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Bolsas de valores sociais possibilitam mais investimentos em países pobres


13 de outubro de 2010

Os empreendimentos da sociedade civil poderão encontrar potenciais investidores e compartilhar seus conhecimentos através da Bolsa de Valores de Desenvolvimento Humano Sul-Sul (SS-HDSX), que opera na Internet. De acordo com Francisco Simplício, da Unidade Especial para a Cooperação Sul-Sul 9SU/SSC) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), trata-se de um mercado real que reúne ofertas de bons investimentos em desenvolvimento e gente que quer fazer investimentos sociais.


Até agora, constam de seu site (http://www.ss-hdsx.org) dois projetos de investimento. Com base em experiências da Índia, 50 mulheres do Sri Lanka serão capacitadas para fazer conservas de camarões e processamento de alimentos para permitir-lhes abrir pequenas empresas sustentáveis.


O outro projeto pretende treinar especialistas do Quênia no Brasil, para que possam ajudar pelo menos cem jovens e adultos quenianos no estabelecimento de pequenas empresas que produzam roupas e artesanatos, artigos de papelaria e enfeites. Um programa semelhante teve ótimos resultados no Brasil.


Para proporcionarem os US$ 32 mil necessários para o primeiro projeto e os US$ 45 mil para o segundo, os investidores podem comprar ações a US$ 25 cada uma. O que distingue estes investimentos das doações tradicionais é que os acionistas receberão atualizações regulares sobre o modo como seu dinheiro está sendo gasto e sobre seu impacto. Isso incentiva a responsabilidade das organizações participantes.


?Ao ?dar o exemplo?, com disse Simplício, a SS-HDSX vence alguns obstáculos que costumam impedir uma cooperação mais profunda entre os países em desenvolvimento. Embora não escasseiem as redes que permitem identificar melhores práticas e inovações para o desenvolvimento, faltam mecanismos que facilitem a transferência real de conhecimento ou tecnologia de um país do Sul para outro. Portanto, os atores no setor observaram os instrumentos que a economia de mercado tinha para oferecer.


As bolsas


Com as bolsas de valores sociais ?estamos recolhendo os melhores conceitos do sistema capitalista, com governabilidade e transparência, próprias de uma bolsa de valores?, considerou Celso Grecco. Em 2003, Grecco criou no Brasil a primeira bolsa desse tipo no mundo. ?Mas estamos nos livrando das piores partes do sistema: os que querem amassar muito dinheiro em pouco tempo?, acrescentou.


As experiências do Brasil, e também de outros mercados de investimentos sociais na África do Sul, Índia, China e Estados Unidos, mostraram que estas iniciativas tornam mais acessível o capital para as comunidades pobres do Sul. Os projetos de desenvolvimento humano ganham uma visibilidade maior, e os custos das relações com os investidores são reduzidos. Com uma seleção competente e supervisão dos projetos apoiados, os investimentos em uma bolsa de valores sociais também são mais atraentes do que as doações tradicionais.


Os doadores menores e não tradicionais podem adquirir ações mais facilmente nos projetos de desenvolvimento. ?E seus investimentos realmente redundam em uma sociedade melhor?, disse Grecco. No Brasil, 81 dos 104 projetos de desenvolvimento listados foram plenamente financiados através da bolsa de valores sociais desde 2003, com financiamento total de US$ 7,5 milhões. A SS-0HDSX é a primeira tentativa de criar um mercado de valores sociais em nível planetário.


Yuvan A. Beejadhur, representante do Banco Mundial enfatizou a importância da cooperação Sul-Sul e do compromisso do Banco em promovê-la ainda mais. Mas, não confirmou que a instituição irá se associar com o Pnud na SS-HDS. ?A questão-chave que falta ver é quais implicações terão essas iniciativas para as operações de nosso banco?, disse Beejadhur.


Simplício afirmou que vê o ?trabalho verticalista? do Banco Mundial como um complemento necessário para o novo enfoque ?que promove o desenvolvimento de baixo para cima?. Por sua vez, Zhou, do Pnud, concluiu dizendo que a SS-HDSX ?poderá ser um motivo para esperar uma nova plataforma de desenvolvimento inclusivo para o Sul global. Mas, deve comprometer a participação ativa do setor público, privado e não-governamental?.

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