Poucos dos países com as mais altas taxas de mortalidade infantil estão avançando de maneira significativa para a redução em dois terços da taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos até 2015, um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) estabelecidos pela ONU. Segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é um dos sete países que devem alcançar o objetivo. O relatório foi divulgado, no dia 18 de setembro, durante o seminário sobre sobrevivência infantil, organizado pelo Unicef, a revista ?The Lancet? e o governo da Noruega.
Durante o seminário, políticos e especialistas debateram como prevenir a morte de milhões de crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Foram preconizados melhores serviços de saúde para a prevenção da mortalidade infantil; mais acesso a medicamentos e medidas de saúde básica para prevenir a morte de crianças com menos de cinco anos; e investimentos de governos nacionais e países doadores para ações de promoção da sobrevivência infantil.
Cerca de 29 mil crianças menores de cinco anos morrem todos os dias, e a maioria dessas mortes poderia ser prevenida com medidas relativamente simples. A pneumonia sozinha mata mais crianças com menos de cinco anos do que qualquer outra doença, como a Aids, a malária e o sarampo juntos. De acordo com o relatório, são dois milhões de crianças vítimas fatais da pneumonia a cada ano.
?As crianças são nosso melhor investimento?, diss o primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg. ?O que fazemos pelas nossas crianças e pelas crianças de todo o mundo será nosso melhor legado como líderes políticos. Por isso, é preciso dar passos firmes e corajosos para protegê-las?, concluiu o primeiro-ministro.
O Unicef e parceiros rastrearam indicadores sobre mortalidade de crianças (infantil e neonatal) e mortalidade materna de 60 países. Nesses 60 países, acontecem 60% das mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo. A maioria deles fez poucos ou quase nenhum avanço para a redução em dois terços dos índices de mortalidade infantil. Além disso, os 20 países com maiores índices também são duramente afetados pela epidemia do HIV/Aids e por guerras civis e têm altas taxas de pobreza. O estudo está publicado na edição especial da revista científica The Lancet.
O estudo, porém, encontrou histórias de sucesso em sete países, que devem alcançar a meta da redução da mortalidade em 2015: Bangladesh; Brasil; Egito; Indonésia; México; Nepal e Filipinas. ?Esses avanços importantes feitos por alguns países mostram que estratégias de sucesso podem funcionar em grandes escalas?, disse a diretora-executiva do Unicef, Ann M. Veneman. ?Essas estratégias abrangem ações integradas e com base nas comunidades, que incluam cuidados com a saúde da mãe, das crianças, programas de nutrição, prevenção do HIV/aids, acesso à água e saneamento?, concluiu Veneman.Fonte: Com base em matéria do Pnud.