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Meio Ambiente, Clima e Vulnerabilidade

Alertas de poluição do ar se tornam cotidianos


5 de janeiro de 2016

De Milão a Nova Délhi, passando por São Paulo e Cairo. Os alertas de poluição do ar se espalham pelo planeta. “É um dos problemas de saúde pública mais importantes do mundo”, ressalta María Neira. A diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da Organização Mundial da Saúde (OMS) lembra que “a poluição causa sete milhões de mortes prematuras por ano”. Além disso, não se tratam apenas de doenças respiratórias: “As partículas PM-2,5 [as menores] também entram em nosso sistema circulatório e causam enfarte e doenças cardiovasculares”.

Os sistemas de controle e alerta começam a se generalizar. Milão, Roma e Nápoles restringiram o trânsito em dezembro para reduzir a concentração de partículas PM-10 depois desses alertas. Em Madri, foi preciso aplicar medidas parecidas devido à acumulação de dióxido de nitrogênio.

Este é um fenômeno ligado à concentração da população nas cidades. Em 1994, 2,3 bilhões de pessoas viviam em regiões urbanas. Vinte anos depois já eram 3,9 bilhões, o que representa a metade da população mundial. A previsão da ONU é a de que em 2050 se chegue aos 6,3 bilhões: quase 70% dos seres humanos se concentrarão em ambientes urbanos. A ONU estima que a maior aceleração do índice de urbanização ocorrerá na África e na Ásia, onde já estão localizadas as maiores aglomerações do planeta: Tóquio (37,32 milhões) e Nova Délhi (22,7 milhões).

Níveis perigosos 

Um estudo recente da NASA mostrava a evolução das concentrações de dióxido de nitrogênio entre 2005 e 2014. Na Europa e nos EUA, houve uma redução da presença deste contaminante na última década. Mas se observa um crescimento considerável nas cidades da Índia e da China.

E também em cidades como o Cairo, onde o nível de poluição é 20 vezes maior do que o recomentado pela OMS. Os 18,8 milhões de habitantes da capital egípcia respiram uma quantidade de gases tóxicos equivalente a fumar uma carteira de cigarros por dia. Apesar disso, o governo não realiza uma medição periódica da poluição. O Executivo suspendeu em 2015 a proibição de compra de carvão por parte das empresas que o usam como combustível. “A qualidade do ar não é uma preocupação para o governo. A substituição do gás pelo carvão vai trazer consequências muito negativas para a saúde”, aponta Amina Sharaf, especialista da ONG Centro Egípcio para os Direitos Econômicos e Sociais. Uma situação parecida é vivida em Nova Délhi, “onde não há um sistema de alertas”, relembra Neira.

Mas nas grandes cidades da China já estão sendo adotados planos de controle e avisos. A capital, Pequim, conta com um sistema de alerta desde 2013 baseado em uma escala de quatro cores; o vermelho é o mais grave. O programa contempla uma série de restrições ao trânsito, à construção e às indústrias. Em início de dezembro, a cidade ativou pela primeira vez o alerta vermelho, que é o que mais afeta a rotina de seus 20 milhões de habitantes pelo fechamento de creches e colégios e pelas restrições ao uso de veículos privados.

Mas, como relembra a secretária de Mobilidade de Madri, Inés Sabanés, estas são “medidas de emergência”. “O importante é estabelecer medidas estruturais”, acrescenta. Ações como as que contempla o plano estratégico de São Paulo (21,1 milhões de habitantes em sua região metropolitana) para o período de 2014-2016, como por exemplo que 100% da frota de ônibus seja abastecida com combustíveis de fontes renováveis ou programas para reduzir o uso de carros. “Uma parte fundamental do problema vem dos combustíveis fósseis”, aponta María Neira. Apesar de serem desencadeado por gases diferentes, o aquecimento global e a poluição representam um inimigo comum. “Se não se mudarmos o modelo em função do clima, que o façamos pela saúde”, acrescenta a especialista da OMS.

 

Fonte: Manuel Planelles, Ricard González e Carla Jiménez, do El País

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