A região da América Latina e Caribe é considerada a área que mais se desenvolve, no mundo, no quesito oferta de educação pré-escolar. A informação consta do relatório “A Educação para Todos no Mundo 2007”. Porém, o estudo ? editado anualmente pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ? aponta que metade dos países do planeta carece de políticas públicas para as crianças menores de três anos. O reforço da inclusão no sistema educativo continua sendo um grande desafio para estes países.
De acordo com o relatório, o percentual de crianças escolarizada no ensino pré-escolar chega a 62% na América Latina e Caribe, mas é muito inferior nos países em desenvolvimento da Ásia Oriental e Pacífico (35%), Ásia Meridional e Ocidental (32%), na região dos Estados Árabes (16%) e África Sub-Saariana (12%). Na Europa Ocidental, a maioria dos países universalizou o ensino pré-escolar, enquanto que nos países em transição este setor educativo está começando a se recuperar, depois da brusca e importante diminuição que sofreu por conta do desmoronamento da União Soviética.
Segundo a análise, a demanda de cuidados e educação precoces para a criança está crescendo rapidamente, por conta do número cada vez maior de mulheres que formam a população ativa e o aumento das famílias monoparentais (chefiadas por uma pessoa apenas, a mulher). Em 1975, uma de cada 10 crianças, em média, estava escolarizada num centro de ensino pré-escolar, enquanto que, em 2004, uma de cada três crianças freqüentava um estabelecimento do tipo.O relatório abrange também uma avaliação dos progressos realizados pelos países do mundo inteiro até a concretização dos cinco objetivos restantes da Educação Para Todos (EPT), evidenciando uma notável aceleração da escolarização no ensino primário, tanto de meninos, quanto de meninas, e também um aumento da ajuda à educação. Em contrapartida, em alguns países, houve uma diminuição do gasto nacional na educação.
“Não é à toa que o primeiro dos objetivos da Educação Para Todos é centrado nas crianças menores e vulneráveis”, afirmou Koichiro Matsuura, diretor geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). “A melhora do bem-estar da infância em sua mais tenra idade deve ser um componente essencial e sistemático das políticas de educação e redução da pobreza. É fundamental um respaldo político do mais alto nível para que se dê prioridade à educação primária da infância”.
Da mesma forma, os programas de atenção e educação primária na infância contribuem para as bases sólidas destas crianças. “Todos os anos, morrem, nos países em desenvolvimento, 10 milhões de crianças antes de completar os cinco anos, por conta de enfermidades que, em sua maioria, poderiam ser prevenidas. Esta situação pode mudar com programas focados na nutrição, vacinação, saúde, higiene, cuidados, e educação das crianças menores. Esses programas são também um fator que contribui de forma decisiva para um melhor aproveitamento escolar no ensino primário. Apesar disto, as crianças que podem tirar mais proveito desses programas são as que menos probabilidades têm de ter acesso a eles”, afirma o diretor do relatório Nicholas Burnett.
No entanto, o término dos estudos primários continua constituindo um problema importante. Na América Latina e Caribe, por exemplo, menos de 83% das crianças matriculadas no primário acabam o último grau deste ciclo de ensino. Na maioria dos países da África do Sul, menos de dois terços dos alunos chegam ao último grau do primário.
A atenção e educação da infância é o primeiro dos seis objetivos da Educação para Todos, que o mundo se comprometeu a alcançar até 2015.Fonte: Adital (www.adital.org.br )