O corpo técnico da Vara da Infância e Juventude do Fórum de Bauru (SP) tem alertado para a importância da adoção tardia. A psicóloga judiciária Maria Edith Arantes afirma que, nos últimos quatro anos, a faixa etária para adoção tem sido ampliada. ?Há algum tempo não conseguíamos que um casal adotasse uma criança de 5 anos. Hoje isso já acontece?, afirma.Quando o casal chega para adoção, está em busca, na maioria das vezes, de um bebê. Nas entrevistas com os psicólogos são apresentadas as possibilidades da adoção tardia. ?Mostramos que, ao contrário do que pensam, a criança maior não apresentará, necessariamente, problemas para adaptar-se?, afirma. ?Há muitas vantagens em adotar uma criança mais velha. Aos 5 anos, por exemplo, a criança também escolhe o casal, ela interage mais, fala sobre suas necessidades. Mostramos como pode ser gostosa a relação na adoção tardia?, explica. A receptividade dos casais para esta possibilidade, segundo Arantes, tem se mostrado positiva. ?Temos casais que queriam, a princípio, um recém-nascido e adotaram um bebê de 1 ano e meio. Outro que queria um bebê e adotou uma criança de 5 anos?, afirma. A presidente da Casa da Criança, Sônia Tereza Melo Saab, afirma que os bebês são adotados mais rapidamente. ?Mas hoje, em função da postura do juiz e do promotor da Vara da Infância e Juventude, já vejo casais que chegam na Casa da Criança para visitar crianças com 5 anos?, afirma. Arantes afirma, no entanto, que, apesar de terem obtido sucesso na ampliação da faixa etária para adoção, crianças maiores de 7 anos ainda são pouco aceitas para adoção. O psicólogo Mário Lázaro Camargo ressalta que, conforme fica mais velha, menor é a chance da criança encontrar uma família que a aceite.