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Ensino fundamental de nove anos ainda não é realidade para metade dos alunos


13 de outubro de 2010

Em 2010, termina o prazo para adaptação das escolas ao novo ensino fundamental de nove anos de duração. Uma lei de 2005 antecipou a entrada da criança na escola. Antes, o ensino era obrigatório dos 7 aos 14 anos (da 1ª a 8ª série). A nova faixa etária vai dos 6 aos 14 anos (do 1° ao 9° ano). Mas dados do Ministério da Educação (MEC) apontam que, em 2009, 48% dos estudantes (15 milhões) ainda estavam matriculados no modelo antigo.Apesar do atraso, a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, acredita que será possível cumprir a lei dentro do prazo. Segundo ela, muitas redes estão implantando o modelo este ano. “Grande parte já implementou. Até abril, era 800 o número de municípios que não tinham implantado o ensino fundamental de 9 anos em nenhuma escola, ou seja, menos de 20% do total”, disse em entrevista à Agência Brasil.Segundo Pilar, os principais problemas enfrentados pelas secretarias de educação são de infra-estrutura. O MEC dá apoio técnico e financeiro aos municípios que detectam a deficiência. Em algumas grandes cidades, falta espaço para ampliar escolas.Ceará, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Tocantins têm os melhores resultados: de 95% a 99% das matrículas já estavam no novo modelo em 2008. Já o Amapá, o Paraná, Roraima e o Pará têm menos de 15% dos alunos no ensino fundamental de 9 anos.O presidente daUnião Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches, também aposta que a mudança será feita a tempo, mas destaca que alguns estados estão enfrentando dificuldades. “Precisamos aumentar a nossa rede física e o número de professores. Essas demandas fizeram com que o processo não fosse tão ágil. Trabalhamos com gestão pública e sabemos que essas mudanças não são feitas nos trâmites da lei de uma forma muito rápida”, justificou.Pilar ressalta que as redes precisam replanejar seus currículos e os projetos pedagógicos para receber as crianças. “É um momento importante para as crianças porque elas serão introduzidas ao mundo escolar”, diz. O principal objetivo da mudança é preparar o aluno para alfabetização e assim garantir um maior sucesso escolar.A experiência funciona bem na Escola Classe 5 do Cruzeiro, região administrativa de Brasília (DF). Desde 2008, ela oferece o novo ensino fundamental. “O processo de ensino aprendizagem é muito mais rápido e com certeza tem muito mais sucesso do que aquele que se inicia aos 7 anos. Quando as crianças chegam ao 2° ano, ou seja, a antiga 1ª série, é apenas a continuidade do trabalho”, explica a diretora Luciana Grazziotti.O ensino fundamental de nove anos, segundo Pilar, é uma das principais estratégias para garantir a meta do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), que determina que toda criança deve estar plenamente alfabetizada até os 8 anos. O aluno do 1° ano não tem a obrigação de terminar a série alfabetizado, mas precisa ser introduzido no mundo da leitura.No colégio em Brasília, os alunos do 1° ano ingressam no mundo escolar por meio de atividades interativas, jogos e rodas de leitura. “Fazemos o possível para que o aluno saia lendo e escrevendo, sem esquecer de respeitar a idade da criança. Com essa antecipação, damos oportunidade principalmente às crianças de camadas menos favorecidas, porque uma criança de classe média ser alfabetizada aos 6 anos não é uma novidade”, ressalta a professora Kátia Porto, responsável pela turma do 1° ano na escola.Luciana e Kátia defendem que as crianças de 7 anos colocadas diretamente no processo de alfabetização têm dificuldades porque não foram estimuladas. “Quando o aluno entra aos 7 anos, às vezes chega muito cru. Alguns sequer sabem como segurar um lápis e aí o professor tem que fazer todo esse trabalho”, conta Luciana.Sanches, da Undime, aposta que o modelo pode amenizar antigos problemas da rede pública, como a repetência. “O ensino fundamental de nove anos surgiu dentro da perspectiva de que tenhamos um tempo maior para alfabetizar melhor cada criança. Assim você garante o sucesso escolar, evita a repetência, diminui a distorção idade-série, enfim, enfrenta uma série de problemas que temos hoje”, avalia.

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