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Participação, Direitos e Cidadania

Cotas raciais não geram inclusão automática de negros na sociedade


13 de outubro de 2010

Participantes
da audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre políticas
afirmativas para a reserva de vagas no ensino superior defenderam as chamadas
cotas raciais, com o argumento de que proibir a exclusão de negros não gera a
inclusão automática deles na sociedade.

Para a
representante da Fundação Cultural Palmares, Flávia Piovesan, o combate à
discriminação requer ações repressivas, mas deve envolver também medidas
capazes de promover avanços no processo de igualdade. Segundo ela, ações
afirmativas devem ser vistas como medidas especiais de proteção para o
progresso de determinados grupos sociais.

?São
alternativas legítimas para remediar um passado discriminatório?, disse. ?A
ética dos direitos humanos é orientada pela afirmação da dignidade e pela
prevenção do sofrimento?, completou. Flávia acredita que a adoção das cotas
está em ?plena harmonia? com os preceitos constitucionais ao valorizar a
diversidade e ?aliviar a carga de um passado discriminatório?.

O
representante da ONG Educação e Cidadania de
Afrodescendentes e Carentes (Educafro), Fábio Konder Comparato, lembrou que a
Constituição de 1988 tentou criar no Brasil um Estado social que pretendia não
apenas fazer leis, mas dar um novo rumo ao país por meio da promoção do bem
para todos. O expositor admitiu que os sistema de cotas não resolve o problema
da pobreza no país, mas destacou que o STF deve julgar apenas a
constitucionalidade da medida afirmativa.

?Mais de
um século depois da abolição da escravatura no país, ainda estamos a discutir
uma política que certamente não é suficiente para dar a negros e pardos uma
posição de relativa igualdade com os demais brasileiros, mas nada se diz sobre
a necessidade ética e jurídica de se dar aos descendentes de escravos uma
mínima compensação?, concluiu.

De acordo
com a representante da ONG Ação Educativa, Denise Carreira, as políticas
educacionais implementadas no Brasil não têm sido suficientes para enfrentar as
desigualdades raciais na área. Ela defendeu que o ?racismo silenciado?, a falta
de reconhecimento e de estímulo e a baixa expectativa em relação a crianças,
jovens e adultos negros geram ?impactos terríveis?, e que o Estado brasileiro
precisa avançar no enfrentamento do racismo.

?Não se
trata de esperar a melhoria da escola pública para se alcançar a
democratização. São necessárias estratégias que agilizem o processo, a
superação de um modelo educacional predominantemente eurocêntrico?, disse. ?O
argumento da pobreza é insuficiente para explicar todas as nossas desigualdades,
e o país não pode mais perder tempo para enfrentar desafios?, acrescentou.

Com informações Envolverde (www.envolverde.com.br
)/ Agência Brasil/ Paula Laboissière

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