Por ano, 30 mil brasileiros são assassinados. A maioria é pobre, negra e jovem, entre 15 e 24 anos. Esses dados, do Relatório de Desenvolvimento Humano 2005 – Racismo, Pobreza e Violência, do Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas (Pnud), apontam para a necessidade de políticas públicas que transformem essa situação. É o que defende a recém-lançada campanha “Não matem nossos jovens. Eu quero crescer”, organizada pela Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen).
O objetivo da campanha é mobilizar a sociedade brasileira contra a violência e o racismo que sofrem jovens da periferia das cidades brasileiras ? em sua grande maioria, negros. A iniciativa tem como principal mote a crítica à falta de políticas públicas que diminuam a vulnerabilidade do jovem à violência.
Entre suas principais propostas estão a criação de espaços públicos de esporte, cultura e lazer, a defesa da ampliação da política de cotas na universidade pública e iniciativas voltadas para a inserção do jovem no mercado de trabalho. Basicamente, portanto, trata-se de garantir direitos essenciais de qualquer cidadão ? como educação, cultura e trabalho ?, hoje negados não somente aos jovens, mas à grande maioria da população.
A campanha pretende ter duração de dois anos e a proposta é que seja nacionalizada aos poucos, através da formação de comitês em todo o país. No Dia Internacional pela Eliminação do Racismo, 21 de março, foi realizado um ato público na Praça da Sé, em São Paulo (SP), que marcou o lançamento da iniciativa.