Desenvolver a agricultura orgânica familiar por meio de ações que identifiquem e fortaleçam oportunidades de negócios no comércio justo e na economia solidária. Este é o objetivo do Programa de Oportunidades Comerciais para Pequenos Produtores Rurais ? Programa de Agroecologia Familiar (Proaf) ?, criado a partir do convênio de cooperação técnica assinado entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Fundação Lindolfo Silva (FLS), vinculada à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), no início de outubro.
O convênio estabelece um plano de trabalho de implantação de sete projetos-piloto de agricultura familiar em seis estados. O foco é na organização dos produtores de orgânicos, tendo em vista o desenvolvimento da economia local. A proposta é fortalecer a interação com o comércio justo e a economia solidária, abrindo mercados no Brasil e no exterior. Para isso, serão feitas capacitações em empreendedorismo, associativismo, acesso a mercados, liderança, além de outras ações relacionadas ao fortalecimento dos pequenos negócios rurais.
Os sete primeiros projetos serão executados em Alagoas, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco e Piauí. Este estado terá dois projetos: um deles na região de Simplício Mendes ? onde será trabalhado o potencial orgânico para as produções de mel e flores ? e outro na região do município de Paulista, envolvendo ovinocaprinocultura, mel, farinha de mandioca e rapadura. Esse mesmo projeto também será executado na cidade pernambucana de Afrânio.
No Rio Grande do Sul, o projeto envolve a microrregião de Frederico Westphalen, e trabalhará o potencial de produção de soja orgânica e açúcar mascavo. Em Santa Catarina, o projeto atenderá à região do município de Mafra, onde há concentração de frutas e hortaliças. Em Alagoas, será contemplada a região de Xingó, com ênfase na cachaça. Já em Mato Grosso do Sul, o projeto será implantado na região de Dourados e vai se deter na criação de ovinos e caprinos.
Potencial
A prática orgânica na agricultura e criação de animais apresenta potencial de crescimento no Brasil. Em grande parte pela demanda de alguns países europeus, além dos Estados Unidos, Japão e Austrália. E em menor grau pelo interesse dos consumidores brasileiros, que cresce de forma consistente.
Por utilizar apenas métodos naturais no trato de plantações ou no trato com os animais, a produção orgânica se abre como uma oportunidade de crescimento sustentável para a agricultura familiar. Isso porque elimina a necessidade de investimento em insumos de custo mais elevado como adubos químicos e antibióticos.
“No Brasil, estima-se que 90% da produção orgânica venham da agricultura familiar. Portanto, há potencial para a produção familiar ser de fato a base da agricultura orgânica, porque já atua com diversas culturas, promove a economia de energia, preserva áreas verdes e preserva a biodiversidade. E tudo isso contribui para manter a qualidade de vida dos produtores, de suas famílias e, por fim, dos consumidores”, assinala Maria Maurício, da Unidade de Agronegócios e Territórios Específicos do Sebrae Nacional.
O programa tem as parcerias do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e Cirad, organismo de pesquisa francês de apoio ao desenvolvimento da agricultura em regiões tropicais.
Fonte: MS Notícias (www.msnoticias.com.br), com base em matéria veiculada.