A delegação paraolímpica brasileira de tênis de mesa, que representará o Brasil nos Jogos Parapan-americanos Rio 2007, entre 12 a 19 de agosto, foi definida no início de maio durante o Torneio Seletivo realizado em São Caetano do Sul, em São Paulo. Ao todo 28 atletas estarão na delegação: 26 definidos nos jogos e dois – um masculino e um feminino – através do wild card. A seleção será composta de 19 atletas masculinos e sete femininos.
As seletivas foram disputadas em três etapas de rodízio simples, com todos jogando contra todos. A classificação para o Parapan foi determinada de acordo com a somatória de pontos alcançados nas etapas, obedecendo à seguinte escala: 1º lugar – 10 pontos; 2º lugar – 6 pontos; 3º lugar – 4 pontos; 4º lugar – 2 pontos; e 5º lugar – 1 ponto. Quando houve empate, a convocação foi definida com o confronto direto entre os atletas ou determinada no saldo de jogos. O wild card feminino foi para Dina Regina da Silva Abreu, de acordo com o regulamento previamente divulgado. O convite masculino será definido nos próximos quinze dias.
Celso Toshimi, coordenador da seletiva, disse que foram convocados um máximo de cinco atletas por categoria para a competição, tendo como base o ranking nacional de 2006. “Seguimos um critério de distribuição para que todas as categorias tivessem um número de representantes compatível com a quantidade de atletas. O nível foi ótimo, já que todos estavam muito bem preparados, em ritmo de treino intenso e focados na busca pela vaga. Apesar de estarmos há apenas seis anos participando de competições internacionais, alcançamos um nível de competitividade muito bom. Esperamos repetir no Rio o resultado do último Parapan-americano de tênis de mesa, disputado em 2005 na Argentina, quando alcançamos o primeiro lugar geral”.
Uma grata surpresa da seletiva foi Joyce Fernanda de Oliveira, de apenas 16 anos, que conseguiu uma das vagas na sua categoria (4). Em 2003, quando esperava o ônibus para a escola, o teto do ponto desabou sobre ela. Paraplégica, passou a freqüentar a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) para reabilitação. Começou a praticar o tênis de mesa na instituição e, em 2005, passou a disputar campeonatos. “Estava muito nervosa durante a seletiva. Mas consegui controlar os nervos e venci cinco dos seis jogos que disputei. Sinto-me muito feliz em poder representar meu país em competição tão importante como o Parapan e espero conseguir uma medalha”, disse à atleta que se desloca três vezes por semana de Jundiaí até a AACD, na capital paulista, para treinos diários de quatro horas, que incluem exercícios físicos e técnicos.
Os atletas convocados para os jogos são: Francisco Eugenio B. Sales, Iranildo Espindola, Hemerson Kovalski, Luis Algacir Silva, Welder Camargo Knaf, Jocerlei Moreira da Silva, Ivanildo Pessoa de Freitas, Claudiomiro Segatto, Roberto Pereira Alves, Alexandre Ank, Carlo di Franco Michell, Luiz Henrique Medina, Cristovan Jacques Lima, João Fernando Nascimento (Totó), Francisco Wellington de Melo, Edimilson Matias Pinheiro, Alexandre Lazarin Caldeira, Willian Gabriel Almeida, Antonio Carlos Mello, Carla Limp de Azevedo, Rosangela Azevedo Dalcin, Joyce Fernanda de Oliveira, Maria Luiza Pereira Passos, Sonia Maria de Oliveira, Jane Karla Rodrigues, Carollina Maldonado e Dina Regina Silva Abreu.
Sobre o tênis de mesa paraolímpico
No tênis de mesa paraolímpico participam atletas homens e mulheres com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As competições são divididas basicamente entre atletas andantes e atletas cadeirantes. Os jogos podem ser individuais, em dupla ou por equipes, e as partidas consistem em uma melhor de cinco sets, sendo que cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem. A raquete pode ser amarrada na mão do atleta, dependendo do nível de comprometimento físico. As diferenças das regras são poucas para o tênis de mesa convencional e se fixam basicamente na distância entre os suportes da mesa e os atletas. Estes são divididos em onze classes distintas (de 1 a 5 para atletas cadeirantes e de 6 a 10 para atletas andantes) e segue a lógica de que quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta. A instituição responsável pelo gerenciamento da modalidade é o Comitê Internacional de Tênis de Mesa Paraolímpico (IPTTC).
Fonte: Comitê Paraolímpico Brasileiro (www.cpb.org.br/ ), com base em matéria de Paulo Kehdi.