As chuvas doprimeiro semestre de 2010 provocaram destruição em várias regiões do Brasil. Pernambuco foi um dos estados que mais sofreu com as enchentes e agora tenta se reestruturar. Com a intenção de apoiar este processo, o Conselho de Economia Popular Solidária está reunindo seus membros e parceiros para desenvolver ações de reconstrução de empreendimentos solidários atingidos. No dia 12 de agosto, conselheiros e convidados da Cáritas Brasileira, Grupo de Ação de Economia Solidária de Camaragibe (Gaesc), Rede de Mulheres Produtoras do Pajeú, Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Pernambuco (SEDSDH), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS), Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), Casa da Mulher do Nordeste, Cred Cidadania, Secretaria do Planejamento e Gestão de PE, Secretaria Especial de Juventude e Emprego (Seje) e Secretaria Especial de Articulação Social (Seas-PE), estiveram reunidos na capital pernambucanapara planejar ações e apoiar este processo de reconstrução.
Na ocasião, a situação dos municípios foi relatada, e as ações já em andamento, por parte do Comitê de Crise instituído pelo governo do Estado, foram apresentadas. Após o debate sobre o foco das ações ficou decidido que a meta é reconstruir os empreendimentos econômicos solidários, mas também realizar ações paralelas focadas na sobrevivência das famílias atingidas pelas enchentes.
Durante a reunião, os participantes se dividiram em subcomissões, que já estão se reunindo e desenvolvendo ações específicas para acelerar o processo. De acordo com Felipe Moraes, responsável pela implantação da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), as comissões já estão agindo. Uma das atividades realizadas foi uma visita feita pela Cáritas a Palmares, o município mais afetado, para fazer contato com as lideranças locais e ter uma dimensão emergencial.
Também ficou decido que o Conselho de Economia Popular Solidária e as subcomissões deverão tentar se articular com outros conselhos estaduais, assim como buscar o apoio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes). Para que esta secretaria tenha ciência das ações posta em andamento pelo estado, conselho e organizações sociais, representantes da Senaes serão chamados a se fazerem presentes na próxima reunião ordinária do conselho, em 15 de setembro.
Outras propostas foram a implementação do Fundo da EcoSol, mecanismo que consta na Lei de Economia Solidária do Estado, ART.4º; a realização de um evento com lideranças da Mata Sul, zona mais afetada, e parceiros; além da recuperação do contato com as lideranças locais e o planejamento de iniciativas para articulá-las.
“Nossa intenção é promover ações no Comitê de Crise, que foi criado para agilizar o processo de apoio aos afetados pelas enchentes. Nós sabemos que todos os municípios pernambucanos têm empreendimentos solidários, mas precisamos saber quantos e quais empreendimentos foram destruídos. Para isso, estamos nos apropriando das ações e realizando discussões de intervenção do conselhoe doComitê de Crise”, esclareceu Felipe.
De acordo com o representante da incubadora, as subcomissões estão dando seus primeiros passos, se aproximando do Comitê de Crise para obter informações atualizadas e também procurando manter contato com os empreendimentos solidários para concretizar a fase de ajuda e reconstrução.
Contexto
Durante o mês de junho, 49 cidades de Pernambuco foram atingidas por enchentes, tendo sido Palmares a que sofreu mais intensamente com as chuvas. Os resultados das contínuas precipitações foram mais de 12 mil pessoas desabrigadas e cerca de oito mil pessoas desalojadas. Também foram registradas mortes durante este período.
Com informações Adital (www.adital.com.br)/Natasha Pitts.