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Estudos alertam para o pequeno avanço global contra o sedentarismo


29 de julho de 2016

Há vários anos, cientistas e médicos do mundo inteiro conhecem um tratamento eficaz para salvar a vida de mais de cinco milhões de pessoas por ano, evitar grande parte das doenças cardiovasculares, o diabetes, o câncer de mama e outros tumores e prolongar a vida de qualquer pessoa. E o melhor de tudo é que se trata de um remédio gratuito, disponível desde tempos imemoriais e ao alcance da maioria das pessoas: fazer exercícios.

A cada ano olímpico, a revista médica The Lancet publica uma seleção de artigos sobre os benefícios proporcionados pelos exercícios na prevenção dos grandes males que atingem a saúde no mundo. A principal conclusão dos quatro novos trabalhos publicados é que a situação, no mundo todo, não melhorou em quase nada. Um quarto dos adultos em todo o planeta não se exercita o suficiente, e, algo mais preocupante para o futuro, 80% das crianças e jovens tampouco chegam ao mínimo de prática esportiva recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2012, um estudo semelhante estimava que, a cada ano, o sedentarismo mata mais pessoas do que o tabaco, que provoca cerca de cinco milhões de mortes por ano.

Um dos novos estudos é uma revisão de 16 trabalhos anteriores que envolvem mais de um milhão de pessoas. Os pesquisadores pretendiam definir a quantidade de exercícios necessária para evitar o risco de morte prematura associado ao sedentarismo. O tipo de atividade analisado foi caminhar com rapidez e andar de bicicleta, em ambos os casos por uma hora diária.

Os resultados mostram que as pessoas ativas são muito mais saudáveis, mesmo tendo de passar oito horas por dia sentadas. Os que correm mais riscos são os que não fazem nenhum tipo de atividade. Mas o trabalho mostra, também, que praticar uma hora de exercício por dia basta para neutralizar os efeitos negativos dessas oito horas em que se fica parado. Apenas uma de cada quatro pessoas estudadas pratica essa uma hora ou mais de exercício por dia, destaca o estudo.

“Para muita gente que trabalha em escritório e vai de carro para o trabalho não há como evitar passar muito tempo sentado”, reconhece Ulf Ekelund, da Universidade de Cambridge e da Escola Norueguesa de Ciências do Esporte. “Enfatizamos ao máximo a importância de fazer exercício, seja dar um passeio na hora da refeição, correr um pouco pela manhã ou ir de bicicleta para o trabalho. Uma hora por dia é o ideal, mas se isso é impossível, pelo menos fazer um pouco de esportes todo dia também reduz o risco [de morte prematura]”, ressalta. Estudos anteriores calcularam que cada minuto de atividade física pode proporcionar até mais sete minutos de vida.

Houve um aumento nos países que realizaram campanhas de promoção dos exercícios, segundo outro estudo publicado nesta quinta-feira. O exercício não só previne as doenças cardiovasculares, o diabetes e o câncer, como também “pode evitar 300.000 casos de demência por ano”, ressalta Jim Sallis, da Universidade da Califórnia em San Diego. Apesar disso, lamenta, “a pandemia global de inatividade física continua aí e a resposta global foi muito lenta”.

Os estudos pedem maior envolvimento e compromisso das autoridades sanitárias. Outro trabalho enumera intervenções bem-sucedidas e de baixo custo, como a realizada em Curitiba (Brasil), Bogotá (Colômbia) e Cambridge (Reino Unido), onde distância entre as paradas de ônibus foi ampliada para fazer as pessoas andarem mais.

Além dos inquestionáveis benefícios para a saúde, o exercício também pode poupar enormes quantidades de dinheiro aos cofres públicos. Nesse sentido, outro estudo calculou pela primeira vez o custo do sedentarismo para a saúde pública: 60 bilhões de euros (240 bilhões de reais) por ano em preços de 2013. Na Espanha o custo total é de mais de 2 bilhões de euros.

Fonte: Nuño Domínguez, do El País

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