Para organizar a produção de mel e ampliar o acesso ao mercado consumidor, produtores do Projeto Apicultura Integrada e Sustentável do Semi-árido Paraibano (Apis) estão se mobilizando e criando associações e cooperativas. Em São José da Lagoa Tapada (PB), 11 famílias se articularam para a criação da associação do município. No Sertão, 14 associações e outras três cooperativas começam a dar novo impulso à produção de mel na região.Em São José, os produtores têm o apoio da prefeitura local e da agência regional do Sebrae em Sousa, que atuam em parceria para contribuir com o fortalecimento da apicultura. Segundo João Paulo Batista, secretário de agricultura de São José da Lagoa Tapada, a idéia de investir na apicultura veio após participar de evento sobre meliponicultura no Ceará.Desde 2007, o município desenvolve ações de sensibilização de produtores que trabalham artesanalmente com a apicultura. ?Algumas pessoas tinham criatórios, mas esses eram feitos de forma rudimentar, abrigados no meio do mato, sem nenhuma estrutura. Procurei essas pessoas e com ajuda do Sebrae oferecemos cursos e capacitações?, afirmou o secretário. Outras 20 famílias demonstraram interesse em fazer a atividade no município. No início deste ano a prefeitura investiu mais de R$ 5 mil na compra de equipamentos, 47 colméias e cinco quilos de cera.?Como é muito recente a atividade, os criatórios ainda não renderam mel, mas começamos o desenvolvimento da atividade de forma positiva no município e a rede associativa só vem acrescentar?, disse Batista.Segundo o secretário, a prefeitura organizou uma equipe de técnicos para fazer o acompanhamento mensal do desempenho dos criatórios. Inicialmente a Secretaria de Agricultura vai comprar a produção e implantar na merenda escolar da cidade. Se o volume for grande, buscará revender para outras cidades e estados.Apicultura no SertãoCom base nas características que apresenta na vegetação e clima, o Sertão e o Cariri paraibano apresentam um grande potencial apícola. Destinado a grupos organizados de pequenos apicultores e de micro e pequenas empresas do setor, o projeto Apis está estruturado na articulação de parcerias e promoção da cultura da cooperação.Segundo o gestor do Apis, Fabrício Vitorino, o projeto é dividido em cinco pólos de atuação: Cajazeiras, Sousa, Catolé do Rocha, Patos e Monteiro, que abrangem cerca de 300 produtores em 28 municípios, sendo deste total 22 cidades do Sertão. O município de São José da Lagoa Tapada é o mais novo integrante do projeto com a articulação da rede associativa de produtores.