O professor de educação física Jorge Valter Romualdo dá aulas na Escola Estadual Parque Residencial Almerinda Chaves, em São Paulo, e usa muita criatividade para incluir seus alunos portadores de deficiência nas atividades físicas, que exigem coordenação motora, acuidade mental e integração.Todo o material didático usado nas aulas é construído coletivamente, pelo professor e seus alunos, com produtos reciclados. O tabuleiro do jogo de damas, por exemplo,foi produzido com lixas de parede e papelão ? para facilitar o manuseio pelos portadores de deficiência visual. Também foi criada uma trilha tridimensional para este público, com acrílico e bolinhas de gude. O acabamento do jogofoi feito pelas alunas que se utilizaram do esmalte comum para o acabamento dos brinquedo.
Todas as atividades foram adaptadas para os 20 portadores de deficiência da escola, na base do empirismo. “Não existem livros didáticos nem cursos oferecidos pela rede que falem sobre estas possibilidades”, afirma Romualdo.
Os cadeirantes realizam bastante trabalho para os braços, a fim de fortalecer os músculos. Joel da Silva Afensor, de 11 anos, paraplégico, afirma que as barreiras arquitetônicas da escola são seus maiores problemas. Ele é um dos criadores do tabuleiro de damas. Outros dois alunos chegaram até a ganhar prêmio pela criação desses jogos.
“Eu tento incluir para não excluir”, afirma Romualdo. ?Um deficiente visual total e as deficientes auditivas são um desafio para a inclusão. Os professores têm de se adaptar à leitura labial e falar pausadamente”, continua o professor.
As aulas de Romualdo também são disputadas pelos demais alunos da escola, gerando uma grande integração. ?Assim, as crianças portadoras de deficiência não se sentem hostilizadas nem precisam se autoproteger das brincadeiras irônicas dos outros alunos?, conclui o professor.