Em encontro preparatório à 1ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, prevista para junho em Olinda (PE), mais de 70 representantes de cooperativas do país discutiram, no fim de janeiro, em Brasília, a articulação das políticas lançadas nos últimos quatro anos para o setor.
Para Regilane Fernandes, da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário, as discussões do encontro, cujo tema foi Cooperativismo Solidário na Dinamização Econômica dos Territórios Rurais, permitirão a consolidação de uma política nacional de estímulo à comercialização dos produtos da agricultura familiar e das cooperativas.
“Ainda há muito o que fazer levando em conta, principalmente, a importância da reforma agrária e de práticas agrícolas adequadas para a obtenção de bons resultados na produção por meio do sistema cooperativo”, destacou o secretário de Agricultura Familiar do Ministério, Adoniran Sanches Peraci.
José Paulo Crisóstomo, da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), defendeu que a solidificação das cooperativas deve ocorrer com base num conjunto de políticas públicas que promovam um ambiente adequado ao desenvolvimento de redes para o comércio de produtos da agricultura familiar.
Para Crisóstomo, além de medidas econômicas, o desenvolvimento da agricultura familiar passa pela educação, pela inclusão social e por melhorias de infra-estrutura. Esses, segundo ele, serão o tema da próxima conferência, Brasil Rural com Gente.
“O atual modelo de desenvolvimento ainda está muito voltado à reprodução do capitalismo”, alega Daniel Tygell, do Fórum Brasileiro da Economia Solidária (FBES). Durante o encontro, ele destacou a necessidade de as instituições de ensino levarem educação para os trabalhadores, que assim poderão assimilar os benefícios da prática da economia solidária.
Com informações de Lourenço Canuto/Agência Brasil.