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Erradicação da Miséria

Agricultores vêem na agroecologia a saída para permanecer no Semiárido


14 de março de 2016

Antônio Moisés, o “Todinho” é militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e agricultor assentado no Assentamento Milagres. Sebastião Alves, o “Barrim” é agricultor experimentador e guardião de sementes na comunidade Lagoa Comprida. Eles residem em dois extremos do município de Ouricuri no Território do Araripe em Pernambuco, mas o que realmente os conecta é a adoção da agroecologia como forma de conviver com as condições do clima Semiárido.

No Assentamento Milagres a luta das famílias foi em primeiro pelo acesso à terra. Depois de quatro anos de incansável luta, puderam enfim acessar seu pedaço de chão. Assim, Antônio e sua família viram na diversificação da produção e na criação de pequenos animais a saída para ter alimento seguro e renda. O gerenciamento da água de beber da cisterna de 16 mil litros e o uso da água que vem de uma adutora ajuda a família a manter o sistema.

“A nossa luta não foi em vão e nem é em vão. A gente procura sempre dar as mãos para construir uma sociedade que fortaleça os/as agricultores/as. Nossa crise hídrica é permanente, mas nós conseguimos achar mecanismos para conviver com a seca”, salienta o militante, Antônio Moisés, que apoia outras famílias na luta pela terra.

Já no Sítio Lagoa Comprida, Sebastião Alves, sua esposa Marilene e os três filhos aprenderam a conviver com o Semiárido e não desejam mais sair do seu lugar como outrora fizeram quando partiram para São Paulo. “Eu aprendi que no Semiárido cada folha e cada gota d’agua que cai tem que ser estocada. Se você não estocar não consegue gerar emprego e renda, aí a família acaba migrando para a cidade e muitas vezes não dá certo”. Ele acrescenta ainda, “Se não fossem as tecnologias, talvez isso aqui tivesse um deserto. Quando a nossa cisterna de 52 mil litros pegou água a gente até esqueceu um pouco da estiagem”, destaca satisfeito o agricultor.

Na propriedade da família, a estocagem de água e o armazenamento de sementes e forragem permitem que eles tenham maior autonomia sobre o que produzem e consigam manter os animais e cultivos. Com a adoção de práticas agroecológicas, como não uso de veneno e queimadas, estoque e divisão justa do trabalho, a família dá exemplo das tantas possibilidades de se conviver com dignidade na região.

Sobre as grandes obras, Sebastião salienta que para as famílias do Semiárido iniciativas pequenas surtem mais efeito e ajudam realmente quem mais necessita. “O agricultor não precisa de transposição, ele precisa da cisterna que está no quintal dele e do barreiro na comunidade”, afirmou.

As experiências das duas famílias foram visitadas durante a Caravana Agroecológica e Cultural do Araripe que aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro na sede rural da Ong Caatinga em Ouricuri. O evento reuniu cerca de 120 pessoas de dez estados brasileiros, entre as quais estavam representantes de ONGs, Universidades, movimentos sociais, agricultores/as e membros de entidades do governo, a exemplo do Ministério do Meio Ambiente, Embrapa, INSA, Consea e CNAPO.

Fonte: Caatinga

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