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Estudo da UFPR contabiliza tempo de recuperação de florestas da Mata Atlântica


13 de outubro de 2010

Estudo da UFPR contabiliza tempo de recuperação de florestas da Mata AtlânticaPesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolvem um trabalho que utiliza modelos matemáticos para estimar, em anos, o tempo que florestas da Mata Atlântica levam para se recuperar após sofrerem interferência humana. O estudo é baseado na pesquisa do aluno de mestrado em Botânica Dieter Liebsch e orientada pelos professores Márcia Marques e Renato Goldenberg, do Laboratório de Ecologia Vegetal do Departamento de Botânica da UFPR.


Pesquisadores analisaram dados de 18 florestas de Mata Atlântica do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, considerando o período da última intervenção que a área sofreu. O objetivo era avaliar parâmetros de resiliência (capacidade dos de resistência), a fim de verificar a capacidade de adaptação de florestas face exposição a mudanças. Resultados apontaram que nas áreas analisadas, que têm registro de mais de 400 espécies de árvores, o tempo de recuperação levaria de centenas a milhares de anos, variando conforme o parâmetro ecológico utilizado. Em cidades como Antonina (PR), a floresta demoraria quatro anos para se recuperar de distúrbios sofridos, contra 120 anos no caso de Cananéia (SP) e Morretes (PR), considerando que não haja intervenção humana durante o processo de regeneração.


“Analisamos quatro diferentes parâmetros de resiliência e vimos que as velocidades de recuperação deles são variáveis”, diz a professora Márcia Marques. “Avaliamos a proporção das espécies que são dispersas pelos animais; proporção de espécies não pioneiras; proporção das espécies tolerantes à sombra e, por último, proporção das espécies endêmicas da Mata Atlântica. Os três primeiros parâmetros levam de 100 a 300 anos para se recuperar, enquanto o quarto pode levar de mil a quatro mil anos. Cada vez que a floresta sofre um distúrbio, o processo começa novamente. A magnitude do problema é muito maior do que se pensava”, diz ela.


De acordo com a professora, “se não prestarmos atenção nestes prazos e continuarmos com os níveis atuais de devastação da Mata Atlântica, no futuro teremos apenas representantes de uma floresta completamente descaracterizada”, alerta. Espalhada em áreas que vão do Nordeste ao Sul do Brasil, a Mata Atlântica tem leis específicas de políticas de conservação desde 1993. Ainda assim, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, hoje a área equivale a 7% da área original.


Segundo Márcia, “todas as florestas tropicais estão ameaçadas em algum nível, mas a Mata Atlântica é onde está concentrada a maior faixa de população do país, em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, portanto sofre maior pressão. Esses dados são importantes para que se possa planejar melhor a política de conservação do que ainda resta da floresta”, conclui.


A professora explica que apesar de o tema já ter sido abordado em estudos anteriores, a utilização de modelos matemáticos resultou em destaque para a pesquisa da UFPR. A revista internacional ?NewScientist? publicou em 11 de junho matéria intitulada “How long does it take a rainforest to regenerate?”, algo como ?quanto tempo uma floresta leva para se recuperar?. O trabalho dos pesquisadores também resultou em artigo publicado na revista científica ?Biological Conservation?, da Editora Elsevier.

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