No dia 21 de agosto, o Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) lançou um projeto para revitalizar comunidades rurais na América do Sul. O projeto, que terá duração de 18 meses, irá fortalecer a capacidade de gestão de organizações de base e movimentos sociais da região formados por populações rurais, especificamente agricultores, assalariados rurais, indígenas, pescadores artesanais, mulheres e jovens rurais.O projeto prevê capacitação em políticas de terras, intercâmbio de experiências e promoção de mecanismos de diálogo entre governos e movimentos sociais, para fomentar um canal de participação dos movimentos sociais no desenho de políticas públicas de acesso a recursos e de desenvolvimento rural.A iniciativa é um dos desdobramentos dos acordos firmados na Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural (CIRADR), realizada em 2006, no Brasil, tendo representado um marco na retomada de debates sobre reforma agrária na região sul-americana. O projeto parte do princípio de que é necessário repensar as clássicas políticas de reforma agrária e desenvolvimento rural a partir de um enfoque que considere o amplo acesso a recursos naturais e produtivos e que gere intervenções integrais em territórios rurais.Durante a cerimônia de lançamento, o coordenador regional do Comitê Internacional de Planejamento para a Soberania Alimentar (CIP), Mario Ahumada, elogiou o apoio da FAO para incluir atores rurais e campesinos no debate sobre temas relacionados a desenvolvimento rural. “Agradecemos o espaço que a FAO abriu ao integrar as visões dos distintos atores sociais e políticos que confluem no tema da revitalização das comunidades rurais, uma vez que cada uma das partes vem trabalhando no tema de forma isolada”, comentou Ahumada.O projeto foi apresentado em evento realizada no Escritório Regional da FAO, com a participação de representantes de organizações integrantes do CIP, como o Movimento Campesinos de Santiago del Estero (Mocase), a Confederação de Pescadores Artesanais da América Central (Confepesca), o Conselho Internacional do Tratado Indios (Citi), a Associação Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas (Anamuri), o Movimento Unitário Campesino e Etnias do Chile (Mucech) e o Fórum Mundial de Pescadores e Trabalhadores da Pesca (WFF). A iniciativa conta com apoio dos governos de Paraguai, Argentina, Uruguai, Venezuela e Brasil.Mais informações em (www.rlc.fao.org/es/desarrollo/tenencia/ciradr.htm).