Somos 47.236 em 27 estados
e 1.874 municípios
  • Login
  • Seja um mobilizador
  • Contato
    • A A A
Busca avançada

Notícias

Participação, Direitos e Cidadania

Cooperativa na PB gera renda e aumenta auto-estima de mulheres


13 de outubro de 2010

Um grupo de mulheres da cidade de Pilões, interior da Paraíba, decidiu arregaçar as mangas e montar um negócio próprio. A maioria estava desempregada, já que três usinas foram fechadas em menos de cinco anos. Com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as mulheres participaram de um curso sobre floricultura que as ajudou a entender como cultivar flores e plantas. Desde 2002, a cooperativa consegue frutos com o trabalho e esforço das 21 mulheres de Pilões. Em 2006, a cooperativa já registra um aumento em 30% na produção conquistado com recursos próprios.


Hoje, a cooperativa produz 300 pacotes de crisântemos por semana e gera renda para 21 famílias. Uma vez por mês as cooperadas se reúnem para traçar metas, avaliar a atividade e ver onde podem melhorar. “Quando se quer mudar a realidade, você consegue. A cooperativa Flores de Pilões serve para animar outras associações e pessoas”, acredita José Marcílio Sousa Santos, gerente da Agência Regional do Sebrae em Guarariba


“Eu não estava desempregada, mas senti a dificuldade daquelas mulheres que perderam o emprego. Achei que era obrigada a fazer alguma coisa?, afirma Karla Cristina Paiva Rocha, presidente da Cooperativa das Flores da Paraíba (Cofep). Natural de Guarabira, Karla Rocha chegou a Pilões em 1999 e se deparou com mulheres desempregadas e desestimuladas. “A gente precisava fazer alguma coisa, porque nossos filhos cresciam. Eu só tenho uma, mas há sócias com 13 filhos, outras com 18 irmãos. Pedi apoio ao Sebrae de Guarabira para saber o que poderíamos fazer”, conta a cooperada.


Primeiras iniciativas e dificuldades


No Sebrae, as mulheres participaram de várias reuniões. Tudo indicava uma atividade na agricultura, já que a maioria tinha experiência na roça. No decorrer dos encontros, surgiu a idéia de se fazer uma cooperativa de cultivo flores, já que a Paraíba não contava ainda com esta produção. O estado normalmente comprava flores de Pernambuco, Ceará, São Paulo e outras regiões. Mas, com a atividade definida vieram as dificuldades. “Ninguém sabia plantar flor. Não tínhamos dinheiro, apenas vontade de trabalhar”, conta Karla Rocha.


“Fizemos várias reuniões para identificar o que elas mulheres sabiam e em qual área poderiam trabalhar. Quando decidimos que seria com flores, muitos maridos das cooperadas falavam que não ia dar certo e que ninguém compraria”, afirma José Marcílio Santos.


Confiantes e com o apoio do Sebrae, as mulheres participaram de um curso sobre floricultura e se familiarizaram com questões administrativas, como técnicas de venda, estrutura de trabalho em cooperativa e sustentabilidade do projeto. A Organização das Cooperativas do Estado da Paraíba também deu alguns cursos de cooperativismo. “A principal dificuldade das mulheres era apresentar garantias para conseguir crédito em banco”, aponta José Marcílio Santos.


De acordo com Karla Rocha para construírem a sede da cooperativa Flores de Pilões as mulheres realizaram bingos e outras atividades. Depois de pronta, contrataram um profissional para elaborar o projeto da cooperativa e o enviaram a um grande banco do Nordeste. Depois de três anos e meio de negociações, o banco ainda não havia liberado financiamento, alegando falta de documentação.


“Quando vi que não havia possibilidade, perguntei qual era o problema. Primeiro era a falta de garantia para pagar o financiamento. Não tínhamos bens para apresentar. Ele também questionou o fato de ser uma cooperativa só de mulheres. Fiquei chateada com isso”, recorda Karla Rocha.


Com isso, a cooperativa encaminhou o projeto a um órgão do governo, que tinha parceria com o Banco Mundial. O prefeito de Pilões apoiou a iniciativa e ajudou o grupo de mulheres a conseguir o financiamento. Em seis meses, o financiamento foi finalmente aprovado a fundo perdido.


