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Desenho Universal: caminho para uma cidade mais acessível


2 de fevereiro de 2015

O Desenho Universal concebe objetos, equipamentos e estruturas do meio físico que podem ser utilizados por todas as pessoas, independentemente de suas características pessoais, idade, habilidades, estatura, força física, condição de mobilidade, etc. Seu objetivo é simplificar a vida de todos. Desse modo, projetos de produtos e ambientes concebidos de acordo com o Desenho Universal acomodam uma escala larga de preferências e de habilidades individuais ou sensoriais dos usuários.

Qualquer ambiente ou produto concebido segundo os preceitos do Desenho Universal poderá ser alcançado, manipulado e usado, independentemente do tamanho do corpo do indivíduo, sua postura ou sua mobilidade (CARLETTO; CAMBIAGHI, 2008). São produtos que contemplam crianças, adultos altos e baixos, anões, idosos, gestantes, obesos, pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. A idéia é, justamente, evitar a necessidade de ambientes e produtos especiais para pessoas com deficiências, assegurando que todos possam utilizar com segurança e autonomia os diversos objetos e espaços construídos (CARLETTO; CAMBIAGHI, 2008).

O Desenho Universal é, portanto, um instrumento privilegiado para se assegurar acessibilidade e, por extensão, para promover inclusão social. “Quando o ambiente se torna acessível, pois adota os critérios e a filosofia do Desenho Universal, ele possibilita a Inclusão e, consequentemente, as pessoas com deficiência podem desfrutar de uma vida independente” (GIL, 2006). O conceito de Desenho Universal é bastante amplo, podendo se aplicar a diversos produtos consumidos diariamente, nos espaços públicos que frequentamos, nas moradias, nos meios de transportes, nos locais de trabalho e nos meios de comunicação.

Quando surgiu
A idéia do Desenho Universal surgiu depois da Revolução Industrial, que massificava os processos produtivos e os produtos. Na ocasião, produzia-se para o chamado “homem padrão”, que muitas vezes não tem semelhança com o homem real. Ou seja, os produtos e os ambientes eram pensados para atender a um modelo idealizado e não ao conjunto da sociedade, em toda sua diversidade. O termo foi usado pela primeira vez por Ron Mace em 1985. O conceito de Desenho Universal surgiu em decorrência de reivindicações de dois segmentos sociais. O primeiro composto por pessoas com deficiência que não sentiam suas necessidades contempladas nos espaços projetados e construídos. O segundo formado por arquitetos, engenheiros, urbanistas e designers que desejavam maior democratização do uso dos espaços e tinham uma visão mais abrangente da atividade projetual (SÃO PAULO, 2010).

Desenho Universal aplicado à Habitação
Essa ideia de projetos que atendessem a todos se disseminou em várias áreas, chegando às moradias. Hoje, entende-se que o direito à habitação não deve prescindir da liberdade e igualdade de utilização por todos os usuários. Uma moradia digna deve contemplar as necessidades do ser humano em todas as etapas e circunstâncias da vida. Por isso, quando falamos em habitação inclusiva, referimo-nos a um conceito muito mais amplo do que a simples adaptação de imóveis para atender situações específicas, como dificuldade ou incapacidade de locomoção, deficiência visual, auditiva ou de qualquer natureza. Falamos de uma casa e seus arredores concebidos para todas as pessoas e por toda a vida (SÃO PAULO, 2010). Uma casa com espaços de circulação adequados possibilita que crianças passeiem sem riscos, que idosos possam circular com autonomia e que pessoas com deficiência possam se locomover com independência.

Exemplos de produtos com desenho universal:

1 – A disposição dos telefones públicos em duas alturas permite a utilização por pessoas de estaturas variadas e por cadeirantes.

Telefone

2 – Fechaduras e maçanetas de portas e janelas devem ser operadas sem a necessidade de força, podendo ser abertas apenas utilizando-se o punho ou até mesmo o cotovelo.

 

macaneta

3 – Este modelo de tesoura permite o uso com ambas as mãos, possibilitando também a alternância entre as duas em tarefas repetitivas.

tesoura

4 – Sinalização tátil em Braille, indicando o sanitário feminino/masculino, permite que pessoas cegas possam identificar o sanitário com independência.
maçaneta

5 – Maçaneta do tipo alavanca, com condições de ser aberta com apenas um movimento, e puxador horizontal associado à maçaneta.

maçaneta com alavanca

6 – O Mouse e teclado operados por Luz Lomak permite às pessoas que não usam os braços trabalhar e utilizar computador pessoal. Um ponteiro de cabeça é acoplado ao mouse ou ao teclado, que são monitorados por laser. O equipamento também vem com um apoio para o laptop/teclado, que pode ser acionado pelas mãos ou pés.

mouse e teclado

7 – O abridor de latas sem fio one touch é operado sem as mãos e se retrai automaticamente após o uso. Seu design agrada desde as donas de casa, até canhotos e pessoas que não têm força para abrir uma lata usando os abridores convencionais.

abridor

8 – O universal toilet é um banheiro com conceito de design flexível, que elimina a necessidade de dois tipos de banheiros em locais públicos.

Universal toilet

9 – O mobiliário urbano pop-up fica preso no chão e pode ser bombeado para fora quando houver necessidade, não ocupando espaço da calçada quando está preso ao chão. Quando necessário é possível ainda definir uma altura para os módulos utilizando-os apenas como bancos ou ainda como bancos e mesas.

mobiliario pop up

Texto de Eliane Araujo   Bibliografia: CARLETTO, Ana Claudia; CAMBIAGHI, Silvana. Desenho Universal: um conceito para todos. Realização Mara Gabrilli. São Paulo, 2008. SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Habitação e Secretaria de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência de São Paulo. Desenho Universal – habitação de interesse social. São Paulo, 2010. GIL, Marta. Acessibilidade, Inclusão Social e Desenho Universal: Tudo a Ver. Site Bengala Legal, 22 out. 2006.

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