No relatório Desastres Mundiais 2013, divulgado, dia 17 de outubro, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) afirma que um acesso maior à tecnologia e à informação pode salvar vidas em situações de emergência e que a desinformação compromete seriamente a capacidade de as pessoas se prepararem, sobreviverem ou se recuperarem de desastres.
“Esperamos que os governos e as pessoas afetadas em países propensos a catástrofes possam tirar proveito de inovações como software de previsão meteorológica, imagens de satélite e sistemas de alerta em massa, aumentando sua resiliência a desastres e sua capacidade de se recuperar rapidamente quando estes acontecem”, explicou Bekele Geleta, secretário geral da FICV.
Mortes
Segundo o documento, no ano passado, as mortes causadas por desastres foram 90% menores do que a média da última década. O mesmo aconteceu em relação à quantidade de desastres ocorridos no ano. Apesar da queda geral, as organizações disseram que, nos países em desenvolvimento, aumentou o número de pessoas atingidas, que chegou a 31,7 milhões. Os custos para cobrir os prejuízos causados pelos desastres naturais foram o quinto mais alto desde 2002.
Desastres
Ao todo, foram registrados 552 desastres no ano passado a um custo de US$ 158 bilhões, mais de R$ 320 bilhões. O mais caro foi o furacão Sandy, que causou uma perda de US$ 50 bilhões. O tufão Bopha, nas Filipinas, foi o que causou mais mortes: 1.901. No total, 6,3 milhões de pessoas sofreram algum problema com a tempestade no país. Mas o relatório explica que milhares de vidas foram salvas porque 99% da população filipina têm acesso a um telefone celular e recebeu alertas e informações sobre como se manter segura.
Enchentes
As enchentes atingiram mais da metade das pessoas que sofreram devido a desastres naturais. A China foi o país mais afetado pelas cheias em abril e junho de 2012. No caso do Haiti, o sistema de comunicação via SMS Tera, desenvolvido pela FICV em parceria com a empresa Trilogy, permitiu que 3 milhões de haitianos recebessem alertas sobre furacões e conselhos relativos à prevenção de doenças.
A FICV tem trabalhado para obter ajuda de empresas tecnológicas ou de comunicações, como a Trilogy ou a Microsoft, para ajudar a resolver o problema. Ed Happ, chefe global de Informação da FICV, explicou que com um custo estimado de 3 milhões de dólares americanos, o sistema Tera só poderia ser alcançado com o envolvimento da Trilogy. Happ vem trabalhando no avanço da tecnologia de ajuda humanitária há 13 anos, depois de 23 anos dedicados ao setor privado.
A Cruz Vermelha já levou o sistema Tera para Serra Leoa e a meta é implementá-lo em 40 países. Mas a organização disse que não tem condições de fazer tudo sozinha e que precisa da ajuda dos setores público e privado para atingir o objetivo.