Nessa época eram 25 mulheres e alguns homens, mas no decorrer dos três anos e meio alguns desistiram, ficando 21 mulheres. A maioria dos maridos das cooperadas não acreditava no sucesso da cooperativa. Achavam que era perda de tempo e dinheiro. Um deles falou para sua esposa escolher entre a cooperativa ou ele. “Realmente, se fôssemos plantar para vender em Pilões não daria dinheiro. Tínhamos que procurar grandes centros, como Campina Grande, João Pessoa, Recife e outras cidades. Passamos por preconceito em bancos pela falta de dinheiro e problemas graves em casa”, diz Karla Rocha.


Frutos do esforço


Em 2002, saiu a primeira parcela dos recursos concedidos pelo Banco Mundial. Em 2004, o grupo participou do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar pelo Banco do Brasil que, no ano seguinte financiaria ainda um veículo com ar condicionado, fundamental para a entrega das flores.


O trabalho das mulheres de Pilões já recebeu duas condecorações: o Prêmio Sebrae Mulher Empreendedora da Região Nordeste, entregue para Karla Rocha, e o primeiro lugar no 3º Prêmio Experiências Sociais Inovadoras, no evento Voz Mulher – Encontro Nordeste de Experiências Sociais Inovadoras, em Recife.


Karla Rocha reconhece que nos dias de hoje, a mulher tem mais espaço na sociedade. “Só que lá no interior ainda está no tempo dos meus avós. Mas mesmo assim aquelas mulheres sabiam o que queriam. Elas olhavam para trás e viam seus filhos e maridos desempregados e, muitas vezes alcoólatras. Temos sócias que tinham este problema também e hoje não têm mais”, conta a presidente da cooperativa, observando ainda que, para ela, as mulheres não devem desistir mesmo com as dificuldades.


Segundo Karla Rocha, a maioria das cooperadas tem seus maridos desempregados. Dessa forma, a renda que varia de R$ 200 a R$ 400 (dependendo da época do ano) é fundamental para essas famílias. Falando sobre futuro, a presidente conta que em 2007, a cooperativa espera ter um projeto aprovado pelo Ministério da Agricultura para viabilizar a construção de mais estufas que custam cerca de R$ 10 mil cada uma. “Agora produzimos 11 mil e 500 mudas por semana. Pretendemos aumentar a produção para 15 mil mudas por semana”, planeja.Fonte: Setor 3 (www.setor3.com.br)

Erradicação da Miséria

Cooperativa na PB gera renda e aumenta auto-estima de mulheres


13 de outubro de 2010

Um grupo de mulheres da cidade de Pilões, interior da Paraíba, decidiu arregaçar as mangas e montar um negócio próprio. A maioria estava desempregada, já que três usinas foram fechadas em menos de cinco anos. Com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as mulheres participaram de um curso sobre floricultura que as ajudou a entender como cultivar flores e plantas. Desde 2002, a cooperativa consegue frutos com o trabalho e esforço das 21 mulheres de Pilões. Em 2006, a cooperativa já registra um aumento em 30% na produção conquistado com recursos próprios.


Hoje, a cooperativa produz 300 pacotes de crisântemos por semana e gera renda para 21 famílias. Uma vez por mês as cooperadas se reúnem para traçar metas, avaliar a atividade e ver onde podem melhorar. “Quando se quer mudar a realidade, você consegue. A cooperativa Flores de Pilões serve para animar outras associações e pessoas”, acredita José Marcílio Sousa Santos, gerente da Agência Regional do Sebrae em Guarariba


“Eu não estava desempregada, mas senti a dificuldade daquelas mulheres que perderam o emprego. Achei que era obrigada a fazer alguma coisa?, afirma Karla Cristina Paiva Rocha, presidente da Cooperativa das Flores da Paraíba (Cofep). Natural de Guarabira, Karla Rocha chegou a Pilões em 1999 e se deparou com mulheres desempregadas e desestimuladas. “A gente precisava fazer alguma coisa, porque nossos filhos cresciam. Eu só tenho uma, mas há sócias com 13 filhos, outras com 18 irmãos. Pedi apoio ao Sebrae de Guarabira para saber o que poderíamos fazer”, conta a cooperada.


Primeiras iniciativas e dificuldades


No Sebrae, as mulheres participaram de várias reuniões. Tudo indicava uma atividade na agricultura, já que a maioria tinha experiência na roça. No decorrer dos encontros, surgiu a idéia de se fazer uma cooperativa de cultivo flores, já que a Paraíba não contava ainda com esta produção. O estado normalmente comprava flores de Pernambuco, Ceará, São Paulo e outras regiões. Mas, com a atividade definida vieram as dificuldades. “Ninguém sabia plantar flor. Não tínhamos dinheiro, apenas vontade de trabalhar”, conta Karla Rocha.


