Em termos do comércio justo, uma boa oportunidade para os produtos regionais de pequenos produtores de Mato Grosso está na exposição e identificação de gôndolas em supermercados. A proposta foi apresentada pela gestora da Unidade de Acesso a Mercados do Sebrae Nacional, Louise Alves Machado, durante palestra na 1ª Feira de Negócios Sustentáveis do Pequeno Produtor (Feipeq), organizada pelo Sebrae em Mato Grosso e pelo governo do estado, de 16 a 18 de maio.
A gestora explicou que essa prática de valorizar a produção de pequena escala tende a ser cada vez mais exigida no âmbito da comercialização em sociedade. ?Em Mato Grosso, abre-se mercado para produtos como mel, frutas, verduras e artesanato. É preciso colocar em gôndolas de supermercado produtos do estado?, disse.
Esta concepção de comércio justo é um incentivo para o pequeno negócio familiar, afirmou Louise Machado. A abordagem deve ter o princípio de não agredir o meio ambiente, não ter mão-de-obra infantil e nem escrava, relação de produção de igualdade entre os gêneros e transparência comercial. ?Se trabalharmos com produtos regionais, o potencial para o pequeno produtor cresce bastante, porque o consumidor tem a cultura da comunidade do produto, o que faz parte da sua história?, justificou.
?Podemos ter um roteiro com produtos do Pantanal ou com alimentos como castanha e açúcar mascavo, há uma quantidade grande de produtos de Mato Grosso para isso?, afirmou Louise. ?Do ponto de vista do consumidor, o comércio justo tem a ver com a melhoria da vida das pessoas no campo?, explicou a gestora.
A palestra sobre comércio justo foi incluída na programação da Feipeq para sensibilizar o público a respeito de melhores condições de comercialização para os produtores de agricultura familiar, tema que já vem sendo debatido em outros países. A gestora do Sebrae/MT, Marta Torezam, destacou que ?esta é uma discussão mundial para melhorar a relação comercial dos hemisférios Norte e Sul de uma forma justa e não com exploração?, explicou.
Em Mato Grosso, o próximo passo é estruturar um programa de ações para o comércio justo que atente para o mercado consumidor. Em outra ponta, o Sebrae Nacional desenvolve trabalho de sensibilização com universitários de Recife (PE) e Campo Grande (MS). Louise informou que para definir princípios e práticas a serem aplicadas no Brasil, foi organizado o grupo de trabalho ?Sistema Brasileiro de Comércio Justo?. Esse grupo conta com representação de produtores, do Sebrae, de ministérios e da Rede Brasileira de Economia Solidária. ?Vamos criar normas brasileiras e dizer quais os princípios que vamos seguir. É um projeto discutido dentro do governo?, informou a gestora.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios (http://empresas.globo.com/Empresasenegocios)