O Brasil passou a integrar a rede em prol da ?Iniciativa Global para Acabar com Todo e Qualquer Castigo Físico e Humilhante Infantil?. Esta Iniciativa, que tem apoio da Save the Children Suécia, Unicef, Unesco e de cerca de 90 ONGs em todo o mundo, visa assegurar que as recomendações do Comitê dos Direitos da Criança e de outros organismos vinculados aos direitos humanos sejam incorporadas pelos governos e que estes adotem medidas para implementar reformas legais e programas de educação pública. Atualmente, 15 países protegem por lei suas crianças do castigo corporal e em mais de 25 o tema vem ganhando espaço na agenda política. Punições corporais e psicológicas contra crianças e adolescentes, como palmadas, chineladas e ameaças, são práticas habituais em quase todas as sociedades. Encarados como ferramentas essenciais para a disciplina, estes castigos estão presentes em casa, nas escolas, nas instituições de assistência social de apoio à infância e adolescência. Embora para o senso comum, a ?Pedagogia da Palmada? seja simplesmente um instrumento corretivo (ou preventivo), ela encerra um problema muito maior, que é a banalização do uso da violência como meio de solucionar conflitos, e que imposta à infância poderá ter reflexos negativos ao longo da vida da criança. Além disso, os castigos físicos e psicológicos constituem uma violação aos Direitos Humanos fundamentais, atentando contra a dignidade humana e a integridade física das crianças. Segundo o site do Laboratório de Estudos da Criança (LACRI/USP), no Brasil, a mobilização pela causa teve início em 1994, com a campanha ?A Palmada Deseduca?. Em dezembro de 2003, o tema ganhou a agenda política nacional com o Projeto de Lei Nº. 2654, apresentado pela Deputada Federal Maria do Rosário (PT-RS), que dispõe sobre ?o direito da criança e do adolescente a não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos?. Atualmente, este projeto está na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), aguardando parecer da Deputada Teté Bezerra (PMDB-MT).Paralelamente, e visando fortalecer a causa, organizações nacionais como Andi, Instituto Promundo e Comunicarte, em articulação com Save the Children-Suécia, iniciam uma campanha pela erradicação de castigos físicos e psicológicos impostos às crianças no Brasil. O objetivo é ampliar a discussão do tema, difundindo uma nova consciência e estimulando a construção de ambientes familiares e comunitários mais harmoniosos.