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Meio Ambiente, Clima e Vulnerabilidade

Desastres ambientais e a estreita relação com a ocupação irregular do solo


11 de agosto de 2011

Em recente entrevista à Rede Mobilizadores, o especialista em Gerenciamento de Riscos, Planejamento de Emergências e Catástrofes Tecnológicas da Coppe/UFRJ, Moacyr Duarte, fala sobre os diversos riscos que a sociedade brasileira corre sem o devido planejamento e controle do uso do solo. Ele afirma que a falta de continuidade nas ações preventivas contra desastres ambientais impede o pleno desenvolvimento das cidades e do país, estando sempre à beira de um colapso. ?Infelizmente, não está na natureza aqui planejar as ações preventivas e, no Brasil, não temos uma política que dê continuidade à evolução nacional do sistema de defesa civil?, declara Moacyr.Considerado um dos maiores especialistas em riscos ambientais e tecnológicos, Moacyr acredita que o controle e a organização do uso do solo significam menos desastres ambientais ou pelo menos uma diminuição das graves conseqüências destes desastres em áreas mais povoadas. ?Controle e uso do solo significa que o município deve organizar e fazer uma destinação prévia do uso do solo, permitindo que áreas indicadas para construções e edificações sejam áreas seguras do ponto de vista ambiental, sem haver conflitos entre as ocupações diversas, como áreas residenciais, industriais ou de circulação de carga perigosa. Prevenir a ocupação pelas várias maneiras que a gente tem é em qualquer medida muito mais barato do que você remover e realocar depois?, ressalta.De acordo com ele, não existe uma característica de desastre ambiental que seja comum em todo o país, muito menos podemos prevê-los quando irão ocorrer. Catástrofes naturais são inevitáveis, mas pode-se trabalhar com o fato de onde elas mais acontecem e em que período do ano. O que existem são problemas recorrentes comuns a algumas cidades, como os constantes alagamentos em São Paulo e os constantes deslizamentos no Rio, nos períodos de chuvas. Sem deixar ainda de citar que diversas pequenas cidades no interior do Paraná e de Santa Catarina frequentemente são atingidas por tornados e ciclones, sendo arrasadas em poucos minutos e deixando um cenário de destruição e desabrigo.Em casos de cenários muito peculiares, como é o caso da ocupação das favelas no Rio de Janeiro, com uma taxa elevada de pessoas vivendo em construções irregulares e muitas vezes desordenadas, o risco de um desastre ambiental tomar proporções caóticas é elevado. Além disso, qualquer medida para levar melhorias, passar infraestrutura, eventualmente indenizar, ou mudar o cenário torna-se muito mais complicado, quando se trata de ocupações irregulares, segundo o especialista.No caso do Rio de Janeiro, Moacyr também destaca o fato de que toda a região metropolitana da cidade é abastecida por um único manancial de água, o Ribeirão das Lajes, que fica às margens de uma das rodovias mais movimentadas do país ? a rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio à São Paulo. O risco de um desastre não só ambiental, mas que teria ainda o chamado ?efeito sinérgico? ao desastre ambiental em si, vir a acontecer é possível com a intensa circulação de cargas de toda espécie ? derivados químicos, combustíveis, etc. Como prevenção, ele indica a construção de muros de contenção e placas informativas na área, para redobrar a atenção dos motoristas. ?Não existe nenhum tipo de informação para os motoristas que circulam pela Serra das Araras que ali fica o manancial que abastece a cidade do Rio de Janeiro. Isso é inacreditável! Ainda mais se pensarmos que vamos ter pela frente grandes eventos mundias, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, tendo a cidade como sede.?Para a elaboração de planos de emergência e de monitoramento, o especialista entende que primeiro deve-se ter a capacidade de compreensão dos fenômenos naturais e trabalhar com a previsibilidade destes para traçar planos de ação realmente eficientes. Num segundo momento, deve haver integração institucional e educação para converter as instruções para segurança e um conjunto de sistemas para alerta em um plano aplicável. Isso quer dizer que deve haver mecanismos de alerta e a combinação com as pessoas e comunidades dos protocolos de atuação, uma vez que o alerta é dado.?No entanto, para melhorar qualquer perspectiva de atuação de sucesso de um plano de resposta e emergência você tem que melhorar as relações culturais nas comunidades e o nível de educação das mesmas. Para que seja mais barato e mais fácil elas entenderem o conhecimento gerado sobre o desastre e absorver as instruções para se protegerem?, define Moacyr.Para ele, a arte e a cultura são as melhores formas de educação para uma comunidade ou um povo se enxergar como indivíduo e como sociedade.Para assistir aos vídeos, entre no link da Coep Tevê e faça uma busca na Videoteca por Moacyr Duarte.

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