A Corporación Boliviana de RSE (Coborse) nasceu da necessidade de se institucionalizar o movimento de responsabilidade social empresarial na Bolívia. A entidade, de apenas nove meses de existência, mantém o Projeto Viajero Internacional, pelo qual envia empresários representativos de diversos setores e regiões do país para conhecer o que há de mais avançado sobre RSE em outros países. Foi assim que a entidade solicitou ao Instituto Ethos que recebesse o grupo em São Paulo no final de novembro.
Além da sede do Instituto Ethos, os visitantes conheceram três empresas que se destacam na implantação de uma gestão socialmente responsável e puderam aproveitar a experiência brasileira para prosseguir na implementação dos princípios da responsabilidade social nas empresas bolivianas.
Em coletiva de imprensa no Instituto Ethos, os empresários bolivianos relataram a vivência que tiveram no Brasil e puderam conversar com jornalistas e membros da equipe do Instituto Ethos. “Conhecer a experiência brasileira nos deu um horizonte mais amplo de aplicações. Ficamos impressionados e estamos ansiosos para fazer o mesmo em nosso país”, afirmou Eduardo Peinado, presidente da Coborse.
Peinado explicou que na Bolívia já existem muitas ações de RSE, mas falta uma estruturação dos movimentos para que haja um alinhamento. Acentuou ainda que as empresas bolivianas estão com muita disposição para que isso ocorra e que o Coborse pretende estruturar-se como a maior referência em RSE na Bolívia. Para isso, conta com parceiros como o Instituto Ethos e a representação na Bolívia do Pacto Global das Nações Unidas. “Pretendemos formar uma rede de porta-vozes e líderes empresariais do movimento que vieram ao Brasil, pois estamos convencidos dos benefícios da RSE”, disse. “Não se pode conceber uma sociedade saudável sem empresas saudáveis.”
Durante a coletiva, Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, lembrou que a experiência e a produção de pesquisas do Ethos estão disponíveis para todos que queiram aprender mais sobre RSE. Young ressaltou que o Programa Latino Americano de RSE (Plarse) foi criado, por iniciativa do Ethos, com o intuito de compartilhar o conhecimento e a prática da RSE entre todos os países da América Latina. Ele atentou para a importância das estratégias criativas de inclusão social, tanto no Brasil quanto na Bolívia e em outros países latino-americanos, fazendo um apelo para que o pilar social seja especialmente valorizado nas discussões de RSE, que devem incluir o combate à pobreza.
Young comentou a crise financeira mundial e salientou como o comportamento socialmente responsável é vantajoso para as empresas que querem garantir sua posição no mercado: “A RSE é uma ferramenta muito rica para se obter o máximo de oportunidades que estes tempos de crise estão trazendo. E é pensando nisso que o Instituto Ethos está se direcionando para o futuro”.
O presidente do Instituto Ethos citou a compra pelo Grupo Santander do Banco Real, uma organização plenamente comprometida com os princípios da RSE. Esse fato, segundo Young, demonstrou aos brasileiros que uma empresa identificada com a RSE é tão importante que se sobressai até nos processos de fusão e aquisição: “O mercado se mostrou disposto a pagar por essa marca”.