A campanha “Escravidão Não” foi lançada no dia 9 de maio, para alertar os jovens sobre as questões que envolvem o trabalho escravo, que ainda hoje – mais de cem anos após a Abolição da Escravatura, celebrada neste 13 de maio – são registrados no Brasil. O objetivo é levar o debate sobre o trabalho escravo para a sociedade e fazer com que as pessoas disseminem a informação, ampliando a repercussão do tema e o número de assinaturas para a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do Trabalho Escravo (438/2001), cuja proposta é aumentar o rigor e a punição para os exploradores e também, a expropriação de suas terras, usadas para fins de exploração da mão-de-obra humana.
Inicialmente a campanha está sendo veiculada apenas no estado de São Paulo, mas o intuito é primeiro observar a reação da sociedade para depois ampliá-la. “Nós pretendemos continuar sim, queremos chegar até Brasília”, esclarece Guilherme Stella, diretor da Sagarana Comunicação, agência que pensou e desenvolveu o projeto.
Mas tudo indica que a campanha veio mesmo para ficar. De acordo com Stella, as assinaturas da PEC aumentaram em oito vezes após seu início. Além disso, veículos de comunicação os procuram todos os dias para saber do “Escravidão Não”. “A resposta está sendo positiva”, declara.
A idéia da campanha surgiu com a observação de registros deste tipo de exploração, principalmente no Nordeste Brasileiro. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é uma das parceiras desta iniciativa e colaborou fornecendo dados e conteúdos para a causa. Segundo informa Guilherme Stella, em estados como Maranhão e Tocantins é comum encontrar a exploração da mão-de-obra em plantações de cana-de-açúcar e nas carvoarias. Mas pouco tem sido feito por parte do governo para combater esta prática. “Desde 2004 a PEC do Trabalho Escravo está parada”, diz.
Para divulgar a ação e buscar adesão da população um cartão postal foi desenvolvido e espalhado pela cidade. Como o foco é exploração nas carvoarias, o cartão da campanha contém carvão vegetal para que as pessoas fiquem com as mãos sujas propositalmente. No verso, a mensagem: “Não lave as mãos para este problema. Acesse o site e colabore”.
Mais informações através do site: www.escravidaonao.com.br.