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Erradicação da Miséria

Consumo solidário: resistência à acumulação e apoio às comunidades


13 de outubro de 2010

Deixar de comprar produtos de determinadas empresas como forma de resistência a grandes corporações, à poluição e à concentração de renda e ainda como estratégia de incentivo a um outro tipo de comércio. Esta é a proposta do consumo solidário.


?No consumo solidário a gente quer não apenas dizer não a essas empresas que poluem, que perseguem sindicalistas, que utilizam mão-de-obra infantil, mas dizer sim a alguma outra coisa. Quando consumimos de um empreendimento de economia solidária passamos a deixar de injetar dinheiro em circuitos acumuladores?, explica Eugênia Motta, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).


O apoio aos empreendimentos de economia solidária traz ainda outros benefícios, uma vez que a maioria deles desenvolve ações na comunidade da qual fazem parte. ?Eles acabam se envolvendo em ações de educação, meio ambiente etc por saberem dos problemas que existem a sua volta. Tornam-se centros, núcleos, que vão para além da organização econômica. Consumir do empreendimento de economia solidária é dar força e fomentar esse tipo de ação?, complementa Eugênia.


O Ibase iniciou em abril uma série de encontros com a intenção de refletir, contribuir e ouvir a história de pessoas envolvidas em atividades solidárias. O empreendimento solidário que participou do primeiro encontro foi o grupo ?Costurando idéias?, iniciativa de quatro mulheres do morro Santa Marta, em Botafogo, no Rio de Janeiro.


?Esses encontros são importantes porque, além de dar visibilidade a grupos de produção solidária, sensibilizam as pessoas para um outro tipo de economia, que valoriza o comércio justo e a produção coletiva e autogestionada. Essa outra economia, entre outras coisas, valoriza não só o produto, mas o produtor?, afirma Cristina Lopes, outra pesquisadora do Ibase.


No ritmo das feiras


O ?Costurando idéias? é composto por quatro mulheres, mas a demanda tem sido tão grande que o número de participantes já é insuficiente. Segundo Maria de Lourdes Jesus, fundadora do grupo, nada do que é produzido é estocado; as costureiras acompanham o ritmo das feiras realizadas na cidade e que reúnem atrações variadas. Na maior delas, a feira do Lavradio, que acontece no primeiro sábado de cada mês no centro do Rio, passam cerca de cinco mil pessoas por dia.


?Essa produção é muito importante para nós. Principalmente para mim, que não tenho mais idade considerada boa para trabalhar. É aquela velha história: quando a gente é novo não arranja emprego porque não tem estudo; e quando consegue estudar não arruma mais porque está velho. Então, eu tenho que fazer o que sei das minhas mãos, e acho que tenho o dom para a costura?, conta Maria de Lourdes.


Sônia Maria de Oliveira entrou para o ?Costurando idéias? logo no início, em 2000. De lá para cá, por meio da costura, além de cursos de modelagem, conseguiu terminar o ensino médio e hoje faz faculdade de Serviço Social. ?Eu não fazia nada ligado à costura, apesar de gostar. Era técnica de enfermagem, mas estava desempregada e tinha acabado de perder meu marido. O grupo me tirou daquela situação. A costura me fez avançar na vida e funcionou como uma terapia. Agora já posso viver do que gosto de fazer?, diz Sônia.


Fonte: Agência Ibase (www.ibase.br), com base em matéria de Beatriz Gredilha.

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