segurança alimentar e ambiental, tópicos de grande importância atualmente. ?Isso significa, por exemplo, utilizar embalagens biodegradáveis, e aumentar a atenção quanto aos aspectos sociais, de informações disponibilizadas ao consumidor e produção ética e sustentável?, observa.
O produtor Pedro Marangoni, de Cruzeiro do Oeste, no Paraná, disse que a feira foi importante para divulgar os produtos orgânicos brasileiros e garantir mercado externo. “A gente está buscando justamente esta fonte de comercialização, para que o produtor possa ficar seguro. Para ele saber que, se produzir, tem onde colocar [o produto]”, afirmou Marangoni, que preside a Associação dos Produtores Orgânicos das Águas dos Rios Paraná e Piquiri.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atualmente o país possui uma área ocupada pela agropecuária orgânica de cerca de 800 mil hectares, nos quais trabalham 15 mil produtores. Entre os principais produtos orgânicos estão as frutas (goiaba, mamão, manga, maracujá, banana, uva, morango e cítricos), legumes e verduras (alface, couve, tomate, cenoura, agrião, berinjela), culturas (arroz, soja, milho, mandioca, café, cacau e cana-de-açúcar), produção animal (carne de bovinos e suínos, aves, leite, ovos, peixes e mel) e extrativismo (palmito, castanha do Brasil, castanha de caju, açaí e babaçu).
Fonte: A Voz do Brasil e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior