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Meio Ambiente, Clima e Vulnerabilidade

Cultivo sustentável de ostras beneficia comunidade do Rio Pacoti


13 de outubro de 2010

Grupos de marisqueiros que viviam da extração predatória de ostras às margens do Rio Pacoti, na região metropolitana de Fortaleza, já produzem e comercializam mariscos sem agredir ao meio ambiente. A mudança de comportamento é resultado de uma parceria do Centro de Estudos Ambientais Costeiros (Ceac), Sebrae, Fundação AlphaVille e o instituto de Ciências do Mar – Labomar, da Universidade do Ceará. A parceria deu origem a um projeto de capacitação para os grupos de marisqueiros.


Na fase inicial, os alunos tiveram aulas teóricas. “Eles aprenderam sobre a importância da qualidade da água no cultivo de ostras e as implicações da extração predatória, além de detalhes técnicos”, destaca Maximiano Pinheiro Dantas Neto, engenheiro de pesca do Labomar. Após as aulas, o grupo partiu para o cultivo durante oito meses de trabalho na maré mais baixa de cada semana até que as ostras atingissem o tamanho ideal para comercialização, a partir de seis centímetros.


Hoje, além de não depredarem mais o mangue, o primeiro grupo de alunos já cultiva ostras no Estuário do Pacoti, que serão comecializadas para um dos restaurantes do Beach Park, que acaba de integrar o marisco em seu cardápio.A venda, estimada em 480 dúzias de ostras por mês, garantirá a cada família uma renda adicional mensal de R$ 240.


Além de contribuir para a renda das famílias, o sucesso da parceria também beneficia o meio ambiente. “A extração de ostras no mangue é uma ação muito degradante, que prejudica todo o habitat natural. Não é possível retirar uma ostra por vez, mas sim cachos inteiros, com ostras de diferentes tamanhos. As muito pequenas são descartadas e as maiores vão para a comercialização. Isso sem falar nos diversos organismos vivos que são capturados junto com os cachos, essenciais à manutenção da vida daquele nicho, e que nunca mais voltarão ao seu meio”, avalia Max, do Labomar.


A Fundação AlphaVille auxilia o grupo a transportar o produto, altamente perecível, até o restaurante. Apesar da proximidade – apenas 15 minutos de percurso, todo o cuidado é pouco para que as ostras não percam a qualidade para o consumo, de apenas três dias. Além disso, a Fundação parte agora para o desenvolvimento de novas capacitações.


Segundo Mônica Picavêa, diretora da Fundação AlphaVille, o grupo de cultivo de ostras receberá nova formação, desta vez em gestão de negócios. “Não adianta atingirem as metas de produção, por exemplo, se eles não souberem gerir o negócio”, afirma a diretora. Outra aposta é na produção de peças decorativas e bijuterias feitas com a concha da ostra. “Esta atividade, muito valorizada no mercado local, ajudará a complementar a renda das famílias em épocas de chuva, quando a salinidade da água diminui e torna-se impossível cultivar os mariscos”, relata.


Fundação AlphaVille


A AlphaVille Urbanismo S.A. criou, em 2000, a Fundação AlphaVille. A entidade vem trabalhando desde então para levar oportunidades às comunidades existentes no entorno de seus empreendimentos. Para isso, mantêm projetos de geração de renda e formação profissional nas cidades de Barueri e Santana do Parnaíba (SP), Salvador, Goiânia, Cuiabá, Fortaleza e Curitiba.


Nos projetos para 2006, estão previstas a criação de uma rede de comercialização dos produtos criados pelas cooperativas a partir de materiais reciclados, o engajamento de universidades na criação de cursos pré-vestibulares dentro de comunidades carentes próximas aos empreendimentos AlphaVille e a implantação de uma metodologia de educação ambiental para utilização nas escolas e comunidades do entorno.


Centro de Estudos Ambientais Costeiros Inaugurado em 17 de dezembro de 2004, no município de Eusébio – região metropolitana de Fortaleza – o Centro de Estudos Ambientais Costeiros trabalha para se tornar a maior referência da América Latina no setor, desenvolvendo pesquisas na área de aqüicultura e biologia marinha, oferecendo cursos de educação ambiental e promovendo a profissionalização da população local para o cultivo de mariscos e ostras, através do Grupo de Estudos de Moluscos Bivalves, do Labomar.


Criado em parceria com a Fundação AlphaVille e com o Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará, o local trabalha também na reconstrução e no repovoamento do Rio Pacoti, degradado há muitos anos.

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