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Meio Ambiente, Clima e Vulnerabilidade

Estudo revela que é urgente processo de recuperação do desmatamento da Amazônia


19 de dezembro de 2014

Reduzir a zero o desmatamento já não é o bastante para garantir as funções climáticas do bioma. Essa é uma das principais constatações do estudo O Futuro Climático da Amazônia, realizado pelo pesquisador Antonio Donato Nobre, do Centro de Ciência do Sistema Terrestre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a pedido da Articulación Regional Amazónica (ARA). Além de combater o desmatamento, é necessário um amplo processo de recuperação do que foi destruído. Para ilustrar, no Brasil, trata-se de uma área de 763 mil km2, correspondente a três Estados de São Paulo, ou a 184 milhões de campos de futebol.

Lançado em outubro, o relatório resume cerca de 200 dos principais estudos e artigos científicos sobre o papel da floresta amazônica no sistema climático, na regulação das chuvas e nas exportações de serviços ambientais para as áreas produtivas, vizinhas e distantes da Amazônia. Mostra ainda o potencial climático da floresta pristina, chamada pelos cientistas de “oceano verde”, e os impactos de sua destruição com o desmatamento e o fogo. Aponta ainda as ações para conter os efeitos no clima provocados pela ação humana sobre a maior floresta tropical do mundo.

O levantamento ainda mostra que essa floresta contribui com a umidade do ar em movimento, impactando em chuvas a regiões interiores do continente, distantes milhares de quilômetros do oceano. A Amazônia, explica o pesquisador, tem outra peculiaridade. Ela ajuda a formar chuvas em ar limpo. É que as árvores emitem aromas, a partir dos quais se formam sementes de condensação do vapor d’água, cuja eficiência na nucleação de nuvens resulta em chuvas fartas.

Esse bioma é uma das regiões naturais mais importantes do planeta, considerando-se a sua biodiversidade, florestas, sistemas fluviais e importância climática, e representa 40% das florestas tropicais remanescentes do mundo. Estende-se por 6.9 milhões de km2 em nove países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Suriname, Venezuela, Guiana e Guiana Francesa.

Contribuições do bioma

Outro importante dado é que a floresta amazônica não mantém o ar úmido apenas para si mesma. Ela exporta essa umidade por meio de rios aéreos de vapor, os chamados “rios voadores,” que irrigam áreas como o Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil e outras áreas como o Pantanal e o Chaco, além da Bolívia, Paraguai e Argentina. “Sem os serviços da floresta, essas produtivas regiões poderiam ter um clima inóspito, quase desértico”, diz o autor.

Segundo Nobre, essa competência de regular o clima se dá principalmente pela capacidade inata das árvores de transferir grandes volumes de água do solo para a atmosfera através da transpiração. São 20 bilhões de toneladas de água transpiradas ao dia, o equivalente a 20 trilhões de litros. Para se ter uma ideia, o volume despejado no oceano Atlântico pelo rio Amazonas é de pouco mais de 17 bilhões de toneladas diariamente.

Desmatamento

Nos cálculos do pesquisador, a ocupação da Amazônia já destruiu no mínimo 42 bilhões de árvores, ou seja, mais de 2.000 árvores por minuto – ininterruptamente -, nos últimos 40 anos. O dano de tal devastação já se faz sentir no clima próximo e distante da Amazônia, e os prognósticos indicam agravamento do quadro se o desmatamento continuar e a floresta não for restaurada.

Entre as medidas mitigadoras, o estudo propõe: “universalizar o acesso às descobertas científicas que podem reduzir a pressão da principal causa do desmatamento: a ignorância”. E é preciso agir, recomenda o documento, que fala em um “esforço de guerra” para reverter o quadro atual.

As principais ameaças à integridade do bioma amazônico foram surgindo devido a crescentes interesses políticos e econômicos e uma visão de curto prazo na utilização das riquezas da floresta e acesso à terra. Essas ameaças variam dentro de cada país e entre os países, representadas predominantemente pela agricultura mecanizada em larga escala, pecuária extensiva, infraestrutura de transporte e em menor medida a agricultura de subsistência em pequena escala.

Para acessar o estudo, clique aqui.

Fonte: Setor 3

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