Para as emissoras de televisão comunitárias e públicas, o sistema de transmissão digital, que começa a operar em 2 de dezembro, representa a oportunidade de democratizar o acesso aos canais abertos. Com essa reivindicação, começou, no dia 26 de outubro, em São Paulo o 5º Congresso dos Canais Comunitários. Resultado de encontros em diversos estados e do 1º Fórum Nacional de TVs Públicas, realizado em maio em Brasília, o congresso discute a inclusão dos canais não-comerciais no sistema digital. O evento reúne representantes de 90 canais públicos e comunitários de todo o país.
Segundo o diretor financeiro da Associação Brasileira dos Canais Comunitários (ABCCom) Renato Gomes, a introdução da TV digital dará mais espaço aos canais comunitários. ?Esperamos que o nosso sinal também seja exibido nas tevês abertas?, afirma.
Com o novo sistema, diz Gomes, não existem mais obstáculos tecnológicos à ampliação do uso das freqüências. ?A grande desculpa era que não tinha espaço no espectro, e a gente até entendia. Mas agora com a ampliação não há mais empecilhos?, alega.
Para ele, o objetivo das emissoras comunitárias é permitir a manifestação das camadas da sociedade. ?Nossos canais trazem as vozes da comunidade?, ressalta. Ele, no entanto, acredita que a transição dos canais não-comerciais para o sistema digital não será totalmente pacífica. ?Os detentores do poder enxergam os canais comunitários como concorrentes?, ressalta.
Fonte: Agência Brasil (www.agenciabrasil.gov.br ), com base em matéria de Aline Bravim.