Crescimento econômico com distribuição de renda e inclusão social, aumento da massa salarial e do consumo. Estes são alguns ingredientes que fazem o Brasil crescer, mesmo levando-se em conta os estragos feitos pelos impactos da crise financeira global de 2009. A avaliação é do diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, em palestra que abriu os trabalhos do II Fórum Nacional de Cooperativas de Crédito de Micro e Pequenas Empresas,no Hotel Mabu, de Foz do Iguaçu (PR).
Segundo o diretor, este contexto de crescimento impõe muitos desafios para o sistema cooperativo de crédito brasileiro, que não poderá mais alegar motivos que não sejam o do bom, ágil e eficiente atendimento para aumentar sua atuação não apenas espacialmente, mas também em volume de negócios.
Carlos Alberto ressaltou que, em 2009, o ano da crise, a aversão do público ao risco fez com que o volume de depósitos das cooperativas de crédito aumentasse em ritmo superior ao dos bancos públicos e privados. Em contrapartida, as aplicações do segmento tiveram expansão de 15%, inferior aos 18% registrados na carteira dos bancos.
De acordo com ele, trata-sede um quadro preocupante. As cooperativas precisam não só continuar atraindo mais depósitos, como também aumentar consideravelmente o número de operações contratadas. A evolução dos indicadores do segmento precisa se acelerar em comparação com a apresentada pelos bancos. Se estabilizar significará perda de mercado para as cooperativas, considerando-se que o Produto Interno Bruto (PIB) deve duplicar em dez anos.
Para que o cooperativismo de crédito faça diferença em termos de concorrência, principalmente em relação ao cliente micro/pequena empresa e empreendedores, é preciso que sua participação no Sistema Financeiro Nacional passe dos atuais 3% para 10% e até bem mais que isso. Analistas já colocam no horizonte uma participação próxima de 20%.
Pra que isso aconteça, ressaltou Carlos Alberto, o cooperativismo precisa apostar em novas linhas de atuação, como a do crédito imobiliário e incrementar suas parcerias estratégicas com o Sebrae e o BNDES em torno da massificação da indústria microfinanceira, além de tornarem ainda mais ágil e eficiente o atendimento. Isso é necessário ? completou ? porque o fator custo vai significar cada vez menos na escolha do agente financeiro.
?Os custos na concessão de crédito praticados por cooperativas ou bancos tendem a convergir, como já aconteceu nos Estados Unidos e Europa. O que vai valer são aberturas de nichos promissores de mercado e o exercício pleno das chamadas finanças de proximidade, que substituem a análise de crédito automática por critérios inovadores e diferenciados. Em Minas Gerais, por exemplo, a cooperativa Sicoob de Monte Sião utiliza-se da conta de luz para verificar a capacidade de pagamento das malharias? ? completou.
Com informações Agência Sebrae de Notícia(www.agenciasebrae.com.br)/Clara Favilla