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Meio Ambiente, Clima e Vulnerabilidade

Embrapa incentiva projetos de reciclagem da casca do coco


13 de outubro de 2010

Uma tecnologia que vem sendo desenvolvida em pelo menos 12 estados do país, com o apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), aproveita a casca do coco para a produção de fibras vegetais, que podem ser usadas na fabricação de estofados de automóveis, vasos de xaxim e coberturas para a proteção do solo. A casca do coco reaproveitada também serve para produzir um tipo de pó que ajuda no desenvolvimento de plantas cultivadas em vasos e que pode ainda substituir a terra em plantações.


?Basicamente é feita uma trituração da casca; depois ela é prensada para a extração do excesso de umidade. Isso porque a casca do coco tem cerca de 80% de umidade. Então, tira-se esse excesso de umidade da casca e junto com ela se extrai parte dos sais cristalinos, que são diluídos na fase líquida”, explica Adriano Lincon Albuquerque Matos, analista do Núcleo de Apoio à Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, no Ceará.


De acordo com ele, depois é feita uma classificação, onde o pó sai de um lado da máquina, e do outro, a fibra. Em seguida, é realizado o trabalho de compostagem sobre o pó para a utilização como substrato agrícola, e a fibra é seca e enfardada.


No Brasil, já existem fábricas de reaproveitamento da casca do coco no Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Goiás e Mato Grosso. Cada uma delas é capaz de processar até 16 toneladas de casca de coco por dia. ?Um mercado que gera lucro?, afirma o pesquisador da Embrapa.


“Você conseguindo se colocar adequadamente no mercado, a rentabilidade de uma unidade dessas é bem satisfatória. Hoje em dia, a matéria-prima, que é a casca de coco, chega à unidade só com o custo do transporte, ou, com um custo bem baixo, e o produto gerado tem um valor agregado razoável?, conta Matos.


Segundo a Embrapa Agroindústria Tropical, a partir de 5 mil cocos processados, o empreendedor já cobre as despesas e começa a lucrar – 5% deste total vira fibra, outros 15% viram substratos (pó). Com a venda desses dois produtos, fibra e pó, o produtor fatura cerca de R$ 1 mil, sendo que R$ 200, em média, é lucro.


A idéia agradou vendedores de coco do Distrito Federal, que também estão montando uma fábrica de reciclagem em Planaltina. José Roberto Melo Machado, vendedor de cocos há dois anos, montou a Cooperativa de Reciclagem de Coco Verde, a Coopercoco, financiou os equipamentos e já espera pelos resultados.


“Nós vamos fazer substrato agrícola para o plantio de hortas, mudas, vasos substituindo o xaxim, tubete, que é onde se coloca a planta para a muda diretamente na terra. Queremos fazer também as mantas secas para a proteção de erosão e a fibra bruta, que é a fibra que a indústria compra para fazer estofamento de carro, tênis”, planeja Machado.


Em Fortaleza, a Cooperativa de Beneficiamento da Casca do Coco Verde, a Coobcoco já começou a fabricar e a comercializar os produtos. A presidente da cooperativa Kelcilene da Silva Martins diz que é possível lucrar com a iniciativa, mas há diversos desafios. “Como é um produto novo, a gente está com dificuldade de abrir mercado. A Embrapa fez o projeto, colocou a gente e estamos fazendo o que podemos. Todo dia a gente processa 5 mil cocos, e o máximo que dá para tirar de mercadoria, em dinheiro, é uns R$ 100?, calcula Kelciclene.


Para cada 300 mililitros de água-de-coco consumidos, é gerado cerca de um quilo e meio de casca de coco. O Brasil possui aproximadamente 700 toneladas desse resíduo. As cascas, quando jogadas sem nenhum tipo de tratamento em aterros sanitários ou lixões, levam em média dez anos para serem decompostas. Servem de abrigo para animais como ratos e favorecem, por exemplo, a reprodução de insetos, como o mosquito da dengue.


Os produtos feitos com fibra de coco são vendidos para produtores rurais ou para empresas. Empresários, cooperativas e produtores interessados no projeto devem entrar em contato com a Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza. O telefone é (85) 3299-1913.


Fonte: Rádio Nacional da Amazônia (www.radiobras.gov.br/nacional ), com base em matéria de Elaine Borges.

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