O Censo Agropecuário 2006, recém-divulgado pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário, traz uma novidade: pela primeira vez, a
agricultura familiar brasileira é retratada nas pesquisas feitas pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Foram identificados 4.367.902 estabelecimentos de
agricultura familiar, que representam 84,4% do total, (5.175.489
estabelecimentos), mas ocupam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da
área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.
Apesar de ocupar apenas um quarto da área, a
agricultura familiar responde por 38% do valor da produção (ou R$ 54,4 bilhões) desse total. Mesmo
cultivando uma área menor, a agricultura familiar é responsável por garantir a
segurança alimentar do país, gerando os
produtos da cesta básica consumidos pelos brasileiros. O valor bruto da
produção na agricultura familiar é de 677 reais por hectare/ano.
Os dados do IBGE apontam que, em 2006, a agricultura
familiar foi responsável por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da
produção de feijão, 46% do milho, 38% do café , 34% do arroz, 58% do leite, 59%
do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. A
cultura com menor participação da agricultura familiar foi a soja (16%). O valor médio da produção anual da
agricultura familiar foi de R$ 13,99 mil.
Permanência
no campo
Outro resultado positivo apontado pelo Censo 2006 é o
número de pessoas ocupadas na agricultura: 12,3 milhões de trabalhadores no
campo estão em estabelecimentos da agricultura familiar (74,4% do total de
ocupados no campo). Ou seja, de cada dez ocupados no campo, sete estão na
agricultura familiar, que emprega 15,3 pessoas por 100 hectares.
Dois terços do total de ocupados no campo são homens.
Mas o número de mulheres é bastante expressivo: 4,1 milhões de trabalhadoras no
campo estão na agricultura familiar. As
mulheres também são responsáveis pela direção de cerca de 600 mil estabelecimentos de agricultura familiar.