Elementos da cultura afro-brasileira estão atraindo visitação de turistas em Alagoas. O projeto Inaê, do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb), de Maceió, e a Serra da Barriga, onde se localizava o Quilombo dos Palmares, têm recebido turistas interessando em conhecer raízes da cultura negra no país.
Com objetivo de preservar e divulgar atrativos naturais e culturais de Alagoas, o projeto Inaê incentiva crianças e jovens a conhecerem manifestações e elementos afro-brasileiros – como o guerreiro Zumbi e a Serra da Barriga -, e a participarem de oficinas e apresentações folclóricas para turistas.
De acordo com a ialorixá Neide Oyá D’Oxum, do Guesb, o projeto assiste a mais de 50 crianças e adolescentes através de oficinas de artesanato, dança, teatro, percussão, pintura, palestras e seminários. “Trabalhamos na comunidade há 15 anos, não só ensinando a cultura negra, mas dando oportunidade de emprego por meio de artesanato, confecção de colares, pulseiras, brincos, roupas de temática afro, crochê e pinturas”, diz Neide.
Turistas que visitam o Guesb são, na maioria, italianos. Segundo o empresário Ubiraelson Nascimento, diretor de produtos da Marina Viagens, há dois anos grupos visitam o Grupo Santa Bárbara e “ficam encantados com as apresentações de dança, capoeira, com o artesanato e, principalmente, com o projeto social que inclui crianças e jovens da comunidade”, diz ele, referindo-se ao Inaê.
Para o secretário estadual de Turismo, Virgínio Loureiro, a casa de cultura-afro é um grande atrativo no contexto do turismo étnico-cultural de Alagoas, assim como a Serra da Barriga, onde hoje existem um posto de observação e dois mirantes para contemplação do local. “A Secretaria de Turismo está trabalhando com esse segmento e vai apoiar também o projeto Inaê, que é um ótimo produto turístico do estado”, diz o secretário.
Reconhecimento internacional
Em junho, três jornalistas de uma rede de televisão italiana estiveram em Maceió para fazer reportagem sobre religiosidade e cultura afro-brasileira com raízes negras, como umbanda e candomblé, e visitaram o projeto Inaê e a Serra da Barriga. A repórter Marzia Zanutto considerou muito interessante conhecer raízes da cultura afro-brasileira. “Ficamos encantados com a todas as manifestações e com a energia do povo brasileiro”, disse ela.