“Fizemos várias reuniões para identificar o que elas mulheres sabiam e em qual área poderiam trabalhar. Quando decidimos que seria com flores, muitos maridos das cooperadas falavam que não ia dar certo e que ninguém compraria”, afirma José Marcílio Santos.


Confiantes e com o apoio do Sebrae, as mulheres participaram de um curso sobre floricultura e se familiarizaram com questões administrativas, como técnicas de venda, estrutura de trabalho em cooperativa e sustentabilidade do projeto. A Organização das Cooperativas do Estado da Paraíba também deu alguns cursos de cooperativismo. “A principal dificuldade das mulheres era apresentar garantias para conseguir crédito em banco”, aponta José Marcílio Santos.


De acordo com Karla Rocha para construírem a sede da cooperativa Flores de Pilões as mulheres realizaram bingos e outras atividades. Depois de pronta, contrataram um profissional para elaborar o projeto da cooperativa e o enviaram a um grande banco do Nordeste. Depois de três anos e meio de negociações, o banco ainda não havia liberado financiamento, alegando falta de documentação.


“Quando vi que não havia possibilidade, perguntei qual era o problema. Primeiro era a falta de garantia para pagar o financiamento. Não tínhamos bens para apresentar. Ele também questionou o fato de ser uma cooperativa só de mulheres. Fiquei chateada com isso”, recorda Karla Rocha.


Com isso, a cooperativa encaminhou o projeto a um órgão do governo, que tinha parceria com o Banco Mundial. O prefeito de Pilões apoiou a iniciativa e ajudou o grupo de mulheres a conseguir o financiamento. Em seis meses, o financiamento foi finalmente aprovado a fundo perdido.


Nessa época eram 25 mulheres e alguns homens, mas no decorrer dos três anos e meio alguns desistiram, ficando 21 mulheres. A maioria dos maridos das cooperadas não acreditava no sucesso da cooperativa. Achavam que era perda de tempo e dinheiro. Um deles falou para sua esposa escolher entre a cooperativa ou ele. “Realmente, se fôssemos plantar para vender em Pilões não daria dinheiro. Tínhamos que procurar grandes centros, como Campina Grande, João Pessoa, Recife e outras cidades. Passamos por preconceito em bancos pela falta de dinheiro e problemas graves em casa”, diz Karla Rocha.


Frutos do esforço


Em 2002, saiu a primeira parcela dos recursos concedidos pelo Banco Mundial. Em 2004, o grupo participou do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar pelo Banco do Brasil que, no ano seguinte financiaria ainda um veículo com ar condicionado, fundamental para a entrega das flores.


O trabalho das mulheres de Pilões já recebeu duas condecorações: o Prêmio Sebrae Mulher Empreendedora da Região Nordeste, entregue para Karla Rocha, e o primeiro lugar no 3º Prêmio Experiências Sociais Inovadoras, no evento Voz Mulher – Encontro Nordeste de Experiências Sociais Inovadoras, em Recife.


Karla Rocha reconhece que nos dias de hoje, a mulher tem mais espaço na sociedade. “Só que lá no interior ainda está no tempo dos meus avós. Mas mesmo assim aquelas mulheres sabiam o que queriam. Elas olhavam para trás e viam seus filhos e maridos desempregados e, muitas vezes alcoólatras. Temos sócias que tinham este problema também e hoje não têm mais”, conta a presidente da cooperativa, observando ainda que, para ela, as mulheres não devem desistir mesmo com as dificuldades.


Segundo Karla Rocha, a maioria das cooperadas tem seus maridos desempregados. Dessa forma, a renda que varia de R$ 200 a R$ 400 (dependendo da época do ano) é fundamental para essas famílias. Falando sobre futuro, a presidente conta que em 2007, a cooperativa espera ter um projeto aprovado pelo Ministério da Agricultura para viabilizar a construção de mais estufas que custam cerca de R$ 10 mil cada uma. “Agora produzimos 11 mil e 500 mudas por semana. Pretendemos aumentar a produção para 15 mil mudas por semana”, planeja.Fonte: Setor 3 (www.setor3.com.br)

Compartilhar:
Imprimir: Imprimir

Conteúdo relacionado

  • Jornada Cidadania e Inovação é lançada em setembro
  • LABetinho oferece minicursos gratuitos
  • Rede COEP lança o PodCast Cidadania em Pauta
  • Manifesto da UFSC contra extinção do CONSEA
  • Manifesto pela não extinção do Consea
  • Nota da ASA Contra a Fome e em Defesa do Consea

Deixe um comentário Cancelar resposta

Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

Comentários



Apoiadores


Realizador