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Erradicação da Miséria

Embrapa ensina técnicas de classificação de alimentos no Congo


19 de agosto de 2014

Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sediada no Rio de Janeiro, viajaram para o Congo, na África. Eles vão ensinar os técnicos locais a quantificar o teor de carotenoides em alimentos biofortificados, como mandioca amarela e batata-doce. Os carotenoides são pigmentos encontrados na natureza, que respondem pela cor da maioria das frutas e vegetais.

“Na realidade, a gente vai criar uma expertise [especialização] no Congo e em países que estão desenvolvendo a mandioca amarela e a batata doce, e não têm como quantificar o teor de carotenoides. Isso está sendo visualizado por meio de fita colorida. Agora, a gente vai, quimicamente, dar mais um passo”, disse à Agência Brasil o pesquisador da Rede BioFort, coordenada no Brasil pela Embrapa, José Luiz Viana.

A Rede BioFort utiliza a biofortificação para selecionar e  aumentar o conteúdo de micronutrientes dos cultivares de arroz, feijão, batata-doce, mandioca, milho, feijão caupi, abóbora e trigo, gerando novas culturas que contêm maiores teores de pró-vitamina A, ferro e zinco. Isso fortalece o combate à deficiência de micronutrientes no organismo humano, conhecida como fome oculta, causadora, entre outras doenças, da anemia e da cegueira noturna.

A Embrapa Agroindústria de Alimentos já ensinou as equipes do Congo a medir o teor de carotenoide pelo sistema que os americanos chamam color chart (fita colorida). Agora, a partir de aperfeiçoamentos no laboratório africano, os pesquisadores José Luiz Viana e Izabela Miranda de Castro vão dar “o treinamento in loco, para eles aprenderem a fazer o ensaio químico e terem uma posição melhor para selecionar o material”, segundo Viana. Com isso, a gente consegue levar um pouco de capacitação técnica para os parceiros, disse ele.

Treinamento semelhante foi feito na Nigéria, em Uganda e Moçambique. O que ocorre, segundo Viana, é que o Congo tem uma particularidade em relação aos demais países africanos. É que lá fala-se francês, e não inglês. Por isso, houve necessidade de traduzir o material didático para o farncês, o que tornou a ação isolada.

O pesquisador disse que a ideia, em uma etapa posterior, é melhorar a evolução da técnica. Ou seja, em vez de quantificar os carotenoides totais, como será feito agora, passar a medir o teor de carotenoides isoladamente, por suas frações, como o betacaroteno e alfacaroteno, por exemplo. Viana destacou, entretanto, que  tem que ser dado um passo de cada vez, porque o curso é caro e envolve treinamento e pessoal especializado.

O equipamento para essa nova etapa tem custo equivalente a US$ 70 mil ou US$ 80 mil. Isso exigirá a elaboração de projeto a ser apresentado à Fundação Bill e Melinda Gates, que financia as ações dos projetos de biofortificação de alimentos na África, entre outras entidades. Essas ações são denominadas Rede BioFort. A biofortificação é o enriquecimento de alimentos por meio do melhoramento genético convencional. O curso no Congo se estenderá até o próximo dia 22.

De acordo com dados recentes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 48% das crianças no mundo, com menos de 5 anos de idade, apresentam anemia, decorrente da deficiência de ferro no organismo, e 30% têm deficiência de vitamina A. Em janeiro deste ano, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, disse que a agricultura é o “motor de crescimento” para acabar com a fome na África. Continente que celebra 2014 como o Ano Africano da Agricultura e da Segurança Alimentar, paralelamente ao Ano Internacional da Agricultura Familiar das Nações Unidas.

Fonte: Agência Brasil, Alana Gandra